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créditos de plástico

Créditos de plástico: você sabe o que eles significam?

Créditos de plástico: você sabe o que eles significam?

A expressão créditos de plástico logo nos remete à uma analogia com créditos de carbono. Apesar de diferentes e em curvas de maturidade bem distintas, a lógica é mesmo parecida, com empresas que geram incentivos econômicos como forma de compensação para projetos que reduzem o impacto ao meio ambiente.

Um crédito de plástico corresponde a uma unidade transferível que representa uma quantidade específica de resíduos de plástico. Ao comprar esse crédito de algum projeto que certificadamente destina corretamente e recicla resíduos sólidos, as empresas “neutralizam” tal impacto.

Como o assunto é muito novo, ainda enfrenta desafios e críticas.

Se por um lado, a popularização dos créditos pode trazer investimentos valiosos para financiar projetos, inovações e tecnologias para coleta e reciclagem de resíduos sólidos, além de gerar uma nova fonte de renda para famílias de catadores, como é o caso do Brasil, por outro, a iniciativa também tem gerado reflexões mais profundas no setor.

A primeira delas é que a compensação não pode servir de “escudo” para que as empresas continuem a produzir mais plástico. De acordo com a ONU, a cada ano, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico chegam aos nossos oceanos.

Por isso, compensar comprando créditos de plástico não pode ser uma iniciativa isolada, mas deve compor um modelo de gestão de resíduos, no qual a compensação entra em cena apenas após todos os esforços de redução, reuso e reciclagem. Antes de mais nada, é preciso combater o excesso e a chegada do plástico à natureza.

créditos de plástico

Outro ponto de atenção está na pouca padronização com relação aos materiais e certificações. É justo, por exemplo, que uma empresa que produz sachês como de ketchup, amostras de xampu ou sacolinhas, muito difíceis de serem coletados, compense com créditos provenientes de garrafas pet ou mamadeiras? E ainda: como são poucas as empresas que oferecem créditos de plástico, mesmo as terminologias não são padronizadas, como por exemplo, plástico oceânico. Será que vem exclusivamente do oceano, da costa ou ainda inclui aquele plástico que tem potencial de chegar ao oceano?

No início deste ano, a Verra e a 3R Iniciative lançaram um Padrão de Redução de Resíduos Plásticos com o intuito de melhorar as regras e solidificar o mercado. A metodologia inclui o estabelecimento de normas e requisitos para que os projetos possam ser certificados; a obrigatoriedade de auditorias independentes de escritório e campo para garantir que os padrões sejam atendidos; métodos sólidos e técnicos de quantificação de coleta ou reciclagem para esse tipo de projeto; e a possibilidade de inclusão no Verra Registry, um depósito central de todos os projetos registrados com rastreio da geração, da retirada e do cancelamento dos créditos de plástico.

O caminho ainda é longo para uma maior maturidade desse mercado. Hoje em dia, créditos de carbono, por exemplo, já são associados a uma mudança de todo um modelo de gestão dentro das empresas, já bastante distante de apenas contabilidade e compensação de carbono. No mercado de emissões, créditos só fazem sentido se estão atrelados a benefícios socioambientais, causando impactos positivos não apenas na natureza, mas nas pessoas, nas comunidades.

De toda forma, o caminho é também promissor, especialmente para o Brasil. Por aqui, temos a Política Nacional de Resíduos Sólidos e ter um mercado de incentivo à economia circular, contemplando todas as nossas cooperativas de catadores com mais recursos, tecnologia e geração de renda é, certamente, uma boa notícia.

Enquanto os créditos de plástico não atingem tal maturidade, aproveite para conhecer o Programa Compromisso com o Clima. Compense as emissões de carbono da sua empresa de forma simples, segura e escalável, ao lado de grandes organizações, e gerando impacto e sustentabilidade de forma colaborativa.

 

 

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aterro

Você sabe o que é um aterro sanitário?

Você sabe o que é um aterro sanitário?

Em suma, o Aterro Sanitário é o aprimoramento de uma das técnicas mais antigas utilizadas para descarte de resíduos: o aterramento. Atualmente, é uma obra de engenharia que objetiva acomodar resíduos no solo para utilizar o menor espaço prático e causar o menor dano possível ao meio ambiente e à saúde pública.

A técnica consiste basicamente na compactação dos resíduos no solo na forma de camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte.

O aterro é considerado um dos métodos sanitários mais simples de destinação final de resíduos sólidos urbanos, mas ainda exige, claro, a adoção de cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a seleção e preparo da área até sua operação e monitoramento.

Podemos identificar dois tipos de aterros hoje:

  • Aterro convencional: envolve a formação de camadas de resíduos compactados, que são sobrepostas acima do nível original do terreno resultando em configurações típicas de “escada” ou de “troncos de pirâmide”;
  • Aterro em valas: são utilizadas trincheiras ou valas visando facilitar o aterramento dos resíduos. Assim que ocorre o preenchimento total da trincheira é devolvida ao terreno a sua topografia inicial.

