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Pouca gente sabe, mas toda Unidade de Conservação (UC) deve ter um Plano de Manejo como forma de guiar a gestão e o uso sustentável dos recursos naturais, seja no interior da UC seja em seu entorno. É o Plano de Manejo que orienta, por exemplo, o melhor formato de visitação de áreas conservadas ou como aquela área pode ser utilizada para a geração de renda da comunidade sem agredir a natureza.
O Instituto Ekos Brasil possui uma equipe técnica especializada em Manejo de Paisagem, por isso compartilhamos a seguir alguns conceitos e informações sobre o tema.
Um Plano de Manejo é um documento técnico elaborado de forma participativa, após um ciclo de consulta e tomadas de decisão, que estabelece o zoneamento, as normas e prevê diretrizes, regulamentações e estratégias para os diferentes usos de uma Unidade de Conservação, tanto de proteção integral quanto de uso sustentável, como por exemplo, um Parque Nacional, uma Reserva Extrativista, uma Área de Proteção Ambiental, dentre outras. Essas diretrizes devem ser guiadas pelos objetivos gerais da criação de uma UC.
O resultado final de um Plano de Manejo leva em consideração todo o contexto socioeconômico, histórico, cultural e ambiental de uma área verde protegida e como todos esses elementos interagem entre si, tendo em vista sempre a conservação da biodiversidade.
Em geral, ONGs, órgãos governamentais e consultorias especializadas com o auxílio de uma equipe multidisciplinar com a presença de biólogos, engenheiros ambientais, geógrafos e outros especialistas em conservação ambiental.
De acordo com o Roteiro Metodológico para Elaboração e Revisão de Planos de Manejo do ICMBio, o Plano de Manejo é organizado em três elementos: os componentes fundamentais, os componentes dinâmicos e os componentes normativos.
São aqueles elementos que constituem a missão da Unidade de Conservação e não mudam com o tempo. Sendo:
Como o próprio nome diz, são aqueles elementos que podem mudar com o tempo, seja pelo contexto, seja pelas tendências em que a UC está inserida. É sempre possível revisar essa parte do planejamento. Esse componente inclui:
Por fim, os componentes normativos sistematizam os atos legais, além de definir as normas gerais de uso e gestão da UC, com implicações legais. Inclui os seguintes elementos:
Com essa estrutura pronta, o Plano de Manejo pode servir de base para Planos e Estudos Específicos que irão orientar a gestão e o manejo da UC e/ou organizar informações importantes para subsidiar a gestão dessas áreas e futuramente comporão o portfólio do Plano de Manejo da Unidade.
O Plano de Manejo oferece uma visão estratégica para a gestão, promovendo o equilíbrio entre conservação da biodiversidade e uso sustentável dos recursos, assegurando que as futuras gerações também possam desfrutar desses espaços naturais.
O Instituto Ekos Brasil já desenvolveu mais 42 Planos de Manejo para Unidades de Conservação, dentre elas, podemos destacar o Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, Floresta Nacional de Itaituba I e II, Área de Proteção Ambiental da Serra do Palmital e Refúgio da Vida Silvestre da Mata da Represa, Parque Estadual Intervales, Parque Estadual de Campos do Jordão, Parque Estadual da Cantareira, Parque Estadual do Jurupará, Parque Estadual do Rio Doce, entre outros.
Fonte: MMA e ICMBio
O mercado voluntário de carbono desempenha um papel importante no avanço da Agenda 2030 e consequente mitigação das mudanças climáticas. E o que temos visto nestes últimos sete anos à frente do programa Compromisso com o Clima é que esse mercado também é responsável por impulsionar o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono tão necessárias para a transição para uma ECONOMIA de baixo carbono.
Acompanhando de perto empresas e proponentes observamos como os incentivos financeiros oferecidos por esse mercado financiam projetos que favorecem a geração de energia mais eficiente e limpa, a produção e a pesquisa de biocombustíveis, a instalação de fogões eficientes e sustentáveis ao invés daqueles alimentados por desmatamento de lenha nativa em comunidades tradicionais e ainda tecnologias que facilitam a implementação de projetos de restauração florestal.
Olhando para empresas como a Natura, por exemplo, que nos acompanha desde o início no Compromisso com o Clima, temos a tranquilidade em afirmar como esse mercado, em conjunto com outras práticas ESG, também incentiva as áreas de Pesquisa e Desenvolvimento dentro dos negócios, a fim de saírem na frente com soluções mais inovadoras e ao mesmo tempo sustentáveis.
Outro benefício é a adoção em escala de tecnologias de baixo carbono. Iniciativas que antes poderiam se desenvolver de forma isolada, seja da parte dos projetos, seja dentro das empresas, passam a ser intercambiáveis, a compor uma rede e ganhar escala. A plataforma do Compromisso com o Clima é um ótimo exemplo neste sentido. A colaboração entre as empresas ao compartilhar suas “dores” em comum, levou ao desenvolvimento de uma plataforma digital com um portfólio altamente íntegro de projetos de créditos de carbono. Todos saem ganhando e o que poderia ficar restrito a uma empresa, agora leva benefícios a muitas.
