#Conteúdo
Conteúdo conscientiza, educa, facilita, gera diálogo e estreita relações. Confira nossos artigos, notícias, publicações autorais e compartilhe com a sua rede.
Um “corredor verde” na cidade, um “rooftop” que vira jardim, o terreno baldio que vira horta, a encosta de um viaduto que se transforma em uma mini floresta vertical. Soluções simples e até visualmente bonitas, mas quase sempre incompreendidas e por isso pouco valorizadas pelos cidadãos comuns.
Re-naturalizar as cidades é, na verdade, uma das soluções baseadas na natureza que têm o intuito, por exemplo, de reduzir o fluxo de água das tempestades que pressionam os sistemas de drenagem em grandes cidades. O mesmo serviço que presta uma floresta na regulação do nosso sistema hídrico natural.
O exemplo é para deixar um pouco mais claro o que significa um dos “termos do momento” no universo da sustentabilidade: Nature-Based Solutions (NbS), ou Soluções Baseadas na Natureza (SbN), uma das metas estabelecidas pelo Marco Global da Biodiversidade.
As Soluções Baseadas na Natureza são ações para proteger, gerenciar de forma sustentável e restaurar ecossistemas naturais ou modificados, que abordam os desafios sociais de forma eficaz e adaptativa, proporcionando simultaneamente benefícios ao bem-estar humano e à biodiversidade
União Internacional para a Conservação da NaturezA
Tecnicamente, é um termo amplo que contempla outras abordagens e estudos já estabelecidos como adaptação baseada em ecossistema (EbA, sigla em inglês) e mitigação (EbM, sigla em inglês), redução de riscos de desastres ecológicos (eco-DRR, sigla em inglês), Infraestrutura Verde (GI sigla em inglês) e Soluções Climáticas Naturais (NCS, sigla em inglês).
Em palavras mais simples, as SbN se inspiram em sistemas e serviços desenvolvidos pela própria natureza com o intuito de resolver ou amenizar alguns dos grandes desafios globais como as mudanças climáticas, a degradação dos ecossistemas, a perda de espécies silvestres e o crescimento cada vez mais preocupante de cidades pouco planejadas, insustentáveis e insalubres.
Acima demos um exemplo de como nossas cidades podem se beneficiar dessas soluções. Mas existem muitos outros que impactam positivamente, de uma maneira geral, a sociedade, a natureza e a economia.
São exemplos de Soluções Baseadas na Natureza a agricultura social (práticas de agricultura desenvolvidas nos centros urbanos e periferias como hortas comunitárias que promovem saúde, inclusão social e aproveitamento “verde” de espaços urbanos); irrigação com água de reuso (assim como a natureza reutiliza a água); restauração de planícies inundadas, dentre outros.
A aposta nas NbS não é à toa. Tais práticas são inovadoras na medida em que garantem serviços de infraestrutura eficientes a um custo muito menor de implementação e manutenção do que outros tipos de engenharia e serviços, sem mencionar o fato de que muitas dessas soluções se tornam autossustentáveis ao longo do tempo.
O conceito de Soluções baseadas na Natureza é uma forma de aumentar a percepção das pessoas sobre os serviços que a natureza presta. Ademais, ajudam a atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Além disso, ao mesmo tempo em que entregam infraestrutura, as NbS também edificam maior resiliência climática ao sequestrar carbono, gerar habitat para a biodiversidade, promover o crescimento verde, a eficiência energética, a melhoria da qualidade do ar, dentre outros, e ainda gerar cobenefícios sociais para como recreação e inclusão para as comunidades envolvidas.
Nesta segunda-feira (16), teve início o evento econômico mais aguardado pela comunidade internacional, o Fórum Econômico Mundial 2023, que acontece em Davos, na Suíça. Com o tema “Cooperação em um Mundo Fragmentado”, o evento se estenderá até o dia 20 e reúne lideranças comprometidas com os rumos da economia nos próximos anos em meio aos avanços tecnológicos, adaptações à COVID-19, mudança do clima e necessidade de uma existência mais saudável para bilhões de pessoas.
Com mais de 50 anos de história, o Fórum Econômico Mundial de Davos começou como um simpósio focado apenas no mercado europeu e evoluiu para um evento mundial anual, de grande proporção internacional. Em 2023, são aguardados cerca de 2.700 participantes, incluindo centenas de chefes de estado e ministros de vários países.
Temas com foco ambiental como a mudança do clima, poluição por resíduos plásticos, energias limpas, economia circular, uso da terra, áreas costeiras e carbono azul, recursos hídricos e carbono zero em cadeias de suprimentos são alguns dos assuntos previstos a serem debatidos nos painéis do evento.
Do Brasil estão a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e o ministro Fernando Haddad (Fazenda), que foram a Davos com uma mensagem de retomada econômica e protagonismo ambiental. A expectativa é que os ministros reforcem a conexão fundamental entre a economia e o meio ambiente e estimulem o alinhamento de medidas práticas para o avanço das pastas em conjunto.
No primeiro dia, a ministra do Meio Ambiente participou do painel “Em Harmonia com a Natureza” no qual reforçou a importância do compromisso ético de lideranças com a sustentabilidade, não apenas com foco em meio ambiente e economia, mas também com o viés social, visando o combate às desigualdades. A ministra também participará do painel “A Amazônia em uma Encruzilhada” nesta quinta-feira.