Desafios

O aterro sanitário deve operar de modo a garantir proteção ao meio ambiente, impedindo a contaminação das águas subterrâneas pelo chorume (líquido de elevado potencial poluidor, de cor escura e de odor desagradável, resultado da decomposição da matéria orgânica) e evitando o acúmulo do biogás resultante da decomposição anaeróbia dos resíduos.

A maioria dos rejeitos que vão parar em aterros podem ser reciclados. Infelizmente, porém, este potencial é frequentemente desperdiçado, sendo os aterros ainda o principal destino de grande parte dos resíduos gerados nos centros urbanos.

Fatores de ordem técnica e econômica inviabilizam significativamente alguns processos de reciclagem, deixando como alternativa o descarte dos resíduos em aterros. Além disso, a falta de disponibilidade de recursos também é frequentemente um fator preponderante para a implantação e operação de técnicas mais avançadas para o tratamento de resíduos em diversas localidades.

Desta forma, o aterro sanitário não deve ser considerado um vilão ou uma técnica ultrapassada dentro dos processos de proteção ambiental, mas como saída atualmente empregada para o descarte disciplinado de resíduos no solo.

Fonte: ATERRO Sanitário: Definições. InCetesb. [S. l.], Março 2020. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/biogas/aterro-sanitario/. Acesso em: 28 jun. 2021.

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megasites

Afinal, o que é um megasite?

Afinal, o que é um megasite?

A definição do termo “megasite” ainda abre margem para discussões entre muitos daqueles que trabalham no setor de áreas contaminadas e pesquisadores da área ambiental. Segundo o programa WELCOME (Water, Environment and Landscape management at Contaminated Megasites), desenvolvido na União Europeia, um megasite pode ser definido como uma área de grandes proporções (composta de 5 a 500 km²) com diversas fontes de contaminação, provenientes de atividades industriais presentes ou passadas, gerando um impacto considerável ao ambiente (águas subterrâneas, águas superficiais e/ou por vias aéreas). Na conferência de Lille, na França, organizada pela NICOLE, Steve Wallace também apontou em sua definição do termo a necessidade do envolvimento de mais de um proprietário da área para o completo entendimento dos riscos e para o desenvolvimento de uma solução efetiva. 

Por conta de sua complexidade e extensão, a União Europeia entende que megasites dificilmente têm seus projetos de remediação e redesenvolvimento concluídos em curto prazo, representando comumente um desafio de muitas décadas. Para facilitar o gerenciamento de tais áreas, o programa WELCOME desenvolveu a Estratégia de Gerenciamento Integrado (Integrated Management Strategy – IMS), com o foco em auxiliar gestores a identificar quais áreas apresentam maiores riscos, estabelecer prioridades para redução destes riscos e definir investimentos, minimizando custos e maximizando a eficiência da gestão.

Um excelente exemplo de aplicação do IMS, que pode ser utilizado como estudo de caso para inúmeros projetos envolvendo megasites no futuro, é o redesenvolvimento do Porto de Rotterdam, na Holanda. Contando com cerca de 3 mil áreas industriais (sendo cerca de 1 mil ainda ativas), de 10 a 15 mil fontes de contaminação e uma extensa área de 5 mil hectares, o  gerenciamento do Porto de Rotterdam foi desenvolvido utilizando uma avaliação de risco baseada em clusters (agrupamentos), em que áreas que apresentavam riscos semelhantes aos receptores eram agrupadas, considerando que, nestas opções similares de gerenciamento, poderiam ser aplicadas. Foram considerados como receptores as águas superficiais, as águas subterrâneas sob o porto e as que desaguam nos diques, e os receptores na superfície dos sites. 

O formato integrado do gerenciamento permitiu a eficiência econômica do projeto, além de um melhor entendimento holístico da contaminação em uma área de complexas condições hidrogeológicas. É importante lembrar que as diferentes fontes e plumas de contaminação interagem entre si no ambiente, por muitas vezes se sobrepondo e até mesmo alterando algumas de suas propriedades ao longo do tempo e também como resultado dessas interações e esforços pontuais. Assim, a remediação de uma pequena área, de forma não integrada, não é apenas ineficiente no sentido de não considerar essas interações completamente, como também pode gerar alterações nas plumas e fontes das redondezas do terreno. No caso do Porto de Rotterdam, foi estimado que, mesmo que fosse tecnicamente viável a condução de projetos de remediação pontuais em cada site separadamente, o custo total destes esforços alcançaria cerca de 1,5 bilhões de euros.

A aplicação do IMS no Porto de Rotterdam intenciona fomentar a abordagem integrada para gerenciamento de riscos para os próximos 50 anos, garantindo a qualidade da água subterrânea local e a mitigação de riscos em uma área que hoje é, além do maior porto marítimo da Europa e importante rota de entrada e saída de insumos no continente, também uma interessante opção turística na região metropolitana em que se insere.