Por fim, a participação no mercado voluntário de carbono faz com que as empresas demonstrem seu compromisso com ações pelo clima. Essa postura atrai consumidores, investidores e demais stakeholders gerando um ciclo virtuoso de negócios engajados na transição econômica.
O Programa Compromisso com o Clima conecta empresas interessadas em compensar suas emissões de Gases de Efeito Estufa a projetos de alta integridade dedicados a gerar benefícios sociais e ambientais. A partir de uma metodologia diferenciada e reconhecida pelo mercado por sua credibilidade e transparência, o programa segue atuante por acreditar que, agindo de forma colaborativa, nossas ações têm maior impacto e apontam para um futuro cada vez mais sustentável.
Por Camila Dinat
Se você tem mais de trinta anos provavelmente se lembra de um episódio alarmante que assolou a humanidade no final dos anos 80 e 90, o buraco na Camada de Ozônio.
Este capítulo da nossa história merece ser rememorado, pois os fatos que se sucederam podem nos inspirar e trazer muitos ensinamentos para a atualidade!
Neste artigo, vamos tentar relembrar como atitudes individuais de cada cidadão, em consonância com uma série de políticas apropriadas, serviu para revertermos um grave problema ambiental.
Para isso, vamos começar do começo.
A camada de ozônio é uma parte essencial da atmosfera terrestre, localizada entre 20 e 30 quilômetros de altitude e com cerca de 10 km de espessura. Essa camada desempenha um papel crucial na proteção da vida na Terra, bloqueando a maior parte da radiação ultravioleta (UV) emitida pelo Sol possibilitando, assim, o desenvolvimento da vida na Terra da maneira como conhecemos.
Até aí tudo bem, mas você deve se lembrar que o buraco na camada de ozônio tinha uma certa relação com as geladeiras, ar-condicionado e desodorantes. Como assim?
Para gelar uma cerveja, ou refrescar o ambiente, os aparelhos de ar-condicionado, freezers e geladeiras têm um processo de refrigeração por gases que, simplificando, funcionam assim: quando um fluido se expande para um gás, ele absorve calor e baixa a temperatura do ambiente ao redor. Esse gás é comprimido novamente usando o motor elétrico para que ele retorne ao estado líquido, depois gás outra vez, e esse é o ciclo.
Durante muito tempo ninguém foi capaz de achar um gás que tivesse essa propriedade de refrigerante e que ao mesmo tempo fosse seguro. No início do século XIX esses refrigeradores eram considerados perigosos, com vários casos de contaminação e acidentes provocados pelo uso desses aparelhos.
Até que com o avanço da industrialização na década de 30 os clorofluorcarbonos (CFCs) ficaram conhecidos por sua versatilidade e propriedades únicas, como serem não inflamáveis, não tóxicos e estáveis sob condições normais de temperatura e pressão, e começaram a ser amplamente utilizados na indústria.
No entanto, vazamentos e descartes inadequados desses aparelhos refrigeradores, bem como o simples uso dos aerossóis quando estes eram pulverizados (como sprays de cabelo, desodorantes e produtos de limpeza) promoveram a liberação de concentrações crescentes de CFCs na atmosfera.
Parcela dessa concentração de CFC alcançava a estratosfera, onde eram decompostos pela radiação ultravioleta (UV). Essa decomposição liberava os átomos de cloro, que por sua vez, reagiam com as moléculas de ozônio (O3). Este processo era altamente destrutivo para a camada de ozônio. Uma única molécula de CFC pode destruir muitas moléculas de ozônio antes de serem removidas da atmosfera.
Aqui cabe um parêntese muito importante: o papel da ciência na descoberta e solução do problema.
A descoberta do buraco na camada de ozônio foi um marco na ciência e ocorreu de forma gradual, com contribuições significativas de diferentes pesquisadores ao longo do tempo.
Nos primeiros estudos, em 1930, o cientista britânico Sydney Chapman propôs a teoria de que o ozônio na estratosfera desempenha um papel importante na absorção da radiação ultravioleta (UV) do Sol. Ele também foi o primeiro a prever que a liberação de substâncias químicas, como clorofluorocarbonos (CFCs), poderia levar à destruição da camada de ozônio.
Posteriormente, nas décadas de 1950 e 1960, cientistas começaram a realizar medições da concentração de ozônio na estratosfera usando balões-sonda e satélites. Essas medições confirmaram a existência da camada de ozônio e sua variação sazonal.
Em 1985, cientistas do British Antarctic Survey, liderados por Joe Farman, Brian Gardiner e Jonathan Shanklin, fizeram uma descoberta surpreendente. Eles notaram uma diminuição dramática nos níveis de ozônio sobre a Antártica durante a primavera austral (setembro a novembro). Essa diminuição era muito maior do que as variações sazonais normais, indicando a presença de um “buraco” na camada de ozônio.
A descoberta do buraco na camada de ozônio sobre a Antártica atraiu a atenção da comunidade científica global. Pesquisadores em todo o mundo realizaram estudos adicionais para entender as causas e os mecanismos por trás desse fenômeno. Rapidamente ficou claro que os clorofluorocarbonos (CFCs) e outras substâncias químicas liberadas pelo homem estavam contribuindo para a destruição da camada de ozônio.
