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As mulheres têm um papel essencial na gestão dos recursos naturais, mas sabemos que ainda enfrentam barreiras para acessar espaços de liderança e oportunidades econômicas. Diante dessa realidade, o Instituto Ekos Brasil deu início ao projeto Florescer no Cerrado, com o intuito de apoiar empreendedoras no Vale do Peruaçu.
O Florescer no Cerrado começou com um mapeamento dos negócios locais liderados por mulheres. O diagnóstico apresentou os desafios e lacunas que elas enfrentam no dia a dia. Esse documento também foi a base para a criação de uma jornada de apoio sob medida para fortalecer seus negócios e promover a inclusão feminina em decisões estratégicas e operacionais.


“Acreditamos que as soluções mais transformadoras nascem da escuta e da participação ativa, por isso, as 30 mulheres selecionadas participaram da construção do curso”, explicou Camila Dinat, gerente técnica e novos negócios do Ekos Brasil que acompanha de perto o projeto. Agora, as empreendedoras se encontram mensalmente, desde maio, em encontros formativos que endereçam as demandas identificadas.
No encontro de julho, as empreendedoras viveram uma experiência imersiva no comércio local de Januária (MG). Durante o tour, visitaram lojas, centros de artesanato e restaurantes. Puderam aprofundar conhecimentos sobre preços, produtos, perfis de público e diferenciais.


Para Dinat, “foi uma oportunidade única de conhecer de perto o turismo regional com suas riquezas e desafios e ainda ter ideias para pensar seus próprios negócios como parte ativa dessa cadeia produtiva”.
Já no encontro de setembro, participaram de uma oficina sobre Marketing Digital. Na ocasião, cada uma precisou confeccionar um post para divulgar seu trabalho no Instagram. E o Instituto Ekos Brasil fez questão de mostrar todos eles em seu perfil institucional.
“A cada encontro, sentimos que damos mais um passo para a geração de renda e autonomia das nossas empreendedoras. É incrível vê-las florescendo juntas, com força, cuidado e propósito”
completou Dinat.
O projeto será encerrado em dezembro, após um processo de mentorias individualizadas, onde cada mulher empreendedora irá desenvolver um plano de ação para seu empreendimento a partir dos conhecimentos gerados, buscando construir um caminho sólido até seu sonho.
O projeto Florescer no Cerrado conta com o suporte fundamental do SEBRAE local e é apoiado pelo CEPF e IEB.

O Instituto Ekos Brasil participou da mesa “Monitoramento de parcerias: estratégias e desafios no olhar dos parceiros”, durante o IV Seminário Parcerias em Áreas Protegidas, promovido pelo Observatório de Parcerias em Áreas Protegidas (OPAP)
Representados pela Jéssica Fernandes, coordenadora do Programa Peruaçu, apresentamos a experiência de atuação na APA e no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, destacando como a parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservacao da Biodiversidade (ICMBio) contribui para o fortalecimento do uso público, a conservação e o desenvolvimento territorial.
Levar o Peruaçu e o Cerrado ao centro das discussões sobre sobre áreas protegidas reforça nosso compromisso com a conservação da biodiversidade e a valorização dos territórios.

No dia 27 de setembro, celebramos o Dia Mundial do Turismo, e neste ano, temos motivos especiais para festejar: além dos 26 anos do Parque, o Cânion do Peruaçu, localizado no interior do PARNA Cavernas do Peruaçu, foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO em 13 de julho de 2025!



Este reconhecimento de prestígio vai muito além de reconhecer a beleza cênica, a geologia e a importância cultural do nosso cânion. Ele é também um motor de turismo sustentável, mostrando que biodiversidade e áreas verdes geram renda quando valorizadas e visitadas de forma ordenada.

Com o reconhecimento da UNESCO, o PARNA Cavernas do Peruaçu ganha visibilidade global e poderá atrair visitantes do mundo todo, fortalecendo o turismo local e criando oportunidades para as comunidades locais e reginais.
A exemplo disso, em 2024, 3 dos 10 parques nacionais mais visitados do Brasil já possuíam este selo, prova do seu poder de atração:
• 2º Parque Nacional do Iguaçu
• 5º Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha
• 6º Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
O turismo em áreas protegidas é conservação que gera desenvolvimento!