Dentre outras ações, foi de grande importância realizar um inventário extensivo de todo o megasite, possibilitando o desenvolvimento de um modelo conceitual da área. Assim, concluiu-se, por exemplo, que a redução de descartes industriais seria mais eficiente no manejo da contaminação em corpos d’água superficiais, em comparação com a descarga de contaminantes proveniente do solo. Outra estratégia adotada proveniente das conclusões fornecidas pelo modelo conceitual desenvolvido foi a combinação de ações localizadas, pontuais a cada site, de remoção de hot spots de solo e água subterrânea (em aquífero raso) contaminados, e ações abrangentes a todo o megasite, focando na atenuação natural aprimorada da contaminação do aquífero profundo, com instalação de barreiras de contenção nas fronteiras de alguns sites, quando necessária. Por fim, em acordo com a legislação vigente (local e da União Europeia), o sistema aquífero raso nas redondezas do megasite foi considerado uma zona de gerenciamento de riscos.

Naturalmente, houveram (e ainda há) dificuldades encontradas na aplicação do IMS no Porto de Rotterdam, incluindo barreiras legislativas, envolvimento do público e integração de stakeholders. Ainda assim, porém, é um interessante estudo de caso que mostra a complexidade do gerenciamento de megasites e a importância da adoção de metodologias integradas para este fim, de modo a permitir a obtenção de resultados positivos e interessantes para todos os envolvidos de forma eficiente e com bom custo benefício.

No Brasil, o termo “megasites”, com a conotação aqui expressada, ainda é pouco explorado e conhecido até mesmo pelo próprio mercado de gerenciamento de áreas contaminadas. No XI Seminário Ekos, que ocorreu em outubro de 2018, foi apresentado pelos autores José Carlos Rocha Gouvêa Junior, Lélia Cristina da Rocha Soares e Marilda Mendonça Guazzelli Ramos Vianna um artigo descrevendo a aplicação do IMS em um megasite de grande relevância na cidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A aplicação resultou na definição de clusters específicos para a área, além do planejamento de etapas subsequentes, envolvendo a classificação de áreas de atenção localizadas no interior do site, a elaboração de um programa de investigação e monitoramento para cada área de atenção definida e a delimitação dos limites do site e áreas de contorno, facilitando assim o gerenciamento integrado. Como ponto principal, a aplicação do IMS na área mostrou a viabilidade do modelo e o potencial que este ainda representa para outros megasites no país. O resumo do estudo pode ser encontrado no site da rede NICOLE Latin America (em inglês).

De forma a explorar o tema de forma mais abrangente e aprofundada no contexto brasileiro, a rede NICOLE está desenvolvendo publicações focadas nos conceitos relacionados a megasites e o potencial da aplicação de modelos como o IMS em outras localidades do território nacional, incluindo o levantamento dos megasites hoje existentes na região e de estudos de caso que ilustrem a importância de abordagens integradas.

O entendimento aprofundado de áreas tão complexas como megasites e o desenvolvimento e aplicação de modelos integrados de gerenciamento destas áreas, de forma a possibilitar o correto manejo dos impactos negativos e a exploração do potencial de impactos positivos, são fatores de evidente relevância para o mercado ambiental brasileiro. Espera-se que o tema seja cada vez mais debatido nos próximos anos, e abra portas para inovações e mais pesquisas com foco nacional.

 

Referências:

REPORT OF THE NICOLE WORKSHOP: Sharing experiences in the management of megasites: towards a sustainable approach in land management of industrially contaminated areas. Lille, France. 29-31 October 2003.

Durant, N.D.; Cox, E. E. Management of Megasites in the United States: Remediation Strategies, Technology Selection, and Cleanup Costs. [ONLINE] Disponível em: https://www.miljoeogressourcer.dk/filer/lix/3030/6_20-_20Neal_20Durant.pdf. Acesso em maio de 2021.

Malina G., Krupanek J., Sievers J., Grossmann J., Meer J., Rijnaarts H.H. Integrated Management Strategy for Complex Groundwater Contamination at a Megasite Scale. In: Twardowska I., Allen H.E., Häggblom M.M., Stefaniak S. (eds) Soil and Water Pollution Monitoring, Protection and Remediation. NATO Science Series, vol 69. Springer, Dordrecht, 2006. https://doi.org/10.1007/978-1-4020-4728-2_37

Gouvêa Jr., J. C. R.; Soares, L. C. R.; Vianna, M. M. G. R. Integrated Management Strategy for Usina Presidente Vargas (UPV) Megasite. [ONLINE] Disponível em: http://nicolelatinamerica.com/wp-content/uploads/2021/03/IntegratedManagementStrategyforUPVMegasite.pdf. Acesso em maio de 2021.

 

 

 

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Parque Villa Lobos

Parque Villa Lobos: a transformação de uma área degradada para um dos parques mais visitados da cidade de São Paulo

Parque Villa Lobos: a transformação de uma área degradada para um dos parques mais visitados da cidade de São Paulo

Quem visita o Parque Villa Lobos hoje muitas vezes não sabe ou imagina o que aquela grande área na zona oeste da cidade de São Paulo foi há alguns anos atrás.

Entulho, resíduos da construção civil, restos de lixo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), além de 80 famílias vivendo de forma precária, faziam parte da paisagem da área de 732 mil m² onde hoje está o parque.