Não somente o conhecimento em torno do buraco em si, mas também os impactos começaram ser amplamente estudados e notados ao longo do planeta.
Podemos apontar que os raios UV-B adicionais que alcançavam a superfície terrestre causaram: i) aumento de casos de câncer de pele em todo o mundo, devido à exposição prolongada à radiação UV-B; ii) aumento nas cataratas e outros problemas oculares devido à exposição excessiva à radiação UV-B; iii) prejuízos à vida marinha, como fitoplâncton e larvas de peixes, que foram os primeiros a serem afetados negativamente, impactando toda a cadeia alimentar marinha; iv) Impacto nas plantas, devido à radiação UV-B excessiva, causando danos a agricultura e os ecossistemas terrestres.
O tema saiu do meio acadêmico e começou a ganhar eco na sociedade. Não à toa o caso ganhou comoção mundial. As pessoas começaram a pensar no impacto disso em suas vidas. O buraco na camada de ozônio atraiu considerável atenção da mídia, então relatórios e documentários explicando os impactos do buraco na camada de ozônio e suas causas foram transmitidos na televisão e publicados em jornais, ampliando o alcance da informação. Isso resultou em campanhas públicas, petições e ações de sensibilização para pressionar os governos e a indústria a tomar medidas mais enérgicas.
As pessoas se sensibilizaram para a interligação de todos os aspectos da natureza e a importância de proteger o planeta.
O caso do buraco na camada de ozônio chama muita atenção. A conscientização global sobre os perigos do buraco na camada de ozônio levou à adoção de medidas significativas e urgentes para combatê-lo.
Uma das ações mais notáveis foi o Protocolo de Montreal, que consistiu em um tratado internacional assinado em 1987 que proibia a produção e o uso de CFCs e outras substâncias destruidoras da camada de ozônio. Este acordo foi ratificado por quase todos os países do mundo. Este tratado é amplamente considerado um dos acordos ambientais mais bem-sucedidos da história.
A indústria foi obrigada a se posicionar e a se adequar, e desenvolveu alternativas seguras aos CFCs, como os hidroclorofluorocarbonos (HCFCs) e os hidrofluorocarbonos (HFCs), que são menos prejudiciais à camada de ozônio.
A ameaça do buraco na camada de ozônio também foi incorporada à educação ambiental em escolas e universidades, aumentando a conscientização das gerações mais jovens sobre os desafios ambientais globais.
Redes globais de monitoramento foram estabelecidas para acompanhar a recuperação da camada de ozônio, estas permanecem até hoje.
Graças a esses esforços, houve evidências de recuperação da camada de ozônio sobre a Antártica e em outras regiões do mundo.
O buraco na camada de ozônio foi uma grande ameaça, e com este episódio pudemos aprendemos a perceber como o modo de vida humano sustentado na lógica industrial, de consumo e acumulação, pode impactar significativamente o planeta Terra. Outra importante lição é como a ação global rápida e eficaz, demonstrou que podemos enfrentar desafios ambientais quando a comunidade internacional trabalha em conjunto.
Esse fenômeno também ilustra como a ciência ambiental pode moldar a consciência pública e levar a mudanças significativas em escala global.
Não dá para lembrar dessa história e não fazer o paralelo com nosso desafio mais atual: a mudança climática.
O que falta para que os tomadores de decisões, na política e na economia ouçam a ciência? Como devemos agir para pressionar mudanças de comportamento na sociedade? O que é necessário para que os acordos internacionais ambientais da atualidade tenham maior eficácia? Podemos considerar que a população em geral está consciente dos riscos e dos efeitos da mudança do clima?
São muitas questões.
Será que vamos conseguir salvar o planeta de nós mesmos mais uma vez?
Neste especial Dia do(a) Biólogo(a), a Dra. Marcela Firens da Silveira traça seu passado até chegar na Biologia e suas preocupações sobre o futuro da área.
Esses dias, nas redes sociais, participei de uma brincadeira que perguntava que profissão você se imaginava ter quando era criança. Na hora me lembrei que eu queria muito ser astrônoma. Eu possuía um caderno comprado por meus pais onde eu transcrevia as principais informações dos planetas, estrelas, galáxias, sistemas, descrevendo suas características. Também recortava matérias dos jornais sobre lançamentos de foguetes, sondas espaciais, novas descobertas do Universo que principalmente a NASA fazia na época (década de 90 do século 20).
Mas ao mesmo tempo, me interessava por paleontologia. Os dinossauros eram os mais amados por mim. Fazia o mesmo caderno de “pesquisas científicas”, como eu chamava na época, para estes seres que habitaram a terra há milhões de anos. Sabia seus nomes e as Eras Geológicas as quais pertenceram. Mas nessa época, já tinha passado a COP Rio de Janeiro, chamada Eco 92, e as ideias de que “precisamos salvar o mundo” já se espalhava e chegaram até mim. Comecei a ficar preocupada com o futuro da humanidade e também dos outros seres da natureza que eu já amava muito. Cresci vendo os documentários de bichos e plantas da TV Cultura e me emocionava com eles, me imaginando lá.