Criado em 1999, o PARNA Cavernas do Peruaçu abriu suas portas para visitação oficialmente em 2017, mas desde 2014 já recebia pesquisadores nacionais e internacionais e estudantes das escolas locais. De acordo com gráfico abaixo, é possível observar que o número de visitantes vem aumentando ano a ano (com exceção de 2020 com a pandemia) o que demonstra o potencial turístico da unidade de conservação. Além disso, o aumento de visitantes tem fomentado a economia local, seja na geração de renda dos condutores, comércios locais e serviços hoteleiros. Até o mês de agosto deste ano, o Parque já recebeu mais visitantes que do ano de 2024.

Você sabia que o PNCP não cobra taxa de entrada? As visitações são guiadas por condutores locais credenciados pelo ICMBio. Essa iniciativa não só garante a segurança e a conservação do ambiente, mas também fortalece e fomenta a geração de renda para a comunidade local, promovendo um turismo sustentável e inclusivo.
O parque conta com diversos atrativos turísticos e trilhas com diferentes graus de dificuldade. Além das trilhas você ainda encontra a Exposição Permanente que conta a história do parque e a trilha infantil para os pequeninos. Em breve teremos novos atrativos de aventura!

Além das trilhas você ainda encontra a Exposição Permanente que conta a história do parque e a trilha infantil para os pequeninos. Em breve teremos novos atrativos de aventura!
O Parque pode ser visitado de terça a domingo, das 8h às 18h, com entrada nos atrativos permitida até as 14h (exceto no Arco do André, até as 12h).
Para agendamentos e mais informações, você pode entrar em contato pelo e-mail cavernas.peruacu@icmbio.gov.br ou acessar as informações de visitação e dos condutores credenciados no site do ICMBio.
E você, já visitou o Peruaçu? Conte-nos sua experiência e o que mais te encantou!
Desde 2017, o Instituto Ekos Brasil atua, em cooperação com o ICMBio, para transformar a APA e o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, com grande porção do seu território no bioma Cerrado, em um caso de sucesso de conservação da biodiversidade em colaboração com as comunidades locais e tradicionais.
Por isso, nesse Dia do Cerrado, percorremos uma breve linha do tempo para relembrar alguns destaques da nossa história de parceria com o Vale do Peruaçu.
A partir do Acordo de Cooperação e da criação do Programa Peruaçu, em 2017, o Instituto passou a captar e converter recursos, sem repasse financeiro direto entre as organizações, para apoio a gestão do parque e da apa, investimentos em infraestrutura de visitação, recuperação de nascentes, apoio a pesquisa e desenvolvimento de projetos socioambientais.

Um dos marcos desse primeiro período, ainda em 2017, foi a implementação da Trilha do Arco do André, um percurso de oito quilômetros que permite aos visitantes explorar um cenário de muita beleza, contato com o Rio Peruaçu, com o carste e matas primárias com baixa intervenção humana. Em 2018, avançamos algumas etapas para a sustentabilidade financeira dos nossos projetos no Peruaçu, com a inclusão do parque na Incubadora para a Conservação da Natureza, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e com o lançamento do edital Pequenos Projetos, que apoiou duas iniciativas locais. Com o intuito de dar mais visibilidade ao Parque e às ações de conservação, neste ano também organizamos uma press trip com jornalistas brasileiros e estrangeiros que rendeu reportagens importantes na mídia.