Os primeiros estudos para a viabilização do parque foram apresentados em 1987, seguidos dos Decretos Estaduais 28.335 e 28.336/88, que destinavam os 732 mil m² para um “parque de lazer, cultura e esporte”. Em 1989, a ideia começou a crescer através do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).

Foram retirados 500 mil m³ de entulho com mais de 1 metro de diâmetro e movimentados 2 milhões de m³ de entulho e terra para acerto das elevações existentes. Todos estes materiais foram em seguida cobertos por solo de boa qualidade, vindo de escavações, de obras autorizadas e, principalmente, das obras da instalação do metrô. Esses materiais de cobertura impedem que os resíduos possam gerar qualquer problema para quem frequenta o parque.

Atualmente, não há indícios de chorume, uma vez que a quantidade de resíduos depositados no local era pequena, mesmo que os resíduos domiciliares descartados no local fossem, em maior parte, orgânicos. Para o plantio das árvores, nas décadas de 80 e 90, foram adicionados materiais terrosos de subsolo e elaboradas covas de 1 m³. Devido à dificuldade de existir matéria orgânica na grande quantidade de terra utilizada, o plantio e crescimento das árvores tomou um tempo maior do que o normalmente observado. Além disso, não houve a necessidade de instalação de dutos para monitoramento, e durante o processo de estabelecimento do parque a CETESB acompanhava denúncias, inicialmente analisando, multando e autuando quando necessário. O parque foi entregue no final do ano de 1994, e até os dias de hoje são elaboradas melhorias para o seu melhor desenvolvimento e conservação.

Países como Inglaterra, Japão e China também já adotaram a recuperação ambiental como uma alternativa de transformação social, econômica e financeira em suas respectivas sociedades. A transformação de locais de aterro em áreas de uso social permite não somente um aumento do bem estar social, por oferecer à população uma opção gratuita de lazer e aproximação à natureza (fator de grande importância em zonas urbanas, especialmente em áreas metropolitanas), oferece a região uma maior valorização e crescimento econômico, como também gera outros benefícios à cidade e região, muitos relacionados aos serviços ambientais de parques, como a melhoria da qualidade do ar local, criação de corredores ambientais para diversas espécies, em algumas circunstâncias, um maior controle de enchentes devido à alta permeabilidade do solo no local,  a redução do efeito de ilhas de calor, bastante frequente em grandes áreas urbanas, entre outros.

O parque Villa Lobos é um dos primeiros cases de sucesso de recuperação ambiental no Brasil que, além de resultados ambientais positivos, também teve e tem consequências efetivas até os dias de hoje nos âmbitos sociais e econômicos da região oeste da cidade de São Paulo.

 

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áreas contaminadas

O que são áreas contaminadas e suas ocorrência no Brasil

O que são áreas contaminadas e sua ocorrência no Brasil

 

Por Luciana Ferreira e Yasmin Mascarenhas.

Áreas contaminadas são locais onde foi comprovada a presença de poluição ou contaminação causada por substância(s) ou resíduo(s) introduzido(s) à área de forma planejada, acidental ou até mesmo natural, indicando risco potencial ao equilíbrio ambiental e/ou à saúde humana. A contaminação também causa, por muitas vezes, restrições ao uso do solo e consequentes danos ao patrimônio público e privado, desvalorizando propriedades e afetando o planejamento regional e urbano (CETESB, 2001; INEA, s.d.).

A preocupação pública com danos ambientais traduzida em legislações, multas e taxas voltadas à sua mitigação é hoje bastante conhecida e discutida em diversos setores, especialmente nas indústrias, mas sua aplicação é consideravelmente recente: foi apenas a partir dos anos 70 que esta começou a aflorar, inicialmente em países desenvolvidos (ABDI, 2012). A revolução industrial brasileira, iniciada na segunda metade do século XIX e intensificada a partir dos anos 30 (SANTANA, 2016), gerou um aumento exponencial e gradual de áreas industriais espalhadas por todo o país, sem que houvesse à época um conhecimento aprofundado dos riscos associados à contaminantes utilizados e gerados nestas áreas. Assim, são vários os locais onde são encontrados, por exemplo, tanques subterrâneos contendo grandes quantidades de compostos perigosos, sem que tenha havido um cuidado específico contra vazamentos quando foram estabelecidos. São também comuns depósitos de resíduos abandonados, tubulações de compostos químicos com rachaduras e vazamentos e antigas áreas de despejos de resíduos sem tratamento prévio.

Foi o surgimento de casos emblemáticos, amplamente divulgados na mídia por sua capacidade de geração de riscos à saúde pública, que levou a população e os órgãos públicos a refletir sobre as consequências negativas de danos ambientais, gerando então todo um arcabouço legal voltado ao gerenciamento de áreas contaminadas, que vem se ampliando e tornando-se mais abrangente ao longo dos anos. No Brasil, é possível citar como importante ponto de partida o caso do complexo industrial das Indústrias Reunidas Matarazzo, localizado em São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, desativado a partir de 1975 como consequência do reconhecimento do poder público dos riscos de exposição da população à compostos como ácido sulfúrico, ácido clorídrico e hexaclorociclohexano. Foi atribuída como causa da grave contaminação local a má gestão dos resíduos produzidos no complexo (IPT, 2016).