À época de escolher que profissão eu queria seguir (escolhi bem cedo, aos 14 anos), segui a seguinte lógica: olhar para o céu não resolverá a emergência ambiental. Só olhar para o passado, os “dinos”, também não. Precisamos de ações mais diretas. Assim, escolhi a Biologia.
Já na universidade, vi que precisávamos escolher também qual área da Biologia atuar. Apesar do meu amor aos felinos e à paleontologia, decidi seguir a área da Botânica. Tenho uma influência grande na família porque a maioria trabalha com produção de mudas, mas eu queria ir além. As plantas eram um mistério a ser desvendado. Me especializei nisso e vi meus colegas, cada um a seu gosto, seguir por áreas diversas, não menos interessantes que a minha.
Desde a minha formação em 2007 para cá, 2023, a atuação do Biólogo se diversificou ainda mais. Podemos estar em vários tipos de instituições, empresas, ongs, universidades, escolas, consultorias, no setor público ou privado, executando leis ou as influenciando. Porém, vi um desinteresse decrescente na profissão ao longo desses 16 anos de formada. Atuei como professora universitária e vi cursos fecharem ou diminuírem sua carga horária.
Penso que essa desvalorização se deu na falta de noção da importância do biólogo. Começa por uma das principais que é a formação de pessoas atuando na educação. O problema da desvalorização do professor nos diversos níveis da educação atinge também a classe dos professores biólogos e desestimula a novos profissionais a atuarem como tal. Isso inicia, então, um evento em cascata, em um mundo onde a natureza ficou para trás à mercê do crescimento econômico a todo custo.
A agenda ambiental retorna agora não só, mas também, na noção de prejuízos econômicos advindos da perceptível crise climática. Vem, novamente, para atender o mercado, por exemplo, o de carbono. Não estou aqui para criticar, dizer se está certo ou errado. Mas venho para tentar ressaltar a visão naturalista que o biólogo tinha e que tem desaparecido de sua formação e atuação.
Onde estão aqueles que estudam a natureza desde suas moléculas, os organismos pela simples curiosidade em saber o porquê eles existem? Me pergunto quem estará estudando e cuidando das florestas, com toda sua biodiversidade, nos projetos de carbono? Quem saberá os nomes dos organismos que lá estão? Quem garante? O analista de mercado na B3?
Nem tudo está descoberto, descrito, estudado, desvendado!
Quem dirá como aquele ecossistema poderá se recompor? Quem ensinará seus filhos a cadeia trófica, o que é a clorofila e que o ser humano é um primata? Quem optará por uma pesquisa dos fungos da serrapilheira na universidade? Quem analisará um licenciamento ambiental em instituições de governo?
Para mim, fica a vontade de nos ver, biólogos, retornando ao seu ponto inicial, a sua importância inicial, a sua paixão inicial que é entender o mundo natural, desvendá-lo e entregá-lo da melhor forma para que todos usufruam dele e que assim continue.
Eu comecei olhando para o céu quando pequenina, e espero que possamos continuar nesta Terra podendo ainda sonhar em estudar as estrelas, mas preservando este lindo planeta que permitirá essa contemplação cosmológica para todas as futuras gerações humanas.
Marcela Firens da Silveira é Dra. em Biologia Vegetal e Coordenadora de Projetos de Conservação da Biodiversidade do Instituto Ekos Brasil.
O rompimento da Barragem de Fundão, em novembro de 2015, em Mariana, Minas Gerais, ocasionou inúmeros impactos ambientais e socioambientais nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo ao longo de toda a Bacia do Rio Doce até a foz, afetando diretamente as atividades pesqueiras na região.
Em 2016, poucos meses após o rompimento, o Ministério Público de Minas Gerais proibiu totalmente a pesca na Bacia do Rio Doce dentro dos limites do estado por meio da Portaria nº78/2016 do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Esta portaria foi revogada no ano seguinte, e substituída pela Portaria nº 40/2017 também do IEF, que liberou parcialmente a pesca comercial e amadora exclusivamente para espécies exóticas, híbridas e autóctones (espécie natural de um determinado ecossistema ou região).
Já no estado do Espírito Santo, a pesca de qualquer natureza está proibida desde 2016, incluindo a área marinha até a isóbata de 20 (vinte) metros de profundidade, entre Degredo (Linhares/ES) e Barra do Riacho (Aracruz), através ação civil pública incitada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), além da Resolução nº 989/2016 da ANVISA que proíbe o armazenamento, a distribuição e a comercialização de pescado oriundo da atividade pesqueira desenvolvida nessa área marinha.
É nesse contexto que o projeto “Painel de Especialistas: Análise integrada da condição ambiental e do ordenamento pesqueiro no Rio Doce e áreas marinhas adjacentes” vem sendo executado pelo Instituto Ekos Brasil com o apoio do Programa de Retomada das Atividades Aquícolas e Pesqueiras (PG16) da Fundação Renova. Tal projeto tem como objetivo elaborar cenários e fazer recomendações que possam contribuir para tomada de decisão a respeito da recuperação ambiental e do ordenamento das atividades pesqueiras no Rio Doce e áreas marinhas adjacentes.