Nossa parceria seguiu em 2019 com a consolidação da estratégia de captação. Neste ano, destacamos a aprovação no programa Clear into the Future, da Dupont, onde houve a criação da Casa de Vegetação, um viveiro de espécies nativas que alimenta ações de restauração em nascentes e áreas degradadas. O objetivo é simples e ambicioso: contribuir para manter água correndo e floresta em pé, pilares da resiliência do Cerrado.
Contratamos também um estudo para analisar e propor novos modelos de negócios e de parcerias público-privadas para aproveitar as potencialidades econômicas da Unidade de Conservação. Hoje, o Peruaçu é um case de sucesso neste tipo de modelo de parceria.
Certamente, o marco do ano de 2020 foi a consolidação da nossa parceria pelo ecoturismo. O projeto “Acelerando o Turismo Sustentável no Vale do Peruaçu” ajudou a desenvolver, fortalecer e acelerar o turismo sustentável na região. Mais de 60 pessoas e 48 iniciativas locais receberam capacitação e orientações para gerar mais renda e assim impulsionar a cultura e a conservação da biodiversidade.
Com a chegada da Pandemia, as ações do Ekos Brasil foram canalizadas para a ajuda humanitária. Por meio de parcerias com o Instituto Rosa e Sertão foi possível comprar insumos nas cooperativas de produtores locais e distribuir 233 cestas básicas. Foram beneficiadas 932 pessoas das comunidades de Quilombo Cabanos, Aparecidinha, Candeal, Água Doce e São Domingos. Este também foi um ano em que apoiamos a compra de equipamentos de comunicação e segurança.
Em 2021, um dos marcos foi o projeto “Conectando Histórias no Peruaçu” que usou crowdfunding com match do BNDES para formar jovens em audiovisual e ciências da natureza, multiplicando vozes locais na promoção do parque e fortalecendo o sentimento de pertencimento, peça-chave para conservar. No ano seguinte, tivemos a finalização do 1º acordo de cooperação, que abriu as portas para um novo acordo firmado em 2023, desta vez, abrangendo o território do Parque e da APA Cavernas do Peruaçu. Ainda neste ano, lançamos o projeto “Uma trilha para a sustentabilidade”, com a finalidade de fortalecer e resgatar o conhecimento tradicional indígena Xakriabá sobre plantas medicinais e a importância de viver pela conservação das florestas.

Em 2024, celebramos a inauguração da parte de penumbra da trilha da Gruta do Janelão e a realização do III Seminário Científico do Vale do Peruaçu, organizado pelo ICMBio e Instituto Ekos Brasil, e palco de pesquisas científicas realizadas no território, que destacam os impactos das mudanças climáticas no carste do Vale do Peruaçu, mostram o papel deste território para o conhecimento da história humana e que põem em relevo toda riqueza biodiversa existente no Peruaçu.


E neste ano de 2025, vivemos a emoção de apoiar a campanha do Peruaçu como Patrimônio Mundial Natural pela Unesco e celebrar o recebimento desse título tão esperado. O ano continua, mas até o momento já inauguramos outros 3 importantes projetos: Projeto Florescer no Cerrado, que oferece formação empreendedora para mulheres do Peruaçu; o Floresta Viva Peruaçu, uma iniciativa voltada à restauração ecológica de biomas brasileiros, que tem como objetivo restaurar 200 hectares do bioma Cerrado no Vale do Peruaçu; e o Conhecer e Prevenir, com objetivo de estruturação e implementar ações para um manejo integrado do fogo mais efetivo.
A história do Peruaçu continua e temos o privilégio de fazer parte de cada novo passo desta região biodiversa e fundamental para o equilíbrio natural do nosso país. Mas, sozinhos não fazemos nada: a participação dos parceiros e da comunidade é essencial para o trabalho da nossa equipe. Seguimos juntos e juntas pela preservação e conservação do Cerrado. Viva o Cerrado e viva o Peruaçu!
Pouco depois do reconhecimento oficial do Cânion do Peruaçu, localizado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu como Patrimônio Mundial Natural pela Unesco, o time do Instituto Ekos Brasil ainda está cheio de emoção e quase sem acreditar na grandeza desse acontecimento!
É que para nós essa conquista tem um gostinho para lá de especial e não à toa teve gente da equipe que pulou e gritou em frente à tv na hora do anúncio como se fosse final de Copa do Mundo.
Afinal, desde 2017 apoiamos o Parna Peruaçu em um modelo pioneiro de parceria público-privada. Junto ao ICMBio, gestor da Unidade, assinamos em 2017 um Acordo de Cooperação para apoiar e desenvolver atividades de gestão, conservação e uso público do parque, ampliamos o escopo em 2022 e, em 2023, assinamos um novo Acordo de Cooperação, abrangendo também o território da APA Cavernas do Peruaçu
Apesar do nosso 1º acordo com o ICMBio ter sido firmado em 2017, atuamos no Parque desde 2003, quando fizemos os estudos de elaboração do plano de manejo e, na sequência, o acompanhamento técnico da implementação de infraestrutura e uso público do parque. Essa relação de mais de 20 anos nos fez celebrar (e muito) a conquista do reconhecimento pela Unesco. Isso porque, mais do que ninguém, sabemos que para além de toda a riqueza de sua biodiversidade, de suas paisagens, cavernas e arqueologia, sabemos o quanto a comunidade que vive com e pelo Peruaçu merece essa conquista.

