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Parque Villa Lobos: a transformação de uma área degradada para um dos parques mais visitados da cidade de São Paulo

Cibele Lana 11 maio 2021

Parque Villa Lobos: a transformação de uma área degradada para um dos parques mais visitados da cidade de São Paulo

Quem visita o Parque Villa Lobos hoje muitas vezes não sabe ou imagina o que aquela grande área na zona oeste da cidade de São Paulo foi há alguns anos atrás.

Entulho, resíduos da construção civil, restos de lixo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), além de 80 famílias vivendo de forma precária, faziam parte da paisagem da área de 732 mil m² onde hoje está o parque.

Os primeiros estudos para a viabilização do parque foram apresentados em 1987, seguidos dos Decretos Estaduais 28.335 e 28.336/88, que destinavam os 732 mil m² para um “parque de lazer, cultura e esporte”. Em 1989, a ideia começou a crescer através do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).

Foram retirados 500 mil m³ de entulho com mais de 1 metro de diâmetro e movimentados 2 milhões de m³ de entulho e terra para acerto das elevações existentes. Todos estes materiais foram em seguida cobertos por solo de boa qualidade, vindo de escavações, de obras autorizadas e, principalmente, das obras da instalação do metrô. Esses materiais de cobertura impedem que os resíduos possam gerar qualquer problema para quem frequenta o parque.

Atualmente, não há indícios de chorume, uma vez que a quantidade de resíduos depositados no local era pequena, mesmo que os resíduos domiciliares descartados no local fossem, em maior parte, orgânicos. Para o plantio das árvores, nas décadas de 80 e 90, foram adicionados materiais terrosos de subsolo e elaboradas covas de 1 m³. Devido à dificuldade de existir matéria orgânica na grande quantidade de terra utilizada, o plantio e crescimento das árvores tomou um tempo maior do que o normalmente observado. Além disso, não houve a necessidade de instalação de dutos para monitoramento, e durante o processo de estabelecimento do parque a CETESB acompanhava denúncias, inicialmente analisando, multando e autuando quando necessário. O parque foi entregue no final do ano de 1994, e até os dias de hoje são elaboradas melhorias para o seu melhor desenvolvimento e conservação.

Países como Inglaterra, Japão e China também já adotaram a recuperação ambiental como uma alternativa de transformação social, econômica e financeira em suas respectivas sociedades. A transformação de locais de aterro em áreas de uso social permite não somente um aumento do bem estar social, por oferecer à população uma opção gratuita de lazer e aproximação à natureza (fator de grande importância em zonas urbanas, especialmente em áreas metropolitanas), oferece a região uma maior valorização e crescimento econômico, como também gera outros benefícios à cidade e região, muitos relacionados aos serviços ambientais de parques, como a melhoria da qualidade do ar local, criação de corredores ambientais para diversas espécies, em algumas circunstâncias, um maior controle de enchentes devido à alta permeabilidade do solo no local,  a redução do efeito de ilhas de calor, bastante frequente em grandes áreas urbanas, entre outros.

O parque Villa Lobos é um dos primeiros cases de sucesso de recuperação ambiental no Brasil que, além de resultados ambientais positivos, também teve e tem consequências efetivas até os dias de hoje nos âmbitos sociais e econômicos da região oeste da cidade de São Paulo.

 

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