O Painel conta com uma equipe interdisciplinar de 9 especialistas e 7 pesquisadores renomados de diferentes áreas do conhecimento, dentre elas: avaliação de risco à saúde humana, análise de dados, aquicultura, biologia pesqueira, direito, ecotoxicologia, hidrogeoquímica, ictiofauna e limnologia. Juntos, trabalham na análise de dados brutos secundários de diversos monitoramentos e estudos realizados sobre a temática ao longo da Bacia do Rio Doce. Em junho deste ano, a equipe realizou o Workshop Interno de Análises Preliminares para a equipe técnica da Fundação Renova e suas mantenedoras em Belo Horizonte/MG.
São muitos os desafios enfrentados pelo Painel como grande volume de dados analisados de uma extensa área de estudo impactada e a integração das análises das diferentes áreas de conhecimento.
Além disso, a multidisciplinaridade é tida como uma fortaleza, mas também como um grande desafio do projeto, já que integrar as diferentes áreas do conhecimento com um objetivo comum é uma tarefa bastante inovadora e sem precedentes para o tema das atividades pesqueiras.
Soma-se ainda a este cenário as questões sensíveis da condição social e ambiental do Rio Doce no contexto do rompimento da Barragem de Fundão, amplificando a relevância deste projeto e a expectativa em relação aos resultados.
O projeto que teve seu início em outubro de 2022 se encontra em sua fase final, com previsão de fechamento e entrega do relatório em dezembro de 2023, e apresentação dos resultados para o público de interesse (órgãos ambientais, câmaras técnicas e população) até março de 2024.
Ekos Brasil participa de Oficina de Avaliação de impactos do rompimento da Barragem de Fundão.
Ao lado da Embaixada Suíça no Brasil, nossa equipe no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu realizou uma troca de conhecimento sobre plantas medicinais na Terra Indígena Xakriabá, conduzida pelo Pajé Vicente e com a participação de indígenas e moradores da comunidade da APA no entorno do Parque. A iniciativa aconteceu no último dia 14 de agosto.
Além da troca de conhecimento sobre as espécies e seus usos, a equipe pôde coletar plantas medicinais da região e visitar a casa de medicina da Aldeia Sumaré.
“Assim, concluímos mais uma etapa deste importante projeto que visa conservar as plantas medicinais da região e valorizar, assim como compartilhar, esse rico conhecimento tradicional das populações no entorno do Parque.”
Palavras da nossa equipe no Peruaçu: Antonio Carlos Ribeiro –
Agente ambiental e Viverista no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, JÉSSICA FERNANDES –
COORDENADORA DE PROJETOS DE IMPACTO E GESTÃO CLIMÁTICA e Murilo Mendes – Agente Ambiental e Administrativo no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu.
A mensuração da sustentabilidade é um desafio complexo, pois envolve avaliar o impacto das atividades humanas no meio ambiente, na sociedade e na economia de maneira integrada. Os indicadores de sustentabilidade são ferramentas essenciais nesse processo, pois fornecem uma base científica para avaliar o progresso rumo a um desenvolvimento sustentável.
Assim há muitas maneiras de avaliar o impacto socioambiental de uma empresa, por isso mesmo existem muitas metodologias disponíveis para essa mensuração por meio da construção de indicadores de sustentabilidade. Dentre algumas metodologias conhecidas, estão o triple bottom line, conhecido como tripé da sustentabilidade, e os indicadores de Gibson, por exemplo.
Donella Meadows desenvolveu a metodologia dos “Indicadores do Estado do Mundo” (Indicators of the State of the World), que buscava fornecer uma visão holística do estado do planeta em várias dimensões, como recursos naturais, pobreza, educação, saúde, entre outros. Essa abordagem permite identificar tendências e problemas emergentes, ajudando a informar políticas públicas e tomadas de decisão mais sustentáveis, tendo esta linha como base à proposta metodológica do Prêmio Suiço. A esquematização, adaptada da metodologia Meadows é apresentada abaixo.
William E. Gibson, é outro importante pesquisador da área de sustentabilidade e propôs uma abordagem para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade baseada em princípios sistêmicos. Ele defendeu que os indicadores devem considerar os sistemas naturais e sociais interconectados, permitindo uma análise mais abrangente dos impactos das atividades humanas ao meio ambiente
Sem indicadores claros e bem fundamentados, seria difícil monitorar o impacto das atividades das diversas operações dos diferentes setores privados existentes no mundo corporativo.
Além disso, os indicadores permitem comparar diferentes cenários e identificar tendências emergentes, possibilitando a identificação de problemas e a formulação de estratégias mais eficazes para a promoção de um desenvolvimento sustentável.
As metodologias propostas por Donella Meadows, William E. Gibson e o Tripé da Sustentabilidade têm contribuído para o desenvolvimento de sistemas de indicadores de sustentabilidade mais robustos e abrangentes. Essas abordagens científicas têm sido aplicadas em diversos estudos e projetos ao redor do mundo, auxiliando governos, empresas e organizações na busca por soluções mais sustentáveis para os desafios globais enfrentados atualmente e não foi diferente usá-las como base também para a construção da metodologia de avaliação da 1ª edição do Prêmio Suiço de Sustentabilidade & Inovação.