A lei CONAMA nº 420, de 2009 (MMA, 2009), recomenda que os órgãos ambientais competentes informem à população, por meio da internet, quais as áreas contaminadas identificadas em sua região de competência e suas principais características. Alguns órgãos, como a CETESB (SP) e o INEA (RJ) contam com cadastros estaduais digitais abertos à população. Porém, ainda são poucas as áreas cadastradas no Brasil, frente ao montante total previsto por profissionais da área e autoridades. Além disso, em 2012, a ABDI apontou em seu Relatório de Acompanhamento Setorial – Competitividade do Setor de Bens e Serviços Ambientais que são estimados que apenas 10% a 15% das áreas contaminadas identificadas foram remediadas, o que mostra o tamanho do desafio que o setor ainda tem pela frente. 

Em muitas regiões, os dados fornecidos à população sobre áreas contaminadas, suas características e ações voltadas ao seu gerenciamento são bastante precários ou inexistentes. O Panorama GAC – Mapeamento da Cadeia de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, publicado em 2016 em uma parceria entre IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), CETESB e AESAS (Associação das Empresas de Consultoria e Engenharia Ambiental), mostrou que nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, não haviam em 2015 dados disponibilizados acerca da identificação das áreas contaminadas presentes no estado, bem como outros dados advindos dessas áreas, tais como suas atividades poluidoras, características das fontes de contaminantes, classificação das áreas, uso atual e meios afetados pelos contaminantes. Sem informações quanto aos locais contaminados e sua natureza, a aplicação da legislação ambiental é falha, abrindo precedentes para a exposição da população à riscos advindos dessa contaminação.

Um bom exemplo de filme que ilustra de forma bem clara como assuntos como esse são de extrema importância e impacto é o “Erin Brockovick – Uma Mulher de Talento”. Este filme retrata a história de Erin (Julia Roberts), mãe de três filhos que vai trabalhar em um escritório de advocacia sem nenhum conhecimento na área e, se envolve em um caso de uma cidade em que a água subterrânea está sendo contaminada por atividades de uma indústria, e causando doenças graves em seus habitantes. No decorrer da história ela luta junto ao escritório e a população envolvida para conseguir 333 milhões de dólares de indenização da Pacific Gas and Electric Company (PG&E). A história desse filme é verídica e aconteceu nos Estados Unidos, foi um dos maiores casos que já ocorreram no país sobre áreas contaminadas. 

Portanto, áreas contaminadas existem em diversas regiões do Brasil e mundo, exigindo atenção, cuidados e monitoramento extremos para que não ocorram riscos à saúde pública e nem ao meio ambiente e, junto a isso, um meio de comunicação e informação eficiente diante a população, ou seja, se a área contaminada tiver os controles e cuidados necessários, a chance de fornecer algum risco é mínima.

 

Bibliografia

 

MMA. RESOLUÇÃO Nº 420, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009. [ONLINE] Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=620. Acesso em 14 de abril de 2021.

CETESB, GTZ. Manual de gerenciamento de áreas contaminadas. 2ª edição. São Paulo: CETESB, 2001.

Portal INEA. Availação de Áreas Contaminadas. [ONLINE] Disponível em: http://www.inea.rj.gov.br/Portal/Agendas/LicenciamentoAmbiental/Licenciamento-saiba-mais/GestaodeRiscoAmbientalTec/AvaliacaodeAreasContaminadas/index.htm%26lang=PT-BR. Acesso em 14 de abril de 2021.

IPT. Panorama GAC: Mapeamento da Cadeia de Gerenciamento de Áreas Contaminadas. Organização Cláudia Echevenguá Teixeira, Flávia Gutierrez Motta, Sandra Lúcia de Moraes. Livro eletrônico. 1ª edição. São Paulo : IPT, 2016.

ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial). Relatório de Acompanhamento Setorial – Competitividade do Setor de Bens e Serviços Ambientais. Setembro, 2012. 

SANTANA, D.S. Revolução Industrial Brasileira: Análise Econômica no Período de 1930 a 1956. Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade Federal de Roraima. Boa Vista, 2016.

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água subterrânea

O uso de água subterrânea e a crise hídrica na Região Metropolitana de São Paulo

O Uso de Água Subterrânea e a Crise Hídrica na Região Metropolitana de São Paulo

Por Sander Eskes e Reginaldo Bertolo

A estiagem ocorrida no estado de São Paulo entre os anos de 2014 e 2015, que provocou historicamente a pior crise hídrica conhecida, pode ser interpretada como efeito das mudanças climáticas em curso. Segundo pesquisas, tais crises hídricas podem se repetir no futuro, dado que a expectativa é de que haja um aumento na frequência, duração e intensidade de eventos climáticos extremos. De acordo com os estudos apresentados nos Planos de Bacia Hidrográfica, as perspectivas futuras para a melhoria da segurança hídrica na bacia do Alto Tietê envolvem a adoção, de forma combinada, de várias medidas:

  • A diminuição das perdas de água tratada da rede pública;
  • A diminuição do consumo (ou o aumento da eficiência do uso da água por parte da população);
  • O aumento da taxa de tratamento de esgoto, seguida da utilização desta água tratada para fins não potáveis;
  • O aumento da captação e uso da água da chuva; e
  • O uso da água subterrânea, que já é historicamente bastante intenso na RMSP, e que garante boa parte da segurança hídrica atualmente.

