INSTITUTO ECKOS LOGO

Blog

Confira nossos artigos, notícias e publicações autorais

#Conteúdo

FIQUE POR DENTRO

Conteúdo conscientiza, educa, facilita, gera diálogo e estreita relações. Confira nossos artigos, notícias, publicações autorais e compartilhe com a sua rede.

Mapa Mundi na cor verde. Fórum Econômico Mundial 2023.

Fórum Econômico Mundial 2023 e o direcionamento socioambiental

Nesta segunda-feira (16), teve início o evento econômico mais aguardado pela comunidade internacional, o Fórum Econômico Mundial 2023, que acontece em Davos, na Suíça. Com o tema “Cooperação em um Mundo Fragmentado”, o evento se estenderá até o dia 20 e reúne lideranças comprometidas com os rumos da economia nos próximos anos em meio aos avanços tecnológicos, adaptações à COVID-19, mudança do clima e necessidade de uma existência mais saudável para bilhões de pessoas. 

Com mais de 50 anos de história, o Fórum Econômico Mundial de Davos começou como um simpósio focado apenas no mercado europeu e evoluiu para um evento mundial anual, de grande proporção internacional. Em 2023, são aguardados cerca de 2.700 participantes, incluindo centenas de chefes de estado e ministros de vários países.

O que está em pauta?

Temas com foco ambiental como a mudança do clima, poluição por resíduos plásticos, energias limpas, economia circular, uso da terra, áreas costeiras e carbono azul, recursos hídricos e carbono zero em cadeias de suprimentos são alguns dos assuntos previstos a serem debatidos nos painéis do evento. 

Do Brasil estão a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e o ministro Fernando Haddad (Fazenda), que foram a Davos com uma mensagem de retomada econômica e protagonismo ambiental. A expectativa é que os ministros reforcem a conexão fundamental entre a economia e o meio ambiente e estimulem o alinhamento de medidas práticas para o avanço das pastas em conjunto.

A voz do Brasil

No primeiro dia, a ministra do Meio Ambiente participou do painel “Em Harmonia com a Natureza” no qual reforçou a importância do compromisso ético de lideranças com a sustentabilidade, não apenas com foco em meio ambiente e economia, mas também com o viés social, visando o combate às desigualdades. A ministra também participará do painel “A Amazônia em uma Encruzilhada” nesta quinta-feira. 

“Sustentabilidade não será uma política setorial, mas transversal, passando pelas políticas de energia, indústria, mobilidade, por todos os setores”, ressaltou Marina Silva.  

A Diretora de Relações Institucionais do Instituto Ekos Brasil, Ciça Wey de Brito, participou no último dia 4 da posse da ministra Marina SIlva e destacou que, em suas falas, Marina se comprometeu a trabalhar para que a política ambiental volte a ter o mais alto nível de prioridade no atual governo. 

“A Ministra Marina reforçou a necessidade de o governo ter a agenda ambiental tratada de forma articulada por todos os setores do governo, para que os acordos assumidos pelo país no âmbito internacional possam ser cumpridos em sua totalidade”, complementa Ciça.

Para o Ekos Brasil, é esperado que ao longo do Fórum a sustentabilidade seja tratada como uma aliada para o crescimento econômico internacional. “Ações de combate ao desmatamento na Amazônia, por exemplo, são fundamentais para a prosperidade econômica e social de todo o globo. É importante que os ministros levem essa realidade para Davos e alertem as lideranças sobre os impactos do desequilíbrio ecossistêmico na economia mundial”, ressalta Ciça Wey.

Além dos ministros, o Brasil também estará representado pelos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Eduardo Leite (RS) e Helder Barbalho (PA).

É possível acompanhar a programação, acessar os convidados e assistir às transmissões abertas no site oficial do evento (em inglês). 

Acompanhe também nosso site e redes sociais.

swisscam

Swisscam promove evento sobre mercado de carbono e o papel do setor privado. Veja como foi

No último dia 20, lideranças públicas, empresariais, jurídicas e civis se reuniram na residência oficial do Cônsul Geral da Suíça em São Paulo, Pierre Hagmann, a convite da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira (Swisscam), para dialogar sobre “O Mercado de Carbono e o papel do setor privado”. O evento foi exclusivo para as empresas associadas à Swisscam com a perspectiva de auxiliá-las a assumirem mais protagonismo no mercado de carbono brasileiro.

Além do presidente e vice-presidente da Swisscam, Flávio Silva e Ana Moeri, respectivamente, estiveram presentes como painelistas o Embaixador da Suíça Pietro Lazzeri, o Secretário Nacional da Amazônia e Serviços Ambientais, Marcelo Donnini Freire, o Diretor Executivo do Banco de Investimento UBS BB e Head de ESG, Frederic de Mariz, o Gerente Global de Sustentabilidade Digital na Syngenta, Guilherme Raucci, e o Sócio da Tozzini Freire Advogados, Vladimir Abreu.

Palestrantes e representantes da Swisscam ao final do evento.
Crédito: Swisscam.

O Embaixador Lazzeri conduziu a abertura compartilhando o pioneirismo da Suíça na implementação do Artigo 6 do Acordo de Paris em acordos de cooperação bilaterais com países como Gana, Peru, Senegal, Tailândia, dentre outros. De acordo com o Embaixador, esses acordos complementam  os esforços internos da Suíça para alcançar suas metas da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês), mas são uma forma de acelerar a redução das emissões.

Embaixador Lazzeri conduziu a abertura compartilhando o pioneirismo da Suíça.
Crédito: Swisscam.

“Nesses acordos, os dois governos autorizam a transferência (dos créditos de carbono) com garantia de reconhecimento aos investidores, garantindo que não aconteça a dupla contagem e formalizam o respeito aos direitos humanos, além de um conjunto de critérios para integridade ambiental e desenvolvimento sustentável”, explica ao mencionar o acordo com o Peru.  No caso do Brasil, o Embaixador enfatizou o enorme potencial que existe em relação ao mercado de carbono. Neste contexto, a Suíça está em diálogo com as autoridades brasileiras e os diversos atores interessados nesta questão, a fim de compartilhar boas práticas e experiências. A possível aprovação de uma lei específica pelo Congresso brasileiro seria um passo significativo inclusive em perspectiva de possíveis cooperações internacionais. 