“Em todos esses anos, o que encontramos foi um povo do bem, cheio de gente acolhedora, batalhadora, que faz a gente se sentir em casa. Um povo que exalta a cultura sertaneja, o saber popular e o conhecimento tradicional. Tenho realmente muito orgulho do time que juntamos para apoiar o ICMBio na gestão e manutenção do Peruaçu”, destacou Jéssica Fernandes, coordenadora do Programa Peruaçu.
Com o reconhecimento da Unesco, o Instituto Ekos Brasil espera que as comunidades que apoiam a perpetuação das áreas protegidas do Peruaçu sejam ainda mais beneficiadas pelo desenvolvimento do turismo comunitário sustentável e, claro, pela manutenção dos serviços ecossistêmicos que a natureza generosamente oferece a todas as pessoas.
A parceria entre Ekos Brasil e ICMBio no Parna e APA Peruaçu vem sendo considerada um modelo de sucesso internacional de conservação da biodiversidade. Ao lado de profissionais competentes e apaixonados pela sua região e de toda a comunidade, atuamos em seis frentes de ação: apoio à gestão do parque e da APA, iniciativas de apoio à ciência, promoção de negócios socioambientais, ações de educação ambiental e valorização da natureza e história da região, e o fortalecimento da governança.
Para fazer isso tudo acontecer, criamos o Programa Peruaçu, que arrecada contribuições financeiras de empresas, organizações governamentais e não governamentais nacionais e internacionais e de pessoas físicas e as direciona aos projetos e atividades demandadas pelo Plano de Trabalho.
Toda verba arrecadada pelo Programa Peruaçu é destinada a apoiar atividades das quais a gestão do parque não tem recursos ou obrigação em investir, mas que são importantes para a continuidade .
O Programa Peruaçu não substitui os recursos advindos do governo federal, e tem como principal objetivo apoiar ou acelerar a execução de atividades consideradas prioritárias.
Todos os recursos captados pelo Instituto Ekos são integralmente repassados ao ICMBio na forma de produtos, materiais e projetos, portanto, não há repasse de dinheiro entre as instituições.
Em decisão unânime durante a 47ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, em Paris, os Cânions do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu foi reconhecido como Patrimônio Mundial Natural.
Em entrevista exclusiva ao Ekos Brasil, Bernardo Issa, coordenador-geral de Gestão do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, explicou que todo patrimônio que se candidata à lista da UNESCO precisa comprovar seu Valor Excepcional Universal. Isso significa que deve ter um significado cultural e/ou natural que transcenda as fronteiras nacionais e tenha relevância para as gerações presentes e futuras da humanidade.
Issa detalhou que o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu foi inscrito em dois dos quatro critérios exigidos pela UNESCO para Patrimônios Naturais: o critério VII e o VIII.
A beleza do Peruaçu dispensa comentários. A caverna do Janelão possui largura e altura superiores a 100 metros, o que permite a entrada de luz solar e o desenvolvimento de vegetação em suas vastas câmaras. Na dolina dos Macacos, encontra-se a maior estalactite do mundo, a “Perna da Bailarina”, com cerca de 28 metros de comprimento. Além disso, são quase 500 cavidades catalogadas e mais de 114 sítios arqueológicos que registram ocupações humanas datadas de mais de 12.000 anos A.P., muitos com arte rupestre em excelente estado de preservação. Tudo isso em uma zona de transição ecológica entre os biomas do Cerrado e da Caatinga, com bolsões de Mata Atlântica.
Parabéns, Parna Peruaçu! Temos muito orgulho de compartilhar essa conquista com o seu povo!
Em janeiro de 2025, o Instituto Ekos Brasil deu início ao projeto Floresta Viva: uma iniciativa voltada à restauração ecológica de biomas brasileiros, que contemplou 12 instituições brasileiras no âmbito do Edital Corredores de Biodiversidade, sob gestão do FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) e com recursos do Fundo Socioambiental do BNDES e da Petrobras.
Para o Ekos Brasil, o projeto tem como objetivo restaurar 200 hectares do bioma Cerrado no Vale do Peruaçu, localizado no norte de Minas Gerais, além de fortalecer a cadeia produtiva da restauração no território, em um processo participativo, que envolve capacitações e apoio às pequenas propriedades locais na implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs). O Floresta Viva conta com a coordenação de Fabiana Bonani, do Ekos Brasil.
A região do Vale Peruaçu abriga um dos mais importantes remanescentes de Cerrado da Bacia do Rio São Francisco, onde estão localizadas as três Unidades de Conservação foco deste projeto: o Parque Estadual Veredas do Peruaçu, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e a Área de Proteção Ambiental (APA) Federal Cavernas do Peruaçu, situadas nos municípios de Januária, Itacarambi, São João das Missões, Bonito de Minas e Cônego Marinho.