Estudos do CEPAS|USP, e outros centros de pesquisa, apontam para um uso bastante significativo dos aquíferos da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). São aproximadamente 14 mil poços em operação. A água é utilizada praticamente pela iniciativa privada especialmente em indústrias, condomínios e clubes, sendo poucos os poços destinados para fins de abastecimento público. Em geral, a água subterrânea desses poços apresentam-se com boa qualidade, inclusive para fins potáveis. As vazões individuais dos poços são relativamente baixas, de cerca de 8 m3/h, mas a somatória das vazões individuais representam um valor significativo, estimado em cerca de 10 m3/s, representando 15% da demanda por água em toda a RMSP.

Avalia-se que a água subterrânea representa um recurso imprescindível, pois, na sua falta, o próprio sistema público não conseguiria atender a esta vazão caso os usuários dos poços resolvessem utilizar-se da água fornecida pela concessionária. Porém, há problemas na gestão deste recurso hídrico. Estima-se que cerca de dois terços dos poços sejam irregulares. Outros problemas são a superexplotação e poluição da água subterrânea em alguns setores da região urbana. Neste mapa da RMSP, as áreas em amarelo representam a mancha urbana e os pontos representam um poço outorgado. As áreas de maior adensamento podem representar regiões onde a extração da água é maior que a recarga dos aquíferos, levando-os localmente à exaustão. As áreas em cor laranja representam zonas predominantemente industriais, locais esses também de intenso uso da água por poços. E são essas as áreas onde há uma maior probabilidade de haver áreas contaminadas que comprometem a qualidade da água dos aquíferos.

aquífero

 

Um exemplo é a região do Jurubatuba (em vermelho no mapa), antiga região industrial densamente urbanizada na Zona Sul da Capital, e que apresenta um histórico de contaminação da água subterrânea em diversas profundidades, inclusive a que é extraída pelos poços profundos. A origem da contaminação, especialmente por solventes organoclorados, se deve à ação pretérita de vários atores.

A determinação dos responsáveis pela contaminação do aquífero gera uma situação de insegurança jurídica para os responsáveis legais das áreas contaminadas conhecidas no local. Algumas perguntas que indicam a dificuldade no gerenciamento desta demanda são: Quais seriam os limites de responsabilidade de cada ator? Como diferenciar a identidade das plumas de contaminação em profundidade? Todas as áreas fontes e todos os responsáveis pela contaminação foram identificados?

Um fato, entretanto, é que há usuários de poços na região e arredores, cuja água não passa por monitoramento sistemático de vários compostos químicos poluentes, o que pode levar a saúde do usuário a uma situação de exposição a riscos.

Avalia-se, portanto, a necessidade de se realizar um projeto com as seguintes finalidades:

  • Conhecer melhor a dinâmica dos aquíferos;
  • Recuperar gradativamente a qualidade regional da água subterrânea;
  • Aumentar a disponibilidade de água subterrânea na região; e
  • Diminuir o risco de exposição dos usuários à água subterrânea contaminada.

O Instituto Ekos Brasil está propondo a realização do Programa Regional de Manejo da Qualidade da Água Subterrânea em Jurubatuba, SP, para a otimização da remediação das áreas contaminadas, juntamente com o manejo sustentável do aquífero profundo nesta área de Jurubatuba. Esta proposta está progredindo junto às autoridades competentes do estado e do município do São Paulo.

Prevê-se que este Programa será financiado temporariamente por meio de um fundo privado regional, com mecanismos que permitam a aplicação de contribuições financeiras das partes interessadas por período limitado, oferecendo segurança jurídica para os atuais responsáveis legais por áreas contaminadas. Como benefícios do Programa, avalia-se que a água subterrânea dos aquíferos terá a sua qualidade sendo gradativamente recuperada, ao mesmo tempo em que é utilizada para diversos usos, e com os seus usuários protegidos das situações de riscos.

Várias regiões similares à do Jurubatuba ocorrem na RMSP, mas com pouco conhecimento ainda disponível. Este projeto na região do Jurubatuba pode ser considerado um piloto, com objeto e tempo limitados. A partir de seu êxito, o mesmo conceito poderá ser aplicado em outras partes da RMSP e no país. Assim, avalia-se que este projeto pode contribuir para oferecer a proteção, a segurança e a reutilização das águas subterrâneas urbanas como uma reserva estratégica ou emergencial, o que certamente concorrerá para a atenuação de outras possíveis crises hídricas futuras. No conjunto, tais ações de gestão ambiental representam atributos de uma sociedade atenta à utilização e proteção de seus recursos naturais.

