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Quem já teve o privilégio de visitar o Cerrado testemunhou suas belas paisagens de “árvores retorcidas”, seus marcantes sabores presentes nos frutos tradicionais como o pequi, buriti, mangaba, cagaita, bacupari, cajuzinho do Cerrado, araticum e o baru.
O seu complexo de formações vegetais inclui campos naturais, savanas, veredas, florestas e uma diversidade de habitats e de espécies de flora e fauna nativas, sendo muitas delas endêmicas, ou seja, que só encontramos neste território. E, claro, o lobo-guará, o tatu-canastra, o veado-mateiro ou tantos outros animais típicos da região dão um show à parte com suas cores e belezas únicas.
Considerado o “berço das águas”, lá estão as nascentes de 6 das 8 grandes bacias hidrográficas brasileiras, sendo que as do rio São Francisco abastecem praticamente 90% deste importante corpo d’água. Além disso, o Cerrado também alimenta três grandes aquíferos brasileiros.
Nesta importante região, que abrange 23% do território nacional, a riqueza também é social. No bioma estão presentes diversas etnias indígenas e comunidades tradicionais quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras e vazanteiros, que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade.
Porém, apesar de ser uma das regiões mais ricas do planeta, o Cerrado é conhecido como um hotspot mundial, pois também é considerado um dos mais ameaçados.
Em um momento de queimadas violentas, o Cerrado é o segundo bioma mais atingido pelo fogo que está acometendo o país em um cenário alarmante e de emergência ambiental (atrás, apenas, da Amazônia). Os Estados mais afetados são Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, onde situa-se a principal fronteira de expansão agrícola do país.
Enquanto utilizam o fogo para “limpar” a área desmatada e preparar o solo para o plantio, há emissão de CO₂ para a atmosfera, interferindo no ciclo das chuvas, na redução da disponibilidade hídrica e no aumento das temperaturas, que reflete em todo o território nacional.
Mas os impactos não param por aí.
As queimadas ocasionam a perda de habitat natural de diversas espécies, a morte de muitos animais silvestres, a piora na qualidade do solo, além de prejudicarem a saúde da população.
Eu e você somos diretamente atingidos pelas queimadas no Cerrado.
Diante desse cenário, o Instituto Ekos Brasil enfatiza a necessidade urgente de proteger e restaurar o bioma. Trabalhar pela regeneração do ecossistema global é preservar e conservar nossa biodiversidade nacional por meio de ações conduzidas com sustentabilidade econômica e justiça social.
Por Fabiana Bonani