Propor uma nova ferramenta de avaliação de sustentabilidade corporativa demanda conhecimento prévio de outras metodologias e sistemas de sustentabilidade corporativa já existentes. Não é possível realizar uma gestão estruturada e que realmente possibilitará atingir metas, sem um conjunto de indicadores de sustentabilidade corporativa.
Em junho de 2022 foi estruturado um Grupo de Trabalho de Sustentabilidade – GTS composto por representantes da Embaixada Suíça, Instituto Ekos Brasil, Swisscam, Swiss Nex e Swiss Business que se uniram para promover o 1º Prêmio Suíço de Sustentabilidade e Inovação, com objetivo de reconhecer e fortalecer empresas brasileiras e suíças no Brasil que possuem como parte integrante da sua estratégia e cultura institucional a gestão de sustentabilidade corporativa como modelo de negócio.
Para a premiação das empresas, o Ekos Brasil liderou a construção de uma metodologia única e específica que pudesse reconhecer as empresas que têm como parte da estratégia a sustentabilidade corporativa.
O prêmio foi lançado por meio de um edital, com uma chamada ativa para empresas brasileiras e suíças, com sede no Brasil e/ou na Suíça, de diferentes portes e setores, a se inscreverem na primeira edição do prêmio. O método foi dividido em 4 etapas:
1) Elegibilidade, com considerações importantes como apenas pessoas jurídicas poderiam se inscrever, com constituição no Brasil e/ou na Suíça, sendo cabível a desclassificação de qualquer empresa, em qualquer etapa caso estivesse com processos jurídicos ambientais em tramitação, entre outras questões éticas estabelecidas como inegociáveis pelo GTS. (Confira o edital)
2) Autodeclaração – um questionário desenvolvido pelo Ekos estruturado em 3 dimensões – Sustentabilidade Ambiental e Inovação, Governança e Ética, e Social. Estas dimensões foram escolhidas com base na escolha principal como estruturação das estratégias de sustentabilidade corporativa nas empresas.
Além deste lugar de senso comum, foram definidas questões propostas pelo sistema Meadows para tentar captar toda a integralidade que a sustentabilidade já possa ter dentro dos negócios.
A equipe Ekos também conduziu pesquisas e benchmarkings sobre diferentes rankings e premiações nacionais e internacionais, a exemplo o prêmio segurança DuPont, ISE-B3, DJSI e indicadores Ethos. Esta etapa deu base para compor um score dimensional às empresas inscritas as possibilitando ou não passar para a fase seguinte.
3) Evidências – serviu para que de modo amostral pudéssemos comprovar algumas das respostas autodeclaradas pelas empresas dada na etapa anterior, assim como apresentar um pitch esclarecendo como a estratégia de sustentabilidade corporativa estava relacionada ao modelo de negócio da empresa.
4) Deliberação Final pelos conselheiros e Embaixador. Com base no compilado de informações recebidas nas etapas anteriores, o Conselho conseguiu avaliar não apenas pelo score mas também com as evidencias e pelo pitch quais empresas estavam mais aderentes ao objetivo central proposto pela primeira edição do prêmio.
Seguindo estas etapas, 40 empresas e 43 startups voluntariamente se inscreveram para participar deste prêmio, de ambos os países. Ao fim, as empresas Hilti Brasil e Grupo Ambipar foram as que passaram por todas as fases do processo e, merecidamente, ganharam a premiação. O processo do Prêmio de Sustentabilidade iniciou em junho de 2022 e encerrou no último dia 5 de julho na Embaixada Suíça (DF), com o evento à altura da paixão e profissionalismo empenhados por todos os integrantes do GTS.
Para que todo o projeto tivesse um mesmo fio condutor, o Ekos em uma reunião de trabalho com a Swiss nex deu orientações técnicas sobre sustentabilidade corporativa para construirmos o challenge em conjunto, para que nesta primeira edição o foco das inovações oferecidas pelas startups fosse em zero waste.
Ao lado de Danielly Mello Freire, integraram ao GTS a Presidente Ekos Brasil Ana Moeri e a Gestora Ekos Brasil Jéssica Fernandes, o embaixador Pietro Lazzeri, MARTIN EGGENSCHWILER da Embaixada Suíça, Mariana Badra e Denise Ortega da SWISSCAM Câmara de Comércio Suíço-Brasileira, Malin Borg e Bianca Campos da Swissnex in Brazil e Hans Andreas Aebi da Swiss Business Hub Brazil.
Também marcaram presença na premiação governantes de ambos os países, como o Conselheiro Federal Guy Parmelin e o Ministro interino Luis Fernandes, do MTCI, e o convidado Ernst Götsch, estudioso e prático da agroecologia, que tem como base de estudos a compreensão da importância do ser humano (re)conectar-se como parte do meio em que vive para (re)conhecer-se como natureza.
“Temos a certeza de que o evento foi um sucesso. Agradecemos, profundamente, todas as pessoas envolvidas que se mostraram solícitas e atenciosas. Foi um projeto complexo de gerir, mas prazeroso, visto a educação e engajamento de todos e de todas”
completa Danielly.