 

*Sander Eskes Ekos Brasil |

*Reginaldo Bertolo – CEPAS|USP – Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas

 

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Instituto Ekos Brasil propõe programa para manejo sustentável de aquífero profundo em Jurubatuba, em São Paulo. Se bem sucedido, pode ser aplicado a outras regiões metropolitanas do País

Instituto Ekos Brasil propõe programa para manejo sustentável de aquífero profundo em Jurubatuba, em São Paulo. Se bem sucedido, pode ser aplicado a outras regiões metropolitanas do País

 

Por: Ana Cristina Moeri, Olivier Maurer e Sander Eskes*

Artigo originalmente publicado na Página 22

 

[Foto: Indústrias instaladas na região de Jurubatuba. Hamilton Furtado/ Wikimedia Commons]

A crise hídrica que atingiu o estado de São Paulo entre os anos de 2014 e 2015 é um fantasma que invariavelmente volta para assombrar a população e as autoridades nos meses de verão. À época, especialistas apontavam que situações de estresse hídrico seriam cada vez mais recorrentes devido à mudança climática. Apesar desse cenário, o uso das águas subterrâneas para o abastecimento público ainda é pouco explorado, tendo desempenhado um papel irrelevante durante a crise hídrica. Estudos apontam um potencial bastante significativo para a exploração dos aquíferos da Região Metropolitana de São Paulo, mas seu uso depende do enfrentamento coletivo de problemas ambientais.

É o caso do aquífero cristalino profundo, que se estende por uma grande área na Região Metropolitana de São Paulo e sofre com problemas de contaminação, principalmente na região de Jurubatuba, na Zona Sul da capital paulista. A região se caracteriza por uma forte atividade industrial a partir da segunda metade do século passado, apresentando densa urbanização com poucas áreas de mata e campo preservadas e um histórico de contaminação de água subterrânea por diversas fontes. Por outro lado, é uma das regiões com uma das maiores extrações de água subterrânea da Bacia do Alto Tietê.

O período mais intenso de contaminação na região de Jurubatuba ocorreu, principalmente, entre as décadas de 1980 e 1990, com a liberação de solventes clorados no solo, que acabaram contaminando as águas subterrâneas mais rasas e o aquífero profundo do local. A partir disso, muitos estudos foram e continuam sendo realizados para detectar o grau de contaminação. É uma tarefa de grande complexidade, pois se trata de um aquífero fraturado, ou seja, um tipo de reservatório subterrâneo em que a água se move pelas fraturas das rochas. Em paralelo, o Ministério Público Estadual já entrou com diversas Ações Civis Públicas exigindo a descontaminação por parte das indústrias instaladas na região à época.

Para enfrentar o problema, o Instituto Ekos Brasil, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), propôs a criação de fundo privado especialmente desenhado para a implementação do Programa Regional de Manejo Sustentável do Aquífero Profundo em Jurubatuba, com mecanismos financeiros que permitam a aplicação de contribuições pelos responsáveis legais por um período limitado. Seu escopo técnico define como objetivo a busca de uma solução pragmática e boa para todos, significando um programa regional eficaz de baixo custo.

O Programa Regional estrutura-se em quatro pilares: 1) criação e manutenção de um banco de dados, reunindo os dados de monitoramento do aquífero profundo de várias fontes, 2) desenvolvimento de ferramentas de apoio à tomada de decisões para os órgãos públicos –  entre os quais Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Ministério Público – e outras partes interessadas para possibilitar o manejo do aquífero profundo como uma reserva estratégica ou emergencial, 3) participação dos responsáveis legais em um acordo coletivo e 4) aumento da disponibilidade local de água subterrânea para os atuais e futuros usuários de poços outorgados.

Entre as principais metas do Plano Regional estão garantir maior disponibilidade de água subterrânea, reduzir as restrições de bombeamento e conquistar melhoria gradativa da qualidade regional da água subterrânea com menor risco de exposição da população.

O trabalho será organizado em quatro frentes: prevenção e proteção, monitoramento regional do aquífero profundo, controle hidráulico e acompanhamento das intervenções em áreas fontes e plumas rasas e realizado por prestadores de serviços contratados por meio de processos de licitação. O compartilhamento de recursos e informações entre os participantes do programa resultará em uma abordagem mais rápida, eficaz e econômica para melhorar a qualidade do aquífero profundo.

Um dos resultados positivos esperados é que o programa contribua para a resolução dos conflitos jurídicos existentes, substituindo-os por um acordo coletivo, oferecendo assim maior segurança jurídica para as empresas participantes. O acordo coletivo também prevê o comprometimento dos participantes do programa regional de intervir nas áreas fontes (instalação ou material a partir dos quais os contaminantes se originam e são liberados para os meios impactados) e plumas rasas (pluma formada por compostos dissolvidos na água subterrânea de até 30 metros de profundidade) para que haja uma redução no fluxo de massa de contaminantes para o aquífero profundo.

A criação desse programa, discutida há meses, foi formalmente apresentada a representantes do estado e do município de São Paulo, de consultorias especializadas, do Ministério Público, de universidades e de ONGs durante o XII Seminário Ekos Brasil, realizado no fim de outubro. As reuniões contaram com a participação efetiva de representantes da Cetesb, do Daee e do Ministério Público do Estado de São Paulo, entre outros.