O Secretário Nacional da Amazônia e Serviços Ambientais, Marcelo Donnini Freire “pegou o gancho” para iniciar a sua fala: “Oxalá teremos um acordo bilateral com a Suíça”. Em seguida, defendeu que o atual governo avançou na pauta de carbono e no Pagamento por Serviços Ambientais – PSA, enfatizando especialmente o progresso da agenda no âmbito executivo com a publicação do Decreto 11.075, em maio de 2022. “O Decreto vai até o limite do que podíamos fazer, de acordo com a legislação de 2009 – a Política Nacional de Mudança do Clima – que diz que os principais setores da economia devem ter seus planos de mitigação estabelecidos. Fomos até o limite para avançar na construção da infraestrutura nacional para isso”, ressalta.

Frederic de Mariz apresentou a visão do setor financeiro sobre o Mercado de Carbono.
Crédito: Swisscam.

O evento contou ainda com a visão do setor financeiro sobre a temática do Mercado de Carbono com a presença de Frederic de Mariz, Diretor Executivo do Banco de investimento UBS BB e Head de ESG. Mariz destacou que o alcance das metas e compromissos previstos, seja para 2030 ou para 2050, só serão possíveis com parcerias e políticas públicas, como estabelecido pelo ODS17 – Parcerias e Meios de Implementação – e enfatizou que os bancos têm um papel primordial nessas relações ao intermediar a captação de capital estrangeiro para as iniciativas brasileiras íntegras e éticas.

O executivo ressaltou que, da parte dos investidores, a procura por fundos cada vez mais alinhados aos propósitos ESG é crescente e as empresas que emitem títulos no mercado precisam se adaptar a essa procura. “Da parte do emissor, em especial o emissor brasileiro, (…) o mercado de dívida com algum selo ESG triplicou. Foi um recorde. 47% dessa dívida com selo ESG foi feita com selo verde que é o que atrai mais interesse”.

Mariz, que é também professor de Finanças Sustentáveis e Investimento de Impacto na Columbia University (EUA), apontou o potencial do Brasil para ser uma liderança em finanças sustentáveis. E indicou linhas mestras para que isso aconteça: padronização dos créditos de carbono, disseminação do conhecimento (advocacy), publicações em inglês, ganhar voz no mercado e compreender que é preciso abrir o tema do carbono para além dos créditos, englobando também a biodiversidade e os cobenefícios socioambientais.

Crédito: Swisscam.

Em seguida, Guilherme Raucci, Gerente Global de Sustentabilidade Digital na Syngenta, demonstrou com números e casos como o setor do agronegócio tem grande responsabilidade no mercado de carbono. De fato, o setor de alimentos, por exemplo, é responsável por cerca de um quarto das emissões de gases de efeito estufa globais, mas também pode contribuir com a descarbonização das cadeias produtivas. “Existem oportunidades de finanças verdes, de pagamento por serviços ambientais, assim como carbono atrelado aos produtos. No setor de alimentos já vemos empresas trabalhando com esse conceito: carne de baixa emissão, soja de baixa emissão etc. (…) E apesar da problemática do escopo 3, temos como ajudar produtores a produzir commodities com menor emissão”.

Pietro Lazzeri, Guilherme Raucci e Vladimir Abreu reunidos durante o pequeno debate que encerrou os conteúdos do evento protagonizado pela Swisscam.
Crédito: Swisscam.

Para que as oportunidades avancem é primordial que a regulamentação também avance. Por isso, a última explanação do dia tratou da “Regulamentação do Mercado de Carbono no Brasil” com a contribuição do advogado Vladimir Abreu. Ele destacou pontos importantes do Decreto 11.075 como a criação de uma central de registro única de créditos (SINARE). “O SINARE é um ponto positivo porque hoje estamos sujeitos aos padrões estrangeiros. Isso traz segurança jurídica. O registro aqui também ajuda na não dupla contagem”.

Abreu também apresentou o potencial que a regulamentação do Mercado de Carbono pode trazer para o Brasil. “A Lei traz como benefício a atração do investimento estrangeiro (segurança jurídica) e a precificação dos atributos não-climáticos e salvaguardas ambientais”, finaliza.  

Palestrantes reunidos no pequeno debate do evento conduzido pela Swisscam.
Crédito: Swisscam.

O evento foi encerrado com um breve debate com perguntas dos participantes, um coquetel com a participação de todos os participantes e com vinho suíço.

Compromisso Com o Clima 2021

Confira os resultados do Programa Compromisso Com o Clima 2021

Confira os resultados do Programa Compromisso Com o Clima 2021

Em ritmo de final de ano, o Programa Compromisso com o Clima divulga os resultados do edital de 2021. 

No encerramento desta edição, alcançamos a marca de 32 projetos inscritos e 18 projetos cadastrados, que dispunham de 2,8 milhões de créditos disponíveis para comercialização na Plataforma Ekos Social – 800 mil a mais do que no último ano. As iniciativas trabalham com diferentes linhas temáticas: Agricultura, Floresta e Uso do Solo (REDD+, restauro florestal com espécie nativa); Energia (biomassa renovável, energia solar, energia eólica), Manejo de Resíduos, além de outros tipos.

Os projetos passaram por robusta avaliação técnica e jurídica e foram submetidos a etapas que avaliaram elegibilidade, impactos positivos, riscos, verificação de documentos, entre outras.

resultados ccc 2021

Sobre o Compromisso com o Clima 

Desde 2017 conectamos empresas interessadas em compensar suas emissões de Gases de Efeito Estufa e projetos dedicados a gerar benefícios sociais e ambientais.

Com o apoio de grandes parceiros, o programa Compromisso Com o Clima vem expandindo seu alcance e segue com o propósito de engajar o setor privado em ações de responsabilidade climática.

O objetivo do programa é compensar as emissões de carbono das organizações, ao mesmo tempo em que proporciona benefícios socioambientais para as comunidades envolvidas.

Faça parte do Programa Compromisso com o Clima.

Entre em contato para entender como se juntar a nós e fazer a diferença.

[su_button url=”https://compromisso.ekos.social/?_ga=2.220506456.118405651.1630600175-405206104.1624296419&_gac=1.91947496.1629402459.CjwKCAjwgviIBhBkEiwA10D2j8Qiil_d8k87jXctVAwIDMiFoue2mv04FAuFxFasZO0F8WOioqtY7RoCTjAQAvD_BwE” target=”blank” style=”3d” background=”#6094a1″ size=”6″ center=”yes” radius=”round”]Acesse o site do Compromisso com o Clima[/su_button]

[siteorigin_widget class=”categoryPosts\\Widget”][/siteorigin_widget]

E do ESG: checklist para a excelência da sua empresa em sustentabilidade

E do ESG: checklist para a excelência da sua empresa em sustentabilidade

O mercado financeiro já entendeu que a valorização das empresas está intrinsecamente ligada ao seu comprometimento com o meio ambiente, com a comunidade ao seu entorno e com práticas éticas e justas de governança, dentro e fora dos seus limites. De fato, a sigla ESG (Environmental, Social, Governance) ganhou a mídia, os fundos de investimento e é a mais nova “sensação” no mercado, com publicidade em TV aberta e mobiliário urbano pelas grandes cidades.