Destacando então a importância de indicadores de sustentabilidade e metodologias possíveis para desenvolver projetos que consigam avaliar o impacto socioambiental das operações de um negócio. A exemplo da própria metodologia desenvolvida para a 1ª edição do prêmio de sustentabilidade.
O prêmio atingiu seu propósito de reconhecer 2 empresas, tanto brasileiras quanto suíças, que tem como parte integral de sua estratégia de negócio a sustentabilidade corporativa, assim como duas startups que propõem e trabalham com soluções com base zero waste, ou seja, zero resíduo.
As dimensões de avaliação da metodologia escolhidas, foram as mais comumente utilizadas para gestão de negócio, logo foram escolhidas as dimensões: Sustentabilidade Ambiental e Inovação, Governança e Ética, e Social. Além disso, o processo de avaliação envolveu etapas de autodeclaração pelas empresas, apresentação de evidências e a deliberação final por parte dos conselheiros e do Embaixador da Suíça no Brasil.
Ao final do processo, duas empresas, Hilti Brasil e Grupo Ambipar, foram reconhecidas e premiadas por sua aderência aos princípios de sustentabilidade corporativa e inovação, mostrando o comprometimento com um desenvolvimento mais sustentável e responsável.
A parceria entre o Instituto Ekos Brasil, a Embaixada Suíça, a Swisscam, a Swiss Nex e a Swiss Business para promover esse prêmio ressaltou o engajamento das instituições em impulsionar a sustentabilidade e a inovação no cenário empresarial, incentivando ações concretas em direção a um futuro mais sustentável.
Em suma, o texto enfatiza que a mensuração da sustentabilidade é fundamental para compreender o impacto das atividades ao meio ambiente, à sociedade e à economia.
Indicadores de sustentabilidade, por meio de embasamento metodológico científico, fornecem uma base sólida para medir o progresso rumo ao desenvolvimento sustentável, essencial para orientar ações públicas e privadas.
Por meio do Prêmio Suico de Sustentabilidade e Inovação as empresas conseguem ganhar mais força e incentivo em inovar frente à gestão de sustentabilidade nas companhias para que o setor privado trilhe um caminho para a construção de um mundo mais sustentável e equitativo.
Meadows, D. Indicators and Information Systems for Sustainable Development.
Sustainability Institute. 1998.
The Business of Sustainability. Building Industry Cases for Corporate Sustainability.
2004
BRASIL. ODS Brasil 2030. Disponível em: <http://odsbrasil.gov.br/home/agenda>.
Commission on Sustainable Development. Indicators Of Sustainable Development:
Framework And Methodologies. 2001.
Nos últimos anos, em uma corrida pela sustentabilidade, muitas empresas saíram de simples ações de contagem de carbono para estratégias de gestão corporativa de emissões.
Apesar desse movimento bastante positivo, não demorou muito para que muitas se dessem conta de que, ao trabalhar de forma isolada, suas ações esbarravam em burocracias, custos altos e serviços de qualidade duvidosa, comprometendo a escala do impacto socioambiental almejado.
Foi diante desta “dor” do próprio mercado que Itaú e Natura, em 2017, juntamente com o Instituto Ekos Brasil, se uniram para enfrentar tais desafios e agregar forças pelo desenvolvimento sustentável. Em uma jogada inovadora e ousada, deixaram a competitividade de lado e deram início ao Programa Compromisso com o Clima.
Seis anos depois, o programa é um dos grandes destaques no Mercado Voluntário de Carbono no Brasil, reconhecido por sua credibilidade e processos de due diligence que garantem a alta integridade dos créditos provenientes dos seus projetos.
Não só. O Programa Compromisso com o Clima, cada vez mais, também alcança indicadores robustos ao comprovar a escala do seu impacto socioambiental. Em todo o Brasil, os projetos que compõem nossa plataforma de compensação geram renda, capacitação profissional, preservam os recursos naturais e privilegiam meios de produção mais limpos”,
destaca Danielly Mello Freire, coordenadora do programa.
De acordo com os dados avaliados pela metodologia de integridade de crédito do Programa Compromisso com o Clima, referentes aos projetos dos desenvolvedores de reduções verificadas de emissões (RVEs), apenas no ano de 2022 o nosso programa:
Preservou 3.026,96 ha de floresta, beneficiou 186 famílias diretamente, capacitou 406 pessoas, deixou de utilizar 16.982,05 t de combustível, gerou 785.481.276,20 kWh de energia renovável, aproveitou 321.893,63 t de resíduos, gerou R$ 2.046.305,04 em renda direta e reduziu 3.366.320,00 tCO2e de emissões totais e verificadas.
Traga sua empresa para o Compromisso com o Clima e venha escalar seu impacto positivo junto às nossas outras apoiadoras.
Uma nova proposta de projeto de lei, dessa vez encabeçada pelo próprio Governo, pode resultar, finalmente, em um mercado regulado de carbono no Brasil.