“Sustentabilidade não será uma política setorial, mas transversal, passando pelas políticas de energia, indústria, mobilidade, por todos os setores”, ressaltou Marina Silva.
A Diretora de Relações Institucionais do Instituto Ekos Brasil, Ciça Wey de Brito, participou no último dia 4 da posse da ministra Marina SIlva e destacou que, em suas falas, Marina se comprometeu a trabalhar para que a política ambiental volte a ter o mais alto nível de prioridade no atual governo.
“A Ministra Marina reforçou a necessidade de o governo ter a agenda ambiental tratada de forma articulada por todos os setores do governo, para que os acordos assumidos pelo país no âmbito internacional possam ser cumpridos em sua totalidade”, complementa Ciça.
Para o Ekos Brasil, é esperado que ao longo do Fórum a sustentabilidade seja tratada como uma aliada para o crescimento econômico internacional. “Ações de combate ao desmatamento na Amazônia, por exemplo, são fundamentais para a prosperidade econômica e social de todo o globo. É importante que os ministros levem essa realidade para Davos e alertem as lideranças sobre os impactos do desequilíbrio ecossistêmico na economia mundial”, ressalta Ciça Wey.
Além dos ministros, o Brasil também estará representado pelos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Eduardo Leite (RS) e Helder Barbalho (PA).
É possível acompanhar a programação, acessar os convidados e assistir às transmissões abertas no site oficial do evento (em inglês).
Com o objetivo de endereçar os desafios globais dos efeitos das mudanças climáticas, teve início neste domingo (06) a semana a 27a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas pela Mudança do Clima (COP 27), este ano sediada pela República Árabe do Egito.
O evento internacional acontece de 6 a 18 de novembro e reforça, mais uma vez, a mensagem de que é preciso a implementação de ações imediatas e de esforços globais, além da participação de todos os atores da sociedade, para frear as ameaças sociais, ambientais e econômicas já em curso em consequência do atual modelo econômico vigente.
Durante as duas próximas semanas, a expectativa é de que os tomadores de decisão de diversas partes do globo apresentem novas ações mais robustas de combate às mudanças climáticas e prestem conta das iniciativas desenvolvidas até o momento.
A Conferência é um marco anual que orienta o rumo de políticas públicas e, inclusive, o planejamento estratégico de empresas comprometidas com a transição para uma economia de baixo carbono. No Egito não será diferente. A COP 27 tem a intenção de contribuir para acelerar as reduções das emissões globais, escalar exponencialmente ações de adaptação climática e ampliar os fluxos de financiamento para projetos de impacto socioambiental.
Além da sessão principal, acontecem outras quatro sessões concomitantes à COP. Saiba mais sobre cada uma delas.
É o encontro dos observadores, ou seja, partes que não compõem o Acordo de Paris, logo não tem papel em tomadas de decisão. No entanto, realizam um papel importante de supervisão sobre a tomada de decisão das partes para promover sua implementação de forma efetiva.
A COP27 servirá de base para o encontro das partes do Protocolo de Kyoto, que tratará da implementação efetiva deste acordo que é um tratado importante para redução de emissão de gases de efeito estufa. A primeira reunião do Protocolo de Kyoto aconteceu em Montreal, no Canadá, em 2005.
Subsidiary Body for Scientific and Technological Advice apoia permanentemente a COP com a provisão de informações cientificas e tecnológicas. As principais áreas de ação do SBSTA incluem impactos, vulnerabilidade e adaptação à mudança climática; promoção e transferência de tecnologia para desenvolvimento ambiental; e condução técnica no preparo e aprimoramento dos guias dos inventários de emissões de gases de efeito estufa. Por isso, essa sessão atua como uma parte relevante junto ao IPCC.
Além da reunião dos representantes na COP, também realizam outras duas oficiais ao longo do ano para deliberações científicas: em Bonn, na Alemanha, para trabalhar os assuntos de suas áreas de expertise, como vulnerabilidade e medidas de resposta aos impactos da crise climática nos países em desenvolvimento, mecanismos tecnológicos, comitê de adaptação etc; e o Mecanismo Internacional de Varsóvia sobre Perdas e Danos associados aos Impactos da Mudança Climática
É responsável por colocar em prática o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris. É por meio do SBI que se constroem instrumentos para implementação de transparência, mitigação, adaptação, finanças verdes e capacidade tecnológica que visam atingir a ambição das partes. Desde 2014, o SBI busca avançar em MRV (measurament, reporting and verification) – na medição, reporte e verificação -, critérios transparentes para prover dados técnicos relacionados à emissão dos gases de efeito estufa.
Visite o site oficial da COP 27 para saber mais: https://www.cop27.eg/#/
O Instituto Ekos Brasil seguirá acompanhando as notícias e as decisões da COP 27. Fique de olho em nossas redes sociais.
E se você representa uma empresa interessada em compensar suas emissões de Gases de Efeito Estufa, o Compromisso Com o Clima conecta grandes empresas e projetos dedicados a gerar benefícios sociais e ambientais. Saiba mais clicando aqui.