Se alguns acreditam que “chegou a nossa hora” de ver o jogo virar em favor da sustentabilidade, outros acham que é “conversa fiada”. Não, não é e não deve ser.

Se você também acredita nisso, mas não sabe por onde começar com a sua organização, a seguir sugerimos algumas linhas de ação para começar a refletir sobre sua estratégia de sustentabilidade pela parte ambiental. Para elaborar essas sugestões, tivemos como base a metodologia de avaliação de impacto das empresas  proposta pelo Sistema B.

Por onde começar?

Instalações

Um bom começo é avaliar se as estruturas físicas da sua organização podem ser, totalmente ou em parte, substituídas por escritórios virtuais ou espaços compartilhados de trabalho. Algumas operações são inevitavelmente dependentes de uma estrutura física, mas quem sabe, outras não, auxiliando significativamente na redução do impacto ambiental.

Além disso, se a sua empresa já mantém instalações virtuais, uma boa prática é estruturar uma política formal para incentivar a reciclagem, a eficiência energética, o descarte correto de resíduos eletrônicos, e inclusive indicar fornecedores que possuem selos ou operações comprovadamente sustentáveis.

✅ A organização pode ter (ou ter mais) escritórios virtuais ou espaços compartilhados de trabalho?

✅ Temos uma política formal de instrução sobre práticas sustentáveis em escritórios virtuais?

Energia

Monitorar o consumo de energia da sua organização é sem dúvida primordial para dar início a um novo modelo de comportamento e de operações. Para tanto, é possível contar com consultorias especializadas que quantificam e avaliam o consumo de energia e também podem indicar metas de redução de acordo com cada realidade.

Em alguns contextos, às vezes é possível usar fontes de energia limpa ou renovável, em outros casos, é possível comprar energia renovável (de forma indireta) de uma fonte externa.

✅ Monitoramos e gerenciamos o consumo de energia da organização?

✅ Contamos com fontes renováveis ou limpas de energia para nossas operações?

✅ Temos metas de redução de energia?

✅ Nossos colaboradores entendem os impactos associados a energia que consumimos e a importância do uso racional de energia?

Emissões de Gases de Efeito Estufa

O avanço da agenda sobre as Mudanças Climáticas e a popularização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ajudaram muitas organizações a iniciar a gestão corporativa das suas emissões de gases de efeito estufa. Isso incluiu evoluir do inventário de emissões e uma primeira contabilidade de carbono, para uma ação estratégica alinhada com uma economia de baixo carbono.

O caminho ainda se inicia com o inventário, mas inclui a adoção de ferramentas, metas concretas, investimentos em mitigação das mudanças climáticas e, inclusive, influência positiva no mercado por ações sustentáveis, o que reflete uma verdadeira mudança de cultura.

Sobre esse ponto, não podemos deixar de mencionar o programa Compromisso com o Clima que conecta organizações interessadas em compensar suas emissões de Gases de Efeito Estufa com projetos socioambientais de impacto positivo. Em três anos de existência, o programa conta com oito apoiadoras institucionais, 15 projetos e já deixou de emitir 2,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente verificadas, contribuindo significativamente para que as organizações apoiadoras alcancem suas metas de redução e compensação de emissões.

✅ Temos inventário de emissões de gases de efeito estufa?

✅ Temos metas de redução, compensação e eliminação de emissões de GEE?

✅ Temos a mitigação das mudanças climáticas contemplada no planejamento financeiro da empresa e fazemos investimentos em sustentabilidade?

✅ Entendemos o quanto nosso negócio está exposto aos riscos físicos, regulatórios e de mercado que estão associados às mudanças climáticas?

✅ Somos capazes de influenciar o mercado com nossa postura e cultura sustentáveis?

Água

Monitorar e registrar o consumo de água também é o passo inicial para estabelecer metas de redução na sua organização. Num primeiro momento, as metas podem ser baseadas no consumo anual anterior, mas com uma campanha e linhas de ação claras e simples, as metas podem ser mais ousadas a cada ano de acordo com o consumo sustentável da bacia hidrográfica da sua região. As ações também podem incluir sistemas para reuso e tratamento da água para diferentes operações.

✅ Monitoramos o consumo de água?

✅ Temos metas de redução para o consumo de água?

✅ Sabemos de onde vem a água que consumimos e quais os principais desafios locais para a segurança hídrica?

[su_highlight]Leia também: Gestão das emissões de carbono: três empresas e suas ações por uma agenda climática positiva.[/su_highlight]

Resíduos

Outra linha de ação ambiental é o cuidado, o monitoramento e a gestão dos resíduos, sejam eles perigosos (pilhas, baterias, tinta, equipamentos eletrônicos, etc) ou não.

A sua organização pode contribuir com a reciclagem e a coleta municipal de resíduos, mas pode também fazer muito mais, como contratar um fornecedor com certificação de descarte responsável, além de incluir a economia circular em seu processo de produção, disponibilizando ou doando resíduos sólidos para a operação de outras organizações.

O Brasil, inclusive, possui uma Política Nacional de Resíduos Sólidos e exige transparência na gestão dos resíduos. Assim como nas emissões, também é possível estabelecer metas de resíduo zero.

✅ Fazemos a gestão de resíduos?

✅ Estamos atendendo a Política Nacional de Resíduos Sólidos?

✅ Temos metas de redução de resíduos ou de produção mais limpa?

✅ Tratamos e descartamos adequadamente os resíduos perigosos?

Se pareceu muita coisa, pode acreditar, é apenas o começo. Até porque apesar dessas linhas de ação serem muito importantes, elas podem e devem fazer parte de uma estratégia bem estruturada de sustentabilidade que envolva também a comunidade, os clientes, fornecedores e a governança da organização como um todo.


[siteorigin_widget class=”categoryPosts\\Widget”][/siteorigin_widget]
mercado voluntário de carbono

Por que o mercado voluntário de carbono valorizou e o que o Brasil tem a ganhar com isso.

