E do ESG: checklist para a excelência da sua empresa em sustentabilidade
O mercado financeiro já entendeu que a valorização das empresas está intrinsecamente ligada ao seu comprometimento com o meio ambiente, com a comunidade ao seu entorno e com práticas éticas e justas de governança, dentro e fora dos seus limites. De fato, a sigla ESG (Environmental, Social, Governance) ganhou a mídia, os fundos de investimento e é a mais nova “sensação” no mercado, com publicidade em TV aberta e mobiliário urbano pelas grandes cidades.
Se alguns acreditam que “chegou a nossa hora” de ver o jogo virar em favor da sustentabilidade, outros acham que é “conversa fiada”. Não, não é e não deve ser.
Se você também acredita nisso, mas não sabe por onde começar com a sua organização, a seguir sugerimos algumas linhas de ação para começar a refletir sobre sua estratégia de sustentabilidade pela parte ambiental. Para elaborar essas sugestões, tivemos como base a metodologia de avaliação de impacto das empresas proposta pelo Sistema B.
Por onde começar?
Instalações
Um bom começo é avaliar se as estruturas físicas da sua organização podem ser, totalmente ou em parte, substituídas por escritórios virtuais ou espaços compartilhados de trabalho. Algumas operações são inevitavelmente dependentes de uma estrutura física, mas quem sabe, outras não, auxiliando significativamente na redução do impacto ambiental.
Além disso, se a sua empresa já mantém instalações virtuais, uma boa prática é estruturar uma política formal para incentivar a reciclagem, a eficiência energética, o descarte correto de resíduos eletrônicos, e inclusive indicar fornecedores que possuem selos ou operações comprovadamente sustentáveis.
✅ A organização pode ter (ou ter mais) escritórios virtuais ou espaços compartilhados de trabalho?
✅ Temos uma política formal de instrução sobre práticas sustentáveis em escritórios virtuais?
Energia
Monitorar o consumo de energia da sua organização é sem dúvida primordial para dar início a um novo modelo de comportamento e de operações. Para tanto, é possível contar com consultorias especializadas que quantificam e avaliam o consumo de energia e também podem indicar metas de redução de acordo com cada realidade.
Em alguns contextos, às vezes é possível usar fontes de energia limpa ou renovável, em outros casos, é possível comprar energia renovável (de forma indireta) de uma fonte externa.
✅ Monitoramos e gerenciamos o consumo de energia da organização?
✅ Contamos com fontes renováveis ou limpas de energia para nossas operações?
✅ Temos metas de redução de energia?
✅ Nossos colaboradores entendem os impactos associados a energia que consumimos e a importância do uso racional de energia?
Emissões de Gases de Efeito Estufa
O avanço da agenda sobre as Mudanças Climáticas e a popularização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ajudaram muitas organizações a iniciar a gestão corporativa das suas emissões de gases de efeito estufa. Isso incluiu evoluir do inventário de emissões e uma primeira contabilidade de carbono, para uma ação estratégica alinhada com uma economia de baixo carbono.
O caminho ainda se inicia com o inventário, mas inclui a adoção de ferramentas, metas concretas, investimentos em mitigação das mudanças climáticas e, inclusive, influência positiva no mercado por ações sustentáveis, o que reflete uma verdadeira mudança de cultura.
Sobre esse ponto, não podemos deixar de mencionar o programa Compromisso com o Clima que conecta organizações interessadas em compensar suas emissões de Gases de Efeito Estufa com projetos socioambientais de impacto positivo. Em três anos de existência, o programa conta com oito apoiadoras institucionais, 15 projetos e já deixou de emitir 2,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente verificadas, contribuindo significativamente para que as organizações apoiadoras alcancem suas metas de redução e compensação de emissões.
✅ Temos inventário de emissões de gases de efeito estufa?
✅ Temos metas de redução, compensação e eliminação de emissões de GEE?
✅ Temos a mitigação das mudanças climáticas contemplada no planejamento financeiro da empresa e fazemos investimentos em sustentabilidade?
✅ Entendemos o quanto nosso negócio está exposto aos riscos físicos, regulatórios e de mercado que estão associados às mudanças climáticas?
✅ Somos capazes de influenciar o mercado com nossa postura e cultura sustentáveis?
Água
Monitorar e registrar o consumo de água também é o passo inicial para estabelecer metas de redução na sua organização. Num primeiro momento, as metas podem ser baseadas no consumo anual anterior, mas com uma campanha e linhas de ação claras e simples, as metas podem ser mais ousadas a cada ano de acordo com o consumo sustentável da bacia hidrográfica da sua região. As ações também podem incluir sistemas para reuso e tratamento da água para diferentes operações.
✅ Monitoramos o consumo de água?
✅ Temos metas de redução para o consumo de água?
✅ Sabemos de onde vem a água que consumimos e quais os principais desafios locais para a segurança hídrica?
[su_highlight]Leia também: Gestão das emissões de carbono: três empresas e suas ações por uma agenda climática positiva.[/su_highlight]
Resíduos
Outra linha de ação ambiental é o cuidado, o monitoramento e a gestão dos resíduos, sejam eles perigosos (pilhas, baterias, tinta, equipamentos eletrônicos, etc) ou não.
A sua organização pode contribuir com a reciclagem e a coleta municipal de resíduos, mas pode também fazer muito mais, como contratar um fornecedor com certificação de descarte responsável, além de incluir a economia circular em seu processo de produção, disponibilizando ou doando resíduos sólidos para a operação de outras organizações.
O Brasil, inclusive, possui uma Política Nacional de Resíduos Sólidos e exige transparência na gestão dos resíduos. Assim como nas emissões, também é possível estabelecer metas de resíduo zero.
✅ Fazemos a gestão de resíduos?
✅ Estamos atendendo a Política Nacional de Resíduos Sólidos?
✅ Temos metas de redução de resíduos ou de produção mais limpa?
✅ Tratamos e descartamos adequadamente os resíduos perigosos?
Se pareceu muita coisa, pode acreditar, é apenas o começo. Até porque apesar dessas linhas de ação serem muito importantes, elas podem e devem fazer parte de uma estratégia bem estruturada de sustentabilidade que envolva também a comunidade, os clientes, fornecedores e a governança da organização como um todo.