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20 anos do Ekos Brasil: Conheça Ernesto Moeri, seu fundador

Cibele Lana 18 ago 2021

20 anos do Ekos Brasil: Conheça Ernesto Moeri, seu fundador

“Tornei-me geólogo por vontade de conhecer outras terras e por espírito aventureiro. Sabia que essa profissão me abriria o caminho para o mundo”, Ernesto Moeri. 

Ernesto Moeri nasceu em Berna, na Suíça, em 6 de dezembro de 1945. Uma guerra chegava ao fim e uma vida inspiradora começava. 

Sem a presença de petróleo e minérios na Suíça, Ernesto veio parar no Brasil para estudar nossas formações calcárias. Aqui, viajou semanas sozinho, sem poder fazer ligações telefônicas e isolado de grandes cidades. De bom coração, como sempre, não descreveu a viagem por suas aventuras…

“O que me marcou foi o encontro com essas pessoas no norte de Minas Gerais, pobres e orgulhosas, que lutavam sem reclamar contra a escassez da natureza. Personalidades fortes e hospitaleiras, mesmo se mal tivessem frequentado os bancos escolares.”

Pouco tempo depois, teve a oportunidade de cursar um doutorado nos Pirineus. Estudou a formação de sedimentos em águas rasas e como as conclusões obtidas sobre temperatura e quantidade de oxigênio dos mares pode ser extraída a partir de informações contidas nas formações rochosas. Uma experiência científica fascinante e importante para a exploração de petróleo. 

Trabalhou então nos Estados Unidos, na Groenlândia, na Bolívia e finalmente recebeu uma proposta de uma empresa alemã para retornar ao Brasil. Aqui, passou a pesquisar sobre jazidas de carvão e calcário para a produção de ferro, caulim, cobre e ouro, na região amazônica. 

“Era uma maneira emocionante e fascinante de conhecer o Brasil. E, principalmente, conheci pessoas maravilhosas, e vi como muito trabalho e confiança mútua conseguem mover montanhas.”

Na vida pessoal, Ernesto tornou-se também um esposo, um pai e um avô amoroso, com o início de uma família no Brasil. 

No ano de 1992 nosso país sofria de uma inflação extremamente alta. As cidades estavam em expansão, cinturões industriais se transformavam em áreas residenciais e os depósitos de lixo, desregulamentados, se transformavam em um perigo para a saúde das pessoas. 

Ernesto era especialista em solo e junto com alguns colaboradores transformaram a proteção ao meio ambiente em um novo campo de negócio. “Eu amava o Brasil e porque amava o país, enxergava seus problemas e dessa maneira, nossas chances.”

Por aqui, desenvolveram muito o setor de geotecnia com a nova empresa formada, a Geoklock, e puderam se envolver em projetos de alto risco tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente. 

O trabalho, realizado com afinco, objetividade, responsabilidade e muita inovação tecnológica, garantiu a Ernesto e seus colaboradores a fidelidade que precisavam de autoridades e clientes. Com a Geoklock, Ernesto auxiliou muitas empresas a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e a racionalizar seu consumo de água. 

“Nosso trabalho nos sensibilizou para a vulnerabilidade da natureza. Ele nos mostrou que há apenas um único planeta Terra e que suas riquezas precisam ser protegidas.”

Em 2001, pelas mãos de Ernesto nasce também o Instituto Ekos Brasil. A ideia? Trabalhar pela preservação da biodiversidade e promoção da sustentabilidade. 

O Instituto Ekos canalizou o grande potencial de seu fundador em utilizar tecnologias inéditas nas áreas de remediação sustentável. E assim teve início o maior evento de remediação da América Latina, o Seminário Ekos Brasil que já completou 13 edições. 

Além da remediação, o Instituto Ekos Brasil também trabalha em projetos investimento de impacto e conservação da biodiversidade, sendo um importante intermediário entre grandes empresas e proponentes de projetos de desenvolvimento socioambiental. 

 “A sustentabilidade aponta o caminho e ela deve ser rentável tanto para nós quanto para nossos clientes. O tratamento cuidadoso com os recursos de nossos próprios colaboradores também faz parte da sustentabilidade e não faz mal se para isso for preciso diminuir um pouco os lucros.”

Entre os projetos mais amados por Ernesto estava o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais. Detentor de uma natureza exuberante, de cavernas espetaculares e de uma riqueza inigualável em arte rupestre. Tão único e de espírito livre como seu protetor!

Em 2007, Ernesto conquista um novo sonho. Aprende a pilotar aviões e agora pode unir várias de suas paixões: geologia, fotografia e aeronáutica. Assim, desbravou a Amazônia e os Andes e sonhava em fazer uma viagem de volta ao mundo. 

E foi nutrido de todas essas paixões que ele nos deixou, ao pilotar e registrar do alto a região de Jacareacanga, no Pará, no dia 23 de fevereiro de 2019, aos 73 anos. 

Dizemos nos deixou em sentidos ambíguos. Deixou esta terra, mas deixou também seu legado de paixão pela vida, pela natureza, pela família e pela sustentabilidade. Todas paixões prazerosas, que acompanharam Ernesto até o fim. 

“Afinal, o trabalho também tem que proporcionar prazer, assim como me proporcionou durante toda uma vida.”

 

* As falas são de um texto que ele mesmo escreveu, para uma revista. 

 

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