Por que o mercado voluntário de carbono valorizou e o que o Brasil tem a ganhar com isso

Pode parecer até contraditório, mas a verdade é que enquanto a crise pandêmica enfraqueceu economias ao redor do mundo, ela acabou por valorizar um outro mercado, o mercado voluntário de carbono, com reflexos positivos inclusive no Brasil. 

Isso aconteceu em grande parte porque a pandemia evidenciou a estreita ligação existente entre ambiente e economias, não obstante o mercado financeiro já estivesse pressionando as empresas a encarar as mudanças climáticas como riscos sistêmicos aos negócios, com capacidade de impactar recursos, receitas e mercado consumidor.  

De fato, por dois anos consecutivos, Larry Fink, CEO da Black Rock, uma das maiores gestoras de fundos de investimento do mundo, enviou sua tradicional carta ao mercado, no início de 2020 e no início deste ano, alertando as lideranças corporativas sobre a certeira desvalorização de empresas sem comprometimento com as mudanças climáticas.

“A pandemia materializou aqueles riscos ambientais que poucos prestavam atenção antes e colocou a mudança do clima como o próximo grande risco. E o setor financeiro teve um papel importante, com mais ações de responsabilidade sendo exigidas tanto por bancos quanto por fundos de investimento do mercado financeiro”, destaca Thiago Othero, coordenador técnico do Instituto Ekos Brasil e especialista em gestão de carbono.

Essa mudança de percepção levou a uma verdadeira corrida por parte das organizações privadas por práticas denominadas ESG (da sigla Ambiental, Social e Governança, em inglês), impulsionando a eliminação e neutralização das suas emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) como parte da estratégia de valorização de mercado. A compensação de emissões a partir da compra de créditos de carbono foi um dos mecanismos escolhidos em larga escala por essas organizações, por sua eficiência, resultado em curto prazo e cobenefícios socioambientais.

Tal corrida gerou uma grande demanda pelos créditos disponíveis, o que ocasionou a um aumento de preço bastante significativo no último período.

De acordo com o relatório State of Voluntary Carbon Markets 2020, o preço médio dos créditos associados à iniciativas Nature Based-Solutions e Natural Climate Solutions, por exemplo, tiveram um aumento de 30%. Além disso, o valor de mercado de créditos gerados por iniciativas de Uso do Solo, Agricultura e Floresta, como é o caso de projetos REDD, foi duas vezes maior do que aqueles gerados por iniciativas de Energia Renovável. 

O que temos a ganhar?

Primeiro é preciso compreender que os créditos de carbono são gerados a partir de projetos ou iniciativas que comprovaram e certificaram sua redução de emissões de GEE. Em geral, trata-se de projetos de geração de energia renovável, substituição de combustível fóssil, manutenção de áreas de floresta em contextos de desmatamento, dentre outros. Ao vender esses créditos de carbono, tais iniciativas são recompensadas com recursos dos compradores, sendo esses recursos reinvestidos na comunidade e na economia local.

Por isso, levando em consideração de que o Brasil é, sem dúvidas, um dos países com maior potencial para o desenvolvimento de tais projetos, por sua rica biodiversidade, áreas conservadas, potencial para energia renovável, para citar apenas alguns, a valorização do mercado de carbono é uma porta larga para a entrada de investimento estrangeiro e, até mesmo nacional, aplicados no fortalecimento de economias locais, conservação ambiental e iniciativas produtivas sustentáveis.

O Programa Compromisso com o Clima contempla uma gama desses projetos geradores de créditos de carbono. Um exemplo é a Cerâmica CGM no nordeste do Brasil que substituiu a lenha nativa do Cerrado em seus fornos por biomassa renovável. A redução das emissões levou à geração de créditos de carbono no mercado voluntário. Os recursos obtidos com a venda são reinvestidos na comunidade em ações educativas, esportivas e ambientais, além de inclusivas, com a contratação de mulheres e deficientes. Outro exemplo é o projeto de REDD+ Manoa, desenvolvido pela Biofílica em parceria com o Grupo Triângulo. Este projeto conserva uma área de mais de 74 mil hectares no município de Cujubim, estado de Rondônia. A área, além de abrigar uma rica biodiversidade, tem papel de corredor ecológico, interligando unidades de conservação próximas.  

Ao aderir ao Compromisso com o Clima a sua empresa pode compensar emissões com projetos como esses de forma simples, segura e eficiente.

 


[siteorigin_widget class=”categoryPosts\\Widget”][/siteorigin_widget]

Relatório de Riscos Globais 2021 mantém riscos ambientais como agenda prioritária mundial para a próxima década

Relatório de Riscos Globais 2021 mantém riscos ambientais como agenda prioritária mundial para a próxima década

 Depois de sua edição histórica em 2020, na qual pela primeira vez os riscos ambientais estiveram no topo das ameaças para a próxima década, ocupando as 5 primeiras posições do ranking de riscos por impacto, chegou a vez de conferir novamente as reflexões, tendências e conclusões do Global Risks Report 2021 (Relatório de Riscos Globais 2021).  O documento elaborado anualmente serve como base para as discussões do Fórum Econômico Mundial, que este ano acontece em formato virtual, nos dias 25 e 29 de janeiro, reunindo 1.200 líderes de 60 países.

No ano em que o Fórum se desenrola durante uma pandemia global e tem a confiança como tema principal – “Crucial Year to Rebuild Trust (O ano crucial para reconstruir a confiança, em tradução livre) – mais uma vez o Relatório de Riscos Globais aponta a interdependência entre os impactos sociais, econômicos e ambientais, mantendo os riscos deste último no topo da lista e incluindo, obviamente, as doenças infecciosas 

Para Sônia Favaretto, especialista em Sustentabilidade e integrante do Conselho Técnico do Instituto Ekos Brasil, o fato de os riscos ambientais continuarem figurando como os principais riscos para a próxima década demonstra que a agenda ganhou evidência e que empresas, lideranças e investidores ao redor do mundo serão cobrados, cada vez mais, por suas práticas ESGs.

Cobrança que já começou. Em sua também tradicional carta endereçada aos CEOs de todo o mundo, Larry Fink, CEO e chairman da Black Rock, maior gestora de investimentos do mundo, pressionou as lideranças por uma transição para um modelo de negócios compatível com uma economia neutra em carbono. “À medida que a transição se acelera, empresas com estratégias de longo prazo bem articuladas e um plano claro para abordar a transição para a neutralidade em carbono irão se destacar perante seus stakeholders – perante clientes, autoridades governamentais, colaboradores e acionistas – por inspirar a confiança de que elas conseguem navegar através desta transformação global”, escreveu.  

