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Pandemia adiou Dia da Sobrecarga do Planeta para 22 de agosto. O que podemos aprender com isso?

Cibele Lana 21 ago 2020

Pandemia adiou Dia da Sobrecarga do Planeta para 22 de agosto. O que podemos aprender com isso?

 

Todos os anos, desde 1961, a Global Footprint Network calcula o Dia da Sobrecarga do Planeta, ou seja, o dia em que passamos a demandar do nosso planeta mais recursos naturais e serviços ecossistêmicos do que ele é capaz de regenerar em um ano.

A metáfora que muitos gostam de utilizar para explicar o evento é a do crédito. A partir do dia estabelecido como o Dia da Sobrecarga do Planeta (Overshootday), podemos dizer que a humanidade está vivendo às custas de cheque especial ou do crédito que generosamente a Terra está nos concedendo, às custas das gerações futuras, pois o que poderíamos “gastar” de recursos naturais já foi gasto.

Isso significa que a humanidade utiliza atualmente o equivalente aos recursos de 1,6 planetas. Mas todos nós sabemos que temos apenas 1.

Nos últimos dois anos essa data aconteceu no final de julho e, ano a ano, vinha acontecendo cada vez mais cedo. Este ano, em decorrência da pandemia e como consequência do isolamento social e da desaceleração econômica, houve uma redução de 9,3% na pegada ecológica da humanidade desde 1º de janeiro de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado e, por isso, a data estipulada pelo cálculo da Global Footprint Network será dia 22 de agosto. Ou seja, três semanas de adiamento.

Em outras circunstâncias seria ótimo poder comemorar o feito. Mas, esse resultado só se deu pela crise pandêmica. E, por isso, podemos tirar aprendizados.

O primeiro é que é perfeitamente possível mudar nossos hábitos de consumo e nos limitarmos ao essencial. Isso ajudaria enormemente na redução das emissões dos gases de efeito estufa liberados no processo de produção e distribuição de bens, significando diminuição da extração madeireira, no caso de países como o Brasil, do uso de combustíveis fósseis, da destruição de ambientes naturais, dentre outros.

Um segundo aprendizado nos diz que os governos são capazes de agir corretamente, seja na redução de despesas e melhor uso de recursos públicos, seja colocando leis em prática, quando se trata de proteger a vida. E aqui fica o questionamento: conservar a natureza não significa proteger a vida?

E um terceiro aprendizado é que é possível fazer tudo isso em um curto espaço de tempo.

O que é a pegada ecológica

De acordo com a Global Footprint Network, a Pegada Ecológica é a métrica que contabiliza recursos biológicos mais abrangente e disponível atualmente. O método calcula toda a procura humana por áreas biologicamente produtivas – alimentação, madeira, fibras, sequestro de carbono e infraestrutura. Atualmente, as emissões de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis constituem 60% da Pegada Ecológica da humanidade.

Como é feito o cálculo

Em termos gerais, a organização divide a biocapacidade do planeta – a quantidade de recursos que a Terra pode gerar em um ano – pela pegada ecológica da humanidade e multiplica pelo número de dias do ano.

 

 

 

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