As ações de capacitação e a educação ambiental fortalecem a cadeia produtiva local da restauração e ampliam o repertório técnico das populações, valorizando saberes tradicionais e promovendo o desenvolvimento econômico sustentável.
Além disso, a implantação de 20 hectares de SAFs e a participação ativa das comunidades em todas as etapas, fomenta a geração de emprego e renda, contribuindo significativamente para a segurança alimentar, criando um ciclo virtuoso em que o bem-estar socioeconômico está diretamente ligado à conservação da natureza.
Esse modelo fortalece a resiliência climática, assegura serviços ecossistêmicos como a melhoria da disponibilidade hídrica e a redução de dióxido de carbono, ao mesmo tempo em que contribui para a valorização cultural e para a melhoria da qualidade de vida nas comunidades envolvidas.
O projeto conta com uma rede de parceiros fundamentais nessa jornada de 4 anos: Atlas Florestal, a frente da restauração dos 200 hectares; Núcleo do Pequi, agregando conhecimento e vivências sobre a cadeia produtiva; Instituto Sertão Veredas, atuando na comunicação social do projeto e na mobilização dos atores locais; Instituto Federal de Januária, colaborando com seus conhecimentos técnico-científicos relacionados à restauração; e Rede de Sementes do Cerrado, apoiando a capacitação do público-alvo; além das Prefeituras locais, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O Instituto Ekos Brasil reafirma o compromisso com a conservação ambiental e a regeneração do ecossistema global. A restauração do Cerrado no Vale do Peruaçu é um passo fundamental para garantir a proteção desse bioma tão essencial para o equilíbrio ecológico e para as comunidades locais.
Acompanhe os desdobramentos desse trabalho em nosso site e mídias sociais.
Conversamos com Eliane Chim, doutoranda pela Universidade de São Paulo que desenvolve sua pesquisa em sítios arqueológicos do Brasil, sendo alguns deles no Peruaçu.
Uma única visita ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é suficiente para encantar-se com as belezas naturais da Unidade de Conservação e surpreender-se com as riquezas arqueológicas que o parque nos reserva. Não há quem não se impressione diante das pinturas rupestres e não se admire com as cores, os detalhes e a preservação milenar dos desenhos.
Por isso mesmo, o Parque também é um verdadeiro santuário para arqueólogos do Brasil e do mundo. São pelo menos 120 sítios arqueológicos no Peruaçu, dos quais apenas três foram escavados, sendo um deles o Boquete, um dos mais antigos do Brasil.
Para conhecer um pouco mais sobre suas singularidades arqueológicas, conversamos com a arqueóloga Eliane Chim, doutoranda pela Universidade de São Paulo, que atualmente reside na Alemanha para concluir uma etapa do doutorado.
Eliane desenvolve sua pesquisa em sítios arqueológicos do Brasil, sendo alguns deles no Peruaçu, onde é responsável pela datação dos grafismos rupestres e pela coleta de materiais para análise utilizando técnicas de vanguarda, da chamada ‘microarqueologia’, com o intuito de produzir novas datações utilizando técnicas modernas.
“Fui trabalhar no Peruaçu porque é um lugar que conjuga informações de diversos períodos cronológicos e é muito difícil ter um sítio arqueológico com datações sequenciais de milhares de anos (como tem o Boquête, dentro do Parque)”