A lista

Entrevistas realizadas com 650 pessoas de várias comunidades do Fórum dão origem a duas listas em evidência no relatório: uma com os principais riscos por probabilidade e outra com os principais riscos por impacto. Todos eles são divididos em cinco categorias e cores (Econômico, Ambiental, Geopolítico, Social e Tecnológico).

No ano passado, na lista por probabilidade, os cinco primeiros riscos do ranking eram ambientais. Este ano, como sinalizamos, o relatório incluiu as doenças infecciosas.

 

  

Portanto, os cinco primeiros riscos por probabilidade são: 1. Eventos climáticos extremos; 2. Falha em agir sobre as mudanças climáticas; 3. Desastres ambientais causados pelo homem; 4. Doenças Infecciosas; 5. Perda da Biodiversidade. E entre os riscos por impacto, temos: 1. Doenças Infecciosas; 2. Falha em agir sobre as mudanças climáticas; 3. Armas de destruição em massa; 4. Perda de biodiversidade; 5. Desastres naturais.

Dos 30 riscos identificados, cinco são relacionados ao meio ambiente, sendo os riscos de curto prazo, com probabilidade de acontecer nos próximos dois anos: Eventos Climáticos Extremos e Desastres ambientais causados pelo homem. E de longo prazo, com probabilidade de acontecer entre cinco e dez anos: Perda da Biodiversidade, Crise dos Recursos Naturais e Falha em agir sobre as mudanças climáticas. Este último, inclusive, foi considerado o risco de maior preocupação global, seguido por Perda da Biodiversidade (5ª posição), Eventos Climáticos Extremos (8ª posição) e Desastres ambientais causados pelo homem (9ª posição). 

“Para mim, é a comprovação de que essa agenda (a de sustentabilidade) cada vez mais deixa de ser paralela, deixa de ser acessória. As pessoas, os profissionais, os executivos, as lideranças e os governos começam a entender que, de fato, a gente precisa olhar para o negócio não só mais do ponto de vista financeiro, mas um financeiro novo, que considere questões sociais e ambientais. E ter os riscos ambientais como os principais para a próxima década só comprova esse movimento”, comentou Favaretto.

A especialista ainda recomenda que as empresas brasileiras façam bom uso do relatório como ferramenta de trabalho para orientar planejamentos estratégicos, antecipar a materialização desses riscos e atuar como protagonistas de transformação dessa realidade. “Todo risco traz uma oportunidade”, conclui.

 

[siteorigin_widget class=”categoryPosts\\Widget”][/siteorigin_widget]

Gestão das emissões de carbono: três empresas e suas ações por uma agenda climática positiva

Os riscos ambientais e econômicos relacionados às mudanças climáticas começam a ocupar, cada vez mais, as agendas estratégicas do setor privado. E o cenário crescente de acordos, regulações e mecanismos de precificação, que não é exclusivo ao Brasil, proporciona oportunidades para que as empresas evoluam não apenas a compreensão, como também a gestão das suas emissões de carbono.

De acordo com Thiago Othero, coordenador de projetos do Instituto Ekos Brasil, existem quatro pilares principais para que as instituições estejam preparadas para tratar as emissões de ponta a ponta em suas cadeias produtivas: mensurar e divulgar suas emissões; ter um objetivo de redução e adotar um plano transitório para uma economia de baixo carbono; realizar investimentos financeiros para reduzir, mitigar e zerar emissões; além de influenciar e educar o mercado a seguir os mesmos passos.

No Brasil, temos alguns exemplos de empresas já seriamente comprometidas com a gestão das emissões e com estratégias bem maduras. Três delas, que são apoiadoras institucionais do programa Compromisso com o Clima, compartilharam em evento on-line organizado pelo programa, suas principais iniciativas com a agenda das mudanças climáticas. O evento contou com cerca de 90 participantes e teve como tema: “Gestão das Emissões de Carbono: da teoria à prática”. Você pode assistir à transmissão completa aqui.

Lojas Renner

A trajetória da varejista com a gestão de suas emissões de carbono teve um marco inicial em 2010, quando realizaram o primeiro inventário de emissões. De lá pra cá, a empresa já adotou uma série de medidas de redução e mitigação, dentre elas, o uso de fontes de energia renovável e de baixo impacto, além da meta de reduzir suas emissões absolutas de Gases de Efeito Estufa em 20%, com base no inventário de 2017.

Eduardo Ferlauto, gerente sênior de sustentabilidade das Lojas Renner, também destacou o projeto Produção Mais Limpa, uma série de ações de engajamento com os fornecedores para que também eles protagonizem e elevem os seus padrões de performance ambiental.

Eduardo enfatizou o a importância de iniciativas como o Programa Compromisso com o Clima, que promovem cooperação e colaboração entre as empresas, como essenciais para construir uma agenda climática positiva. “O ambiente de troca e boas práticas com todos os parceiros que conseguimos construir dentro do programa está gerando muito aprendizado e fortalecendo muito a nossa visão de futuro para uma estratégia de mudanças climáticas”, completou.

MRV

A MRV desenvolve um trabalho em relação às mudanças climáticas a partir de um plano mais amplo em prol dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. Reconhecendo a importância da Ação Climática (ODS 13) para o seu negócio, a MRV iniciou uma série de ações para gerenciar suas emissões, desde o canteiro de obras até o relacionamento com o cliente final.

Assim como a Renner, a empresa também vem trabalhando o engajamento dos fornecedores para que se comprometam com a economia de baixo carbono. Atualmente, cerca de 97% das emissões da MRV são provenientes dos seus fornecedores, o que demonstra a importância de olhar para toda a cadeia produtiva e não apenas para dentro da própria empresa.

“Temos uma responsabilidade muito grande com esses fornecedores e com a nossa cadeia, de não só conscientizar, mas ver novas viabilidades de projetos, processos, inovações e assim por diante”, comentou Thais Morais, especialista em sustentabilidade na MRV.

Itaú

O Banco Itaú é um dos protagonistas do Programa Compromisso com o Clima e na ocasião, Isabela Aroeira, do Squad de Finanças Climáticas da organização, destacou justamente a participação no programa como uma de suas ações na gestão de carbono, facilitando, de maneira inovadora, a seleção dos projetos para compensação.