A questão se arrasta há anos no Congresso Nacional, em diferentes projetos, tanto na Câmara quanto no Senado. Porém, uma minuta elaborada pelo Ministério da Fazenda e fruto de um Grupo de Trabalho Interministerial foi apresentada no início de junho e parece contemplar as principais demandas para destravar a aprovação da regulamentação.
Antes de chegar ao Congresso Nacional, a proposta ainda deve passar por uma análise jurídica mais profunda e ser submetida às audiências públicas junto ao setor privado e à sociedade civil.
O documento prevê um mercado regulado pelo sistema cap and trade, similar ao que está em vigor na União Europeia. Esse sistema estabelece tetos de emissão para as organizações que devem obedecer à regulação. Se emitir a mais, pode comprar os créditos de quem emitir menos.
Esse modelo é um dos mais aprovados e utilizados, pois permite que as próprias organizações submetidas à regulação escolham as tecnologias e adotem os melhores modelos para reduzir suas emissões.
Aqui no Brasil, o projeto atual prevê que a regulação deve afetar instalações que emitam acima de 25 mil toneladas de CO2 equivalente por ano, ou seja, o foco está majoritariamente na indústria, atingindo de forma marginal uma pequena parte do agronegócio.
De acordo com a Capital Reset, a minuta também prevê as compensações de emissões, um ponto muito relevante para o Brasil já que nossas emissões são provenientes, em sua maior parte, do Uso do Solo*. Isso deve incentivar as ações de conservação e restauração de florestas.
Em nota publicada pelo Ministério da Fazenda, o Governo garante que a atual proposta respeite as comunidades tradicionais em suas negociações por créditos, “com repartição justa de benefícios, preservando os critérios de consentimento prévio, livre e informado de cada comunidade para a tomada de decisão”.
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Regulação Brasileira do Mercado de Carbono: quais são as oportunidades para as empresasO Mercado Regulado de Carbono no Brasil é aguardado com certa urgência já que o mercado internacional, atento às demandas de ação climática, já começa a estabelecer barreiras comerciais para quem está pouco preocupado com a questão.
Mesmo que tudo corra bem e o projeto de lei seja efetivamente aprovado ainda este ano, como espera o Governo, ainda deve demorar cerca de dois anos para ser implementado. Nesse tempo, o Plano Nacional de Alocação irá estabelecer os limites de emissão, a quantidade e a forma de alocação da Cota Brasileira de Emissões (CBE), além das regras de comercialização.
Vale ressaltar que nada muda ou afeta o Mercado Voluntário de Carbono e o Programa Compromisso com o Clima segue aplicando sua metodologia para encontrar projetos de alta credibilidade para o mercado brasileiro.
Com informações da Capital Reset, Ministério da Fazenda e Jornal do Brasil.
A Embaixada da Suíça no Brasil, no Distrito Federal, foi palco, no último dia 5, da 1ª edição do Prêmio Suíço de Sustentabilidade e Inovação. O evento contou com a presença de autoridades de ambos os países, como o Conselheiro Federal da Suíça, Guy Parmelin, e o Ministro interino Luis Fernandes, do MTCI.
O prêmio foi lançado por meio de um edital, com uma chamada ativa para empresas brasileiras e suíças, com sede no Brasil e/ou na Suíça, de diferentes portes e setores.
Dentre as 40 empresas inscritas, as vencedoras foram Hilti Brasil e Grupo Ambipar. E dentre as 43 startups, as vencedoras foram Groam e Yattó.
A vencedora Groam é uma startup suíça que produz espuma biodegradável a partir de resíduos de biomassa agrícola, e a brasileira Yattó atua com logística reversa e economia circular com soluções para reciclagem e outros tratamentos de resíduos.
“Ficamos muito surpresos com o número de participantes inscritos e com a qualidade empenhada em cada candidatura”.
ressaltou Danielly Freire, Gestora de Projetos de Impacto e Gestão Climática do Ekos Brasil e participante do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade, responsável pela metodologia.
Ao lado de Danielly Mello Freire, integraram ao GTS a Presidente Ekos Brasil Ana Moeri e a Gestora do Ekos Brasil, Jéssica Fernandes, o embaixador Pietro Lazzeri, MARTIN EGGENSCHWILER da Embaixada Suíça, Mariana Badra e Denise Ortega da SWISSCAM Câmara de Comércio Suíço-Brasileira, Malin Borg e Bianca Campos da Swissnex in Brazil e Hans Andreas Aebi da Swiss Business Hub Brazil.
Desde o início, o Instituto Ekos Brasil acompanhou o desenvolvimento do projeto do prêmio ao lado da Swissnex oferecendo orientações técnicas. Para a premiação das empresas, o Ekos Brasil liderou a construção de uma metodologia única e específica que pudesse reconhecer aquelas que têm como parte da estratégia a sustentabilidade corporativa.
Em conjunto, as organizações optaram por focar, nesta primeira edição, em inovações para Zero Waste (Lixo Zero), para a categoria das startups.
“Temos a certeza de que o evento foi um sucesso. Agradecemos, profundamente, todas as pessoas envolvidas que se mostraram solícitas e atenciosas. Foi um projeto complexo de gerir, mas prazeroso, visto a educação e engajamento de todos e de todas”
completa Danielly.