Mas, cientificamente, o que torna o Peruaçu tão relevante para a pesquisa arqueológica? Eliane explica que sua relevância está justamente na profundidade das ocupações humanas, na preservação excepcional dos materiais arqueológicos perecíveis e na arte rupestre.
São aproximadamente 14 mil anos de ocupações humanas. Em pesquisas desenvolvidas no século XX, pela Universidade Federal de Minas Gerais, no Peruaçu, foram exumados doze esqueletos, seis no Boquête e cinco no Abrigo do Malhador.
“Um dos sepultamentos encontrados no Boquete (chamado de Sepultamento 4) surpreendeu pelo grau de preservação – foi mumificado por condições naturais. Ainda foi encontrado coprólito (fezes fossilizadas) em seu intestino e tinha tecidos moles preservados, como pele e tendões, bem secos. Na análise do coprólito, foram encontrados parasitas que causam doença de Chagas. Um sepultamento de cerca de 600 anos”, enfatiza a arqueóloga.
Outra raridade encontrada no Peruaçu são materiais perecíveis muito preservados como cestos feitos de palha datados de aproximadamente mil anos, sabugos de milho, dentre outras substâncias vegetais. A arqueóloga explica que as plantas encontradas nas escavações também surpreendem porque indicam, por exemplo, o cultivo de plantas domesticadas na região como a cabaça e a mandioca há 4 mil anos, e milho, feijão, amendoim e abóbora, há 2 mil anos.
“Além disso, os grafismos rupestres do Peruaçu são exuberantes. Existem grafismos para todos os gostos, pinturas mais escondidas, outras destacadas como as da Lapa dos Desenhos, sem contar aquelas do Caboclo que são vibrantes e parecem que foram pintadas ontem, mas têm centenas ou milhares de anos”
Parte da pesquisa de Eliane é desvendar a cronologia dos grafismos, ou seja, compreender se existe uma lógica ou uma ordem temporal na realização das pinturas. “O spoiler que posso dar é que pensávamos que as pinturas eram mais recentes e estamos encontrando resultados surpreendentemente mais antigos”, revela.
Para Eliane, é um privilégio poder olhar para esses vestígios humanos guardados e escondidos há milhares de anos. Por isso, demonstra uma genuína preocupação com as mudanças climáticas e seus impactos na preservação dos materiais arqueológicos. “Mudanças na umidade, na precipitação, alterações bruscas de temperatura, tudo isso afeta a preservação dos vestígios e, sobretudo, as pinturas expostas nas paredes”.
O Instituto Ekos Brasil tem uma longa história junto ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e compreende bem a importância da conservação de suas riquezas naturais e arqueológicas. Por isso, agradecemos o trabalho dos pesquisadores, em especial da pesquisadora Eliane Chim, além de sua disponibilidade para esta entrevista.

A pesquisadora é bolsista da FAPESP (Processo 2020/04402-0) e as pesquisas no Peruaçu começaram a ser desenvolvidas em 2019, também com apoio financeiro da FAPESP (Processo 2018/15914-4), em projeto coordenado pelo professor André Strauss, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.
No Peruaçu, são três linhas principais de atuação: a datação dos grafismos rupestres, uma reescavação da Lapa do Boquete e as escavações no Abrigo do Malhador (em colaboração com a Dra. Maria Jacqueline Rodet, da UFMG).