Dentre os benefícios do programa, Isabela sinalizou a importância das avalições técnicas e jurídicas, realizadas respectivamente pelo Ekos Brasil e pelo escritório de advocacia Mattos Filho, que também apoia o Compromisso com o Clima. Na visão da empresa, essas avaliações reduzem o risco da compra dos créditos de carbono, dando tranquilidade para a escolha dos projetos e trazendo celeridade ao processo de compensação.

Acesse os materiais institucionais do evento, neste link.

O Instituto Ekos Brasil busca novos apoiadores que também desejam aprimorar suas estratégias de mudanças climáticas. Se a sua empresa tem interesse no Programa, entre em contato.


 

 

 

 

[siteorigin_widget class=”categoryPosts\\Widget”][/siteorigin_widget]

Perspectivas de mercado e do setor privado sobre mecanismos de baixo carbono

A rede de organizações integrantes do Programa Compromisso com o Clima promoveu, na última quinta-feira, 22, a terceira edição da série de encontros Diálogos sobre a nova economia, dessa vez totalmente online

No webinar, especialistas e gestores das empresas apoiadoras comentaram sobre as tendências de mercado e sobre como as organizações estão reforçando seus compromissos com a sustentabilidade. O webinar teve abertura de Ana Moeri, Presidente do Instituto Ekos Brasil, que relembrou brevemente o histórico do Programa e o quanto este avançou nos 3 anos de sua existência. 

Na sequência, Gustavo Fontenele, do Ministério da Economia, destacou os avanços realizados no âmbito do projeto PMR (Project for market readiness) Brasil. 

Segundo Gustavo, o PRM Brasil busca fornecer informações para determinar se a precificação de carbono deveria ser implementada no Brasil, e sob qual formato. O Projeto está se aproximando do seu término, após passar por diversas etapas nas quais foram realizados estudos setoriais para avaliar a política e a modelagem de impactos da precificação de carbono, além das consequências da precificação na economia e no marco regulatório. 

Gustavo destacou ainda que os estudos permitiram identificar algumas vantagens de se adotar um modelo de mercado (Sistema de Comércio de Emissões), como a custo-efetividade, a flexibilidade, a transparência e o fomento à novos negócios que consigam identificar vantagens competitivas com a nova regulação.

O evento teve sequência com um painel de troca de experiências, que foi moderado por Denise Hills, Diretora Global de Sustentabilidade da Natura e contou com a participação de João Carlos Redondo, Diretor de Sustentabilidade da RaiaDrogasil, Viviane Otsubo Kwon, advogada especializada em Direito Ambiental, Mercado de Ativos Ambientais e Sustentabilidade do Mattos Filho Advogados e Thiago Othero, Coordenador de Projetos do Ekos Brasil. 

Viviane evidenciou o compromisso da Mattos Filho em neutralizar suas emissões até 2050 e como o Compromisso com o Clima se encaixa na estratégia da organização por ser complementar ao trabalho que era feito internamente. Segundo a advogada, a Mattos Filho realizava a avaliação jurídica dos projetos que apoiava, mas faltava uma avaliação técnica, que agora é uma das competências do Ekos Brasil. Viviane mencionou também que o ambiente de colaboração entre os apoiadores é outro aspecto positivo da participação no Programa. 

Questionada por Denise Hills sobre como os projetos candidatos são avaliados no Programa, Viviane citou alguns dos critérios analisados, como a titularidade dos créditos de carbono, a conformidade legal das organizações responsáveis pelo projeto e a ausência de dupla contagem das reduções de emissões geradas. E destacou que a avaliação jurídica da Mattos Filho busca fornecer recomendações para que os apoiadores entendam e evitem alguns riscos de cada projeto, o que é muito importante, pois não existem situações de risco zero.  

Já João Carlos Redondo, da RaiaDrogasil, compartilhou como a temática de mudanças climáticas foi incorporada na gestão das operações da empresa. Segundo João, a operação da empresa não é intensiva em emissões, mas quando se considera todas as unidades da organização e suas operações de distribuição, a escala de emissões e o potencial de redução é considerável. 

E acrescentou que a RaiaDrogasil tem o compromisso de trabalhar para reduzir seus impactos quanto a  resíduos, energia e emissões. Internamente, inclusive, a empresa busca soluções para otimizar a climatização e iluminação de suas unidades, responsáveis por boa parte das emissões e do consumo de energia. 

A compensação de emissões permite lidar com o impacto das emissões remanescentes e, nesse aspecto, a adesão ao Compromisso com o Clima foi positiva, já que organizar uma estrutura interna de avaliação e seleção dos projetos seria muito complexo. Segundo João, a participação no Programa trouxe segurança à organização, pois há competência técnica dos responsáveis e um ambiente de colaboração com os demais apoiadores.

Ao final do painel, Thiago Othero, do Instituto Ekos Brasil, apresentou as principais atividades do Programa, centradas na avaliação e seleção de projetos e na operação da Plataforma Ekos Social, onde as informações dos são facilmente acessíveis aos apoiadores institucionais. Além disso, Thiago comentou sobre o ambiente de colaboração entre o Ekos Brasil e os apoiadores e sobre como o Programa vem buscando fomentar novos tipos de projeto de forma coletiva.

Após o painel foi a vez de Caio Gallego, Coordenador de Projetos REDD+ da Biofílica, comentar sobre os desafios de promover a conservação da Amazônia e a importância do mercado voluntário de carbono. Segundo Caio, a Biofílica, que vem atuando desde 2008, passou por muitas fases ao longo de sua existência. No início, um papel importante da empresa era de explicar o mercado e buscar o engajamento, tanto dos potenciais compradores quanto dos proprietários de áreas que poderiam ser conservadas. 

À época, não havia uma clareza sobre o potencial real de mercado do REDD+, mas a Biofílica decidiu investir nesta agenda e avançou no desenvolvimento de projetos. Atualmente, os projetos da Biofílica apresentam impactos socioambientais relevantes, ajudando na preservação de 1,37 milhão de hectares. Caio comentou ainda sobre outros impactos positivos do Projeto de REDD+ Manoa, como conter o desmatamento na região, preservar a biodiversidade e promover ações de capacitação e educação ambiental na região do projeto, que está localizado no Norte do Estado de Rondônia 

Depois de passar por longos ciclos de desenvolvimento do projeto, a Biofílica encontra-se hoje em um ambiente de negócios mais favorável, no qual existe uma boa demanda pelos créditos de carbono de seus projetos. Segundo Caio, o desafio agora é garantir uma oferta para os próximos anos, o que será poderá ser feito pela expansão de seu portfólio de projetos. 