Ainda que existam iniciativas similares no estado de São Paulo, coordenadas pela Cetesb, esta é a primeira vez que se propõe a criação de um programa focado especificamente em melhorar a qualidade da água subterrânea do aquífero profundo. Jurubatuba será o projeto-piloto desenhado a muitas mãos, envolvendo todos os atores sociais, políticos e econômicos relevantes para seu sucesso.

A partir de seu êxito, o mesmo conceito poderá ser aplicado em outras regiões metropolitanas. A proteção, o monitoramento, a reutilização e o manejo das águas subterrâneas urbanas como uma reserva estratégica ou emergencial pode ajudar a mitigar uma crise hídrica no futuro, proporcionando melhor perspectiva de segurança de abastecimento hídrico para a sociedade.

*Ana Cristina Moeri é diretora-presidente do Instituto Ekos Brasil. Mestre em Geografia pela Universidade de Zurique, Suíça; Olivier Maurer é PhD em Geologia de Engenharia na École des Ponts et Chaussées, Paris; e Sander Eskes é doutor em Engenharia Ambiental pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP).

Site compila vida e obra de Ana Primavesi

Site compila vida e obra de Ana Primavesi 

No último dia 3 de outubro, a pioneira da agroecologia no Brasil, Ana Primavesi, comemorou seus 99 anos. Quase como um presente e uma homenagem ao seu legado na área, a engenheira agrônoma ganhou um site na internet que compila boa parte dos seus estudos e histórias de vida.

Com um projeto gráfico lindíssimo da artista plástica Pamella Somioni – que usou cores baseadas em tintas de solo e fez todos os desenhos – o site contempla textos, artigos científicos e técnicos, artigos de revistas, jornais, fotos, vídeos, referencias, curiosidades sobre sua vida e conteúdos em espanhol, inglês e alemão. Tudo agora disponível a pesquisadores e interessados em agronomia.

“O acervo é tão grande que gradativamente será incorporado ao site, trazendo sempre novidades”, escreveu em comunicado a equipe do site.

Ana Primavesi é de origem austríaca e estudou em tempos de nazismo e guerra na Europa. Já casada e doutora em agronomia, veio para o Brasil com o marido e aqui enfrentou diversas criticas por defender a ciência do solo.

Primavesi tem mais de dez livros publicados, sendo um deles um marco da agroecologia no Brasil: Manejo Ecológico do Solo, da década de 1980.

Acesse o site e conheça mais sobre a vida e a obra dessa grande agrônoma!

Ana Moeri apresenta o NGO Solution no Americana.org. Conheça o projeto! 

Ana Moeri apresenta o NGO Solution no Americana.org. Conheça o projeto! 

No último dia 28 de março, o Instituto Ekos Brasil, representado pela coordenadora Ana Cristina Moeri, esteve no maior evento multi-setorial de meio ambiente da América do Norte, o Americana.org, que reuniu mais de 10 mil participantes em Montreal, no Canadá.

O Ekos Brasil esteve presente para apresentar os resultados e a experiência obtida no Seminário Ekos Brasil/SustRem 2018, o maior evento de remediação sustentável da América Latina, que se realizou em outubro passado, em São Paulo. De forma inovadora, o Seminário tratou dos aspecto sociais da remediação de áreas contaminadas.

Ana Moeri compartilhou com o público presente um documento com os principais resultados e considerações obtidos junto aos participantes do Seminário, cerca de 400 especialistas nacionais e internacionais.

O que é o NGO Solution

O destaque dessa apresentação ficou por conta do projeto “NGO Solution”.

A proposta, que teve origem no Seminário, é que uma organização não-governamental de credibilidade, independente e com profundo conhecimento técnico tenha a responsabilidade de dialogar com stakeholders, autoridades responsáveis e gerenciar um caso de remediação, incluindo o desenvolvimento de um plano de ação.

 

 

Ana Moeri apresenta resultados do Seminário Ekos Brasil/Sustrem 2018 no Americana Forum, em Montreal 

Ana Moeri apresenta resultados do Seminário Ekos Brasil/SustRem 2018 no Americana Forum, em Montreal 

A coordenadora do Instituto Ekos, Ana Moeri, está em Montreal no Canadá, esta semana, e apresentará os resultados do Seminário Ekos Brasil/SustRem 2018 no importante Fórum Americana, que realizará sua 13ª edição de 26 a 28 de março de 2019.

O Americana é o mais importante fórum ambiental e também feira internacional de tecnologias para o meio ambiente da América do Norte. Na edição deste ano, estão previstas mais de 200 apresentações e atividades envolvendo os tópicos mais pertinentes e atuais com relação ao setor ambiental.

Moeri será a porta-voz do Instituto Ekos Brasil ao apresentar os propósitos, próximos passos e feedbacks provenientes da realização do Seminário Ekos Brasil/Sustrem 2018, o maior da América Latina em Remediação Sustentável, que aconteceu no final de outubro, em São Paulo.

Mais de 10.000 pessoas são esperadas para o evento em Montreal e o Instituto Ekos Brasil se sente honrado em se unir aos mais diversos especialistas do setor para perseguirmos juntos o objetivo de transformar o futuro.