Em 2017, o Ekos Brasil assinou um Acordo de Cooperação (AC) com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – gestor da unidade – em atendimento à chamada de um edital para apoiar e desenvolver atividades de gestão e uso público do PNCP, previsto no Plano de Manejo da unidade.
Em 2022, o escopo de trabalho do Programa Peruaçu foi reestruturado e o Ekos Brasil passou a auxiliar o com: o apoio à gestão do Parque e da APA Cavernas do Peruaçu; apoio à Ciência; Promoção de negócios socioambientais; Crise Climática e Segurança Hídrica; Educação Ambiental e valorização da natureza e história associada a essa região; e Fortalecimento da Governança. E em março de 2023, em continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido juntamente ao ICMBio, o Ekos assinou um novo AC, com novos objetivos e trabalhos a serem realizados.
Apesar do nosso enorme patrimônio ambiental, foi apenas no ano 2000 que o Brasil deu um passo importante para conservar e proteger nossas riquezas naturais. A partir da lei 9.985, promulgada naquele ano, instituímos o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e, com ele, delimitamos diretrizes e procedimentos em nível federal, estadual e municipal para implantar e gerir as Unidades de Conservação (UC).
O Instituto Ekos Brasil preparou uma série de perguntas e respostas para que você compreenda a importância das UCs e se junte a nós pela conservação dessas áreas.
Uma Unidade de Conservação é um “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”.
Ou seja, as UCs são áreas de proteção ambiental. Elas são a garantia de que o nosso patrimônio biológico (espécies, habitats e ecossistemas), paisagístico, e cultural está salvaguardado. Essas áreas também proporcionam o desenvolvimento das comunidades tradicionais no interior e no entorno, seja pelo uso racional dos recursos, seja pela exploração de atividades econômicas sustentáveis, preservando dessa forma, inclusive, nossas heranças culturais.

Seguindo as diretrizes do SNUC, atualmente, as UCs são divididas em dois grandes grupos, de acordo com a forma de proteção e os usos permitidos:
– Unidades de Proteção Integral: são áreas detentoras de recursos naturais mais frágeis e peculiares e por isso necessitam de maiores cuidados. Nas Unidades de Proteção Integral é proibido o consumo, a coleta e os danos aos recursos naturais, mas é possível desenvolver atividades de turismo ecológico, pesquisa científica, educação ambiental, dentre outras.
As Unidades de Proteção Integral são contempladas em 5 categorias complementares: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre.
– Unidades de Uso Sustentável: é permitido coletar e utilizar os recursos naturais de forma sustentável, desde que sejam conservados. As UCs de Uso Sustentável também recebem categorias complementares: Área de Relevante Interesse Ecológico, Reserva Particular do Patrimônio Natural, Área de Proteção Ambiental, Floresta Nacional, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva de Fauna, Reserva Extrativista.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (dados de 2024), atualmente o Brasil possui 2.859 Unidades de Conservação distribuídas em todos os biomas.
| Amazônia 373 | Caatinga 252 | Cerrado 542 | Mata Atlântica 1.684 |
| Pampas 48 | Pantanal 29 | Marinho 20 |
Sim! Como citamos acima, os Parques Nacionais são Unidades de Conservação de Proteção Integral e talvez sejam as UCs mais reconhecidas entre os brasileiros pela popularidade de alguns deles. Basta citar Parque Nacional do Iguaçu, Tijuca, Chapada Diamantina, Fernando de Noronha, Jericoacoara, Chapada dos Veadeiros, etc, para que resgatemos belas imagens de seus atrativos.
Os Parques Nacionais, de fato, tem essa missão: promover o contato sustentável entre o ser humano e a natureza para que cada vez mais aprendamos a conviver pacificamente com ela e sobre a importância de preservá-la.
Ao todo, o Brasil tem 74 Parques Nacionais. Mas um dado é preocupante: apenas 60% deles apresentam Plano de Manejo.