Ao final do evento, Gleice Donini, Superintendente de Sustentabilidade da B3, agradeceu a participação de todos, e comentou sobre o papel da B3 de engajar o setor privado no tema da responsabilidade climática. 

Para conhecer mais detalhes sobre o que foi apresentado, você pode assistir a gravação do webinar na página da TVB3 e baixar os materiais apresentados neste link.

ESG: caminho para o futuro sustentável da sua empresa  

ESG: caminho para o futuro sustentável da sua empresa  

ESG, em inglês, significa Environmental, Social e Governance, ou seja, práticas de gestão corporativa voltadas para responsabilidades ambientais, sociais e de governança.  

Apesar de não ser uma pauta nova, agora, finalmente, ganhou os holofotes do mercado financeiro. E quando a tomada de decisão depende do “bolso”, então podemos acreditar em mudanças reais, não é mesmo?

Um dos marcos dessa reviravolta, sem dúvidas, foi a carta do CEO da Black Rock, a maior gestora de investimentos do mundo, aconselhando outros CEOs ao redor do globo a reverem suas atuações ESG.  Larry Fink foi bem claro: o risco climático é uma ameaça real e contemporânea para o valor de mercado das empresas. Quem não demonstrar interesse e comprometimento com as questões socioambientais pode ser taxado como um negócio de alto risco, perder investimentos dos fundos e valor no mercado.

A partir de então, a mídia, os especialistas, investidores e sociedade como um todo despertaram para o significado e importância do tema.

Mas, efetivamente, quais são os critérios estabelecidos pelo ESG?

Na área ambiental, as empresas devem priorizar a gestão de carbono com planos de ação para quantificar e reduzir a emissão de gases de efeito estufa, realizar compensação, dentre outros, além de priorizar a economia circular, com logística reversa de resíduos, monitoramento e redução do consumo de água e demais recursos naturais, além de  preservar a biodiversidade.

Já no âmbito social são bem-vindos programas para garantir a saúde e segurança do trabalhador, projetos voltados para a comunidade ao entorno ou beneficiadas em iniciativas de responsabilidade social, além da garantia da qualidade do produto ou serviço e a minimização das consequências da cadeia produtiva.

Por fim, no que diz respeito à governança corporativa são observados os sistemas de auditoria e controle ético, independência do conselho e diversidade da diretoria e do quadro de funcionários, além de outras políticas inclusivas.

A penalização por atuações contrárias a esse movimento já começou a acontecer, inclusive no Brasil. Já temos notícias de fundos bilionários retirando investimentos de empresas relacionadas ao desmatamento e às práticas de corrupção. 

Caminhos nacionais para o desenvolvimento sustentável

No Brasil, a implementação de investimentos ESG está apenas no começo, como indicam os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). Lançada em 2020, a pesquisa mostra que apenas 11% das empresas conta com uma área específica para avaliar investimentos ESG e uma quantidade ainda menor, 5%, com um comitê de dedicação exclusiva, mesmo que a maioria reconheça a importância desses critérios, que garantem maior transparência e confiança entre investidores, além de maior sustentabilidade e potenciais lucros.

Apesar da defasagem das empresas brasileiras, a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão , responsável pela bolsa de valores mais importante do país, anunciou que vai alterar o seu Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Isso significa que investimentos sustentáveis e corporações que possuem políticas ambientais responsáveis serão beneficiadas, a partir de 2021, dentro dessa carteira que vale aproximadamente R$ 1,64 trilhão.

Sonia Favaretto, especialista em sustentabilidade e conselheira do Instituto Ekos Brasil, reforça a prioridade da agenda para as empresas brasileiras.

“A atual atenção que a sustentabilidade vem recebendo na mídia e nos mais variados fóruns de discussão no Brasil e no mundo nada mais é do que fruto de uma caminhada que não começou agora. O setor privado brasileiro sempre esteve muito envolvido com essa agenda e procurando adotar as melhores práticas ESG. Agora, vemos os investidores muito mais próximos do tema e querendo que as empresas nas quais investem estejam de fato comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Trata-se de um movimento inadiável, consistente e que só ganha ritmo. Ótimas notícias que precisam estar no radar de todas as empresas e demais atores do mercado.”  

Sendo assim, é muito importante que as organizações nacionais se organizem e se atualizem para que possam representar investimentos sustentáveis atrativos para o mercado.

Por onde começar?

Já há alguns anos, o Instituto Ekos Brasil acompanha o pioneirismo de grandes empresas brasileiras comprometidas com responsabilidades ESG. Essa atuação conjunta fez nascer, por exemplo, a Plataforma Ekos Social que hoje contempla um dos mais respeitados (senão o mais!) programas de responsabilidade climática do Brasil, o Programa Compromisso com o Clima.

Nossa plataforma desburocratiza a gestão de carbono por parte das empresas com uma oferta de projetos de créditos de carbono já avaliados e auditados, todos com co-benefícios socioambientais, e dá escala a compensação dessas organizações. O Programa reúne grandes empresas como Itaú, Natura, MRV, B3, Lojas Renner, Grupo RD e Mattos Filho Advocacia.

Leia mais: Mercado de Crédito de Carbono entra na mira das empresas  

“O Ekos Brasil sempre apoiou empresas em jornadas rumo à sustentabilidade. O Compromisso com o Clima é um ótimo exemplo de uma ferramenta que foi criada com esse objetivo: ajudar empresas a compensar as suas emissões e com isso fomentar uma economia de baixo carbono. Temos  conhecimento especializado para dar esse suporte, implementar e desenvolver estratégias no quesito E (ambiental). Inclusive, esse sempre foi nosso propósito de atuação”, comentou Ana Cristina Moeri, diretora do Instituto Ekos Brasil.

Entre em contato conosco e saiba como desenvolver uma estratégia ESG para a sua empresa.

 

 

[siteorigin_widget class=”categoryPosts\\Widget”][/siteorigin_widget]
[siteorigin_widget class=”WP_Widget_Custom_HTML”][/siteorigin_widget]

Precificação de carbono no Brasil – o mercado regulado está próximo?

Precificação de carbono no Brasil – o mercado regulado está próximo?

Por Thiago Othero* 

No início deste ano, entidades do setor privado reuniram-se com representantes do Governo para discutir a implementação de um mecanismo regulado de precificação de carbono no Brasil. Tal mecanismo, ainda em estudo, deve envolver o comércio de emissões a partir de um sistema cap and trade. (Ver box no final do artigo)

Um mercado regulado pode ajudar a direcionar mais recursos para uma economia de baixo carbono. Nesse cenário, um número crescente de organizações deve passar a reportar suas emissões de Gases de Efeito Estufa e buscar alternativas para reduzir custos e gerar oportunidades com medidas e projetos socioambientais. 

Apesar do tema avançar devagar no Brasil, esse movimento do Governo brasileiro dá continuidade a uma série de ações que vêm sendo desenvolvidas no País. Abaixo, destacamos algumas delas. 

Iniciativa pública por um mercado regulado

O Projeto PMR Brasil (Partnership for Market Readiness Brazil)  tem por objetivo discutir a conveniência e oportunidade da inclusão da precificação de emissões em território nacional. Com início em 2014 e previsão para encerrar ainda em 2020, o PMR pode prover o  Governo brasileiro com uma série estudos essenciais para embasar a decisão sobre como implementar a precificação de carbono e também dar indicativos para os próximos passos. 

Em uma segunda fase desse projeto, a partir de julho de 2020, o Banco Mundial dará início ao PMI (Partnership for Market Implementation) e, com ele, espera-se que o Brasil e outros 29 países coloquem em prática iniciativas piloto ou de larga escala envolvendo a precificação de carbono, alinhadas com suas prioridades nacionais e com os compromissos estabelecidos com o Acordo de Paris. 

O “empurrão” do setor privado 

Além dessas iniciativas públicas, não podemos deixar de destacar a atuação do setor privado em conduzir a agenda de precificação de carbono no País. Por aqui, bancos privados e grandes empresas vêm se posicionando favoravelmente ao mercado regulado. Articuladas pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), lançaram publicações importantes sobre o assunto, que fornecem diretrizes sobre como a precificação de carbono pode tomar forma no Brasil. 

Dentre essas publicações, destacamos em especial a Carta Aberta do Setor privado apoiando à precificação de carbono no Brasil  e o mais recente Posicionamento Empresarial sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris.

Possíveis características do mercado de carbono regulado no Brasil 

Considerando o que está disponível no PMR e nos documentos do CEBDS, podemos esperar que a precificação de carbono no Brasil:

[su_list icon=”icon: check”]

  • Priorize mecanismos de mercado (comércio de emissões), desenhado de forma a não elevar a carga tributária
  • Tenha uma implementação gradual, com um primeiro período de compromisso restrito a poucos setores da economia e ambições mais modestas. A ênfase deste primeiro período, que deve durar entre dois e cinco anos, será no aprendizado e no desenvolvimento da governança e dos instrumentos necessários para o mercado.
  • Tenha elementos para proteger a competitividade dos setores envolvidos, especialmente no contexto das exportações e da economia global.
  • Adote regras flexíveis para evitar custos de transação altos.
  • Fomente investimentos privados nacionais e internacionais para o cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) do Brasil, conforme proposto pelo Governo Brasileiro no âmbito do Acordo de Paris.
  • Regule as emissões de determinados setores da indústria, mas permita a participação de outros setores (como agropecuária) por meio da geração de créditos de carbono.
  • Aceite  projetos e créditos de carbono levando em conta os aprendizados dos mecanismos existentes, especialmente do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecido como parte do Protocolo de Quioto.

[/su_list]

Há ainda muito o que se fazer, é verdade. Porém, como destacamos, importantes passos são dados nessa direção. 

Sabemos que a pandemia da COVID-19 deve reduzir o ritmo das decisões nesses próximos meses, mas acreditamos que o interesse do setor privado e de grandes investidores nessa agenda deve ajudar o tema a avançar ainda em 2020. Afinal, o tema das mudanças climáticas e da responsabilidade socioambiental corporativas foram de grande importância na última reunião do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos (Suíça) em Janeiro deste ano. 

A importância do pioneirismo

A experiência em muitos países vêm demonstrando que as empresas que se preparam com antecedência são beneficiadas quando novas regulações entram em vigor. Ou seja, o pioneirismo tem seus custos, mas gera resultados favoráveis no médio e longo prazos.

Empresas como as apoiadoras institucionais do Programa Compromisso com o Clima vêm liderando esta agenda há bastante tempo no Brasil e agora estão muito melhor posicionadas para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos de uma economia que precifica as emissões de carbono. 

Os projetos apoiados pelo Programa desenvolvem iniciativas alinhadas com diversos pontos da NDC brasileira. Ter um mercado regulado ajudaria alavancar ainda mais o financiamento desses tipos de projeto que promovem a redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa ao mesmo tempo que em geram benefícios ambientais para as comunidades ao seu entorno. 

[su_box title=”Como funciona o comércio de emissões” box_color=”#6094a1″ title_color=”#ffffff”]

Nesse mecanismo, é estabelecido um limite de emissões para empresas de um determinado setor.  Caso a empresa emita menos CO2e do que seu limite (cap), ela poderá comercializar (trade) seu excedente com as indústrias que emitiram mais do que o limite. 

Nesse tipo de mecanismo, normalmente também são aceitos os créditos de carbono, que são certificados que uma quantidade de emissões foi reduzida ou removida da atmosfera pela realização de um projeto. Estes projetos tipicamente envolvem a aplicação de uma tecnologia de baixa emissão de CO2 e são realizados por empresas ou organizações sem fins lucrativos de outros setores que não possuem limites de emissão. Desta forma, o mecanismo de comércio de emissões fomenta as reduções de emissões do setor que é regulado e também apoia o desenvolvimento de iniciativas voluntárias em outros setores da economia. 

[/su_box]

*Thiago Othero é especialista em projetos de redução de emissões e serviços de gestão corporativa de carbono. Foi responsável pelo desenvolvimento de projetos de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e sob o mercado voluntário de carbono. Atuou na elaboração de estratégias corporativas de baixo carbono para empresas dos setores financeiro, energético, industrial, de aviação civil e de saneamento, dentre outros. Atua como Coordenador de Projetos no  Programa Compromisso com o Clima.  

 

Referências:

Acordo de Paris e NDC Brasileira: https://cebds.org/acordo-de-paris-e-ndc-brasileira/#.Xo3kHupKjGh

[siteorigin_widget class=”SiteOrigin_Widget_Image_Widget”][/siteorigin_widget]
[siteorigin_widget class=”SiteOrigin_Widget_Image_Widget”][/siteorigin_widget]
[siteorigin_widget class=”categoryPosts\\Widget”][/siteorigin_widget]
[siteorigin_widget class=”LSOW_Icon_List_Widget”][/siteorigin_widget]