O Plano de Manejo não é só importante como é obrigatório para toda Unidade de Conservação. Mas a realidade é que muitas UCs não o possuem.
É um documento elaborado a partir de diversos estudos, incluindo diagnósticos, e que tem a função de mostrar como aquela UC pode ser utilizada (inclusive para fins turísticos) sempre com o intuito de diminuir ao máximo os impactos sobre a natureza. Ao dividir a UC em zonas, o Plano de Manejo estabelece regras diferenciadas de proteção para cada pedaço de área, proporcionando diferentes graus de proteção aos recursos naturais. Outro importante objetivo desse estudo é integrar a área de proteção ambiental à vida econômica e social das comunidades ao entorno.
O Instituto Ekos Brasil, por exemplo, foi responsável pela elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, situado em uma área de transição entre Cerrado, Caatinga e Mata Seca, em 2003. Em 2017, firmamos o Acordo de Cooperação com o ICMBio para apoio na execução do Programa de Uso Público do Parque e nas atividades de gestão socioambiental previstas no Plano de Manejo.
Nosso trabalho consiste em apoiar que as atividades dos visitantes e comunidades ao entorno tenham uma experiência positiva e sustentável junto ao Parna Peruaçu, seja com a manutenção dos seus equipamentos, com a abertura de novas trilhas, atendimento de qualidade, projetos e estudos que apoiam a conservação do Parque, etc.Um trabalho constante e intenso, mas de resultados compensatórios!
Se antes muitas famílias viviam da agricultura e da criação de poucas cabeças de gado, atualmente, com a existência do Parque, muitos trabalham como condutores, com produção de artesanato, cozinha sertaneja ou abriram pousadas e receptivos, gerando uma importante complementação de renda e uma economia mais sólida na região. Uma economia capaz de aliar a conservação ao desenvolvimento local.

Ao lado da Embaixada Suíça no Brasil, nossa equipe no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu realizou uma troca de conhecimento sobre plantas medicinais na Terra Indígena Xakriabá, conduzida pelo Pajé Vicente e com a participação de indígenas e moradores da comunidade da APA no entorno do Parque. A iniciativa aconteceu no último dia 14 de agosto.
Além da troca de conhecimento sobre as espécies e seus usos, a equipe pôde coletar plantas medicinais da região e visitar a casa de medicina da Aldeia Sumaré.
“Assim, concluímos mais uma etapa deste importante projeto que visa conservar as plantas medicinais da região e valorizar, assim como compartilhar, esse rico conhecimento tradicional das populações no entorno do Parque.”
Palavras da nossa equipe no Peruaçu: Antonio Carlos Ribeiro –
Agente ambiental e Viverista no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, JÉSSICA FERNANDES –
COORDENADORA DE PROJETOS DE IMPACTO E GESTÃO CLIMÁTICA e Murilo Mendes – Agente Ambiental e Administrativo no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu.




Nos dias 12 e 13 de abril, foi realizada a 44º Reunião Ordinária do Conselho Mosaico Sertão Veredas – Peruaçu na Câmara de Vereadores de São João das Missões e na Terra Indígena Xakriabá.
O conselho reuniu gestores das unidades de conservação e Terras Indígenas, representantes de organizações da sociedade civil e do poder público, lideranças locais e órgãos ambientais relacionados às 23 Unidades de Conservação e 2 Terras Indígenas que compõe esse mosaico de áreas protegidas reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente em 2009.
A reunião do mosaico é um espaço formal para gestão integrada e compartilhada desse território de quase 1,8 milhão de hectares localizado no norte de Minas Gerais e parte da Bahia. O Ekos Brasil é a secretaria executiva do Conselho do Mosaico e conduziu a reunião junto à presidência desse conselho formado pela ICMBio e IEF.
Dentre os assuntos discutidos, destacamos as duas apresentações feitas pelo Ekos. A primeira foi sobre o projeto Restauração Florestal com Ênfase em Plantas Medicinais e Frutíferas apoiado pela Embaixada Suíça. Nessa apresentação, foram apresentadas e discutidas com os conselheiros as atividades de restauração florestal, valorização do conhecimento local em medicina e ações de prevenção a incêndios.
A segunda apresentação feito pelo Ekos junto a APAE de Januária foi sobre o projeto Peruaçu: Uma Trilha para a Acessibilidade. Foram apresentados os resultados obtidos para que as pessoas com deficiência pudessem acessar o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. O primeiro avanço a realização de um curso para os condutores e equipe do ICMBio estarem mais bem preparados para lidar com pessoas com deficiência física, auditiva, visual e/ou intelectual. O outro avanço foi com o desenvolvimento de uma cadeira adaptada para levar pessoas com deficiência ao longo de trilhas que tenham escadas e sejam íngremes.
Confira alguns cliques das apresentações dos projetos para o Mosaico Sertão Veredas Peruaçu:



