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COP30: Ekos Brasil leva articulação, ciência e liderança feminina ao centro do debate climático

COP30: Ekos Brasil leva articulação, ciência e liderança feminina ao centro do debate climático

A COP30, realizada em Belém, marcou não apenas um momento crucial para o debate climático internacional, mas também o fortalecimento de vozes e iniciativas que conectam biodiversidade, justiça social e responsabilidade climática, ficando reconhecida como a COP mais diversa de todos os tempos. 

Nesse cenário, o Instituto Ekos Brasil teve participação ativa por meio da nossa diretora-presidente, Ana Moeri, que circulou entre a Blue Zone e a Green Zone articulando diálogos, moderando debates e reforçando a necessidade de integrar conservação e desenvolvimento sustentável. 

Ao longo da conferência, Ana Moeri moderou e participou de painéis estratégicos, como “Brazilian Citrus Program for Climate Adaptation” e Regeneração e Soluções Climáticas – O Potencial dos Biomas Brasileiros, ambos a convite da Citrosuco. “O Brasil tem um papel importante ao mostrar que regenerar áreas degradadas e adaptar paisagens produtivas é parte da solução global para o clima.”, disse. 

Já o painel “Boas Práticas Corporativas para as Pessoas, o Meio Ambiente e o Clima” no Planetary Embassy, além de moderado, também foi organizado por Ana e o Ekos Brasil, em parceria com a Universidade de St.Gallen. Uma boa diversidade de empresas, academia e organizações esteve presente, o que nos permitiu lançar bases sólidas para a construção da grade da Academia, unindo a experiência acumulada ao olhar voltado para os desafios que vêm pela frente.

Em suas intervenções, Ana ressaltou o papel do setor privado como agente essencial na construção de soluções de longo prazo.

“A transição climática acontece quando conseguimos trazer ciência, setor produtivo e comunidades para a mesma mesa. O trabalho do Ekos Brasil comprova isso. Em diversos projetos, vemos que é possível conciliar, de forma harmônica, produtividade e conservação”.

Nos corredores da conferência, sua participação foi marcada por encontros com lideranças governamentais, representantes da sociedade civil e pesquisadores. 

Um dos momentos mais simbólicos foi sua participação no painel “Mulheres na Conservação: guardiãs da natureza e da Ética do Cuidado”, realizado na Blue Zone. Ao lado de Ana Paula Chantre Luna, ministra do Ambiente de Angola, e de Sandra Regina Pereira, secretária de comunicação do CONFREM, Ana destacou projetos e pessoas liderados por mulheres no Ekos Brasil, que se destaca pelo protagonismo feminino.

“Cuidar da natureza é, historicamente, uma missão que muitas mulheres carregam no cotidiano, seja na gestão comunitária, na produção agrícola ou na liderança científica. Quando reconhecemos e incentivamos esse protagonismo, ampliamos nossa capacidade de responder à crise climática”.

Além das agendas formais, Ana participou de outros eventos e visitou o Museu Paraense Emílio Goeldi, numa imersão que, segundo ela, reforçou o sentido da conferência ter sido sediada na Amazônia. “Estar em Belém, rodeada pela potência cultural e ecológica da Amazônia, transformou a experiência da COP. Não falamos apenas de metas, falamos de vidas, de territórios, de um bioma que sustenta o clima do planeta”, completou. 

Museu Paraense Emílio Goeldi. Foto: Arquivo pessoal.

Projeto Florescer no Cerrado incentiva empreendedorismo feminino no Vale do Peruaçu

As mulheres têm um papel essencial na gestão dos recursos naturais, mas sabemos que ainda enfrentam barreiras para acessar espaços de liderança e oportunidades econômicas. Diante dessa realidade, o Instituto Ekos Brasil deu início ao projeto Florescer no Cerrado, com o intuito de apoiar empreendedoras no Vale do Peruaçu. 

O Florescer no Cerrado começou com um mapeamento dos negócios locais liderados por mulheres. O diagnóstico apresentou os desafios e lacunas que elas enfrentam no dia a dia. Esse documento também foi a base para a criação de uma jornada de apoio sob medida para fortalecer seus negócios e promover a inclusão feminina em decisões estratégicas e operacionais. 

“Acreditamos que as soluções mais transformadoras nascem da escuta e da participação ativa, por isso, as 30 mulheres selecionadas participaram da construção do curso”, explicou Camila Dinat, gerente técnica e novos negócios do Ekos Brasil que acompanha de perto o projeto. Agora, as empreendedoras se encontram mensalmente, desde maio, em encontros formativos que endereçam as demandas identificadas. 

No encontro de julho, as empreendedoras viveram uma experiência imersiva no comércio local de Januária (MG). Durante o tour, visitaram lojas, centros de artesanato e restaurantes. Puderam aprofundar conhecimentos sobre preços, produtos, perfis de público e diferenciais.  

Para Dinat, “foi uma oportunidade única de conhecer de perto o turismo regional com suas riquezas e desafios e ainda ter ideias para pensar seus próprios negócios como parte ativa dessa cadeia produtiva”. 

Já no encontro de setembro, participaram de uma oficina sobre Marketing Digital. Na ocasião, cada uma precisou confeccionar um post para divulgar seu trabalho no Instagram. E o Instituto Ekos Brasil fez questão de mostrar todos eles em seu perfil institucional. 

“A cada encontro, sentimos que damos mais um passo para a geração de renda e autonomia das nossas empreendedoras. É incrível vê-las florescendo juntas, com força, cuidado e propósito”

completou Dinat. 

O projeto será encerrado em dezembro, após um processo de mentorias individualizadas, onde cada mulher empreendedora irá desenvolver um plano de ação para seu empreendimento a partir dos conhecimentos gerados, buscando construir um caminho sólido até seu sonho.

O projeto Florescer no Cerrado conta com o suporte fundamental do SEBRAE local e é apoiado pelo CEPF e IEB.

Projeto Árvores do Rio Doce apresenta resultados preliminares no V Seminário de Pesquisa do PERD

O Parque Estadual do Rio Doce (PERD) convidou a equipe do Projeto Árvores do Rio Doce para participar do V Seminário de Pesquisa do PERD, realizado entre os dias 21 e 23 de outubro de 2025. 

O evento foi um importante espaço de encontro entre pesquisadores, gestores e instituições parceiras, voltado à discussão dos estudos científicos que vêm sendo desenvolvidos na unidade de conservação.

O projeto Árvores do Rio Doce: estudos ecológicos para conhecer e conservar espécies ameaçadas de extinção na Bacia do Rio Doce estuda espécies florísticas  ameaçadas da Bacia do Rio Doce, e tem como objetivo principal gerar informações científicas que subsidiem ações de conservação, manejo e restauração florestal na bacia, o que torna os resultados extremamente relevantes para a conservação da biodiversidade local e regional e para o PERD.

Durante o seminário, foram apresentados resultados relativos às respostas das espécies ameaçadas de extinção ao enriquecimento atmosférico de CO2, aumento de temperatura e restrição hídrica considerando cenários atuais e futuros de mudanças climáticas. 

As projeções revelam um panorama preocupante: 19 das 26 espécies avaliadas devem perder mais de 75% de suas áreas atualmente adequadas até 2050, sob pelo menos um dos cenários de aquecimento avaliados. Algumas das espécies-alvo apresentaram risco de extinção local, com áreas projetadas próximas a zero até meados do século. Por outro lado, algumas espécies mostraram maior resiliência, indicando manutenção ou expansão de suas áreas adequadas, possivelmente em função de maior plasticidade ecológica ou caráter pioneiro.

árvores do rio doce

Além da modelagem espacial, o projeto também apresentou resultados experimentais sobre o crescimento e a fisiologia de plantas de sete espécies arbóreas nativas ameaçadas, sob condições simuladas de elevação da concentração atmosférica de CO₂, aumento de temperatura e restrição hídrica. Esses experimentos permitem compreender como tais espécies respondem a mudanças ambientais em termos de crescimento, metabolismo, anatomia e funcionamento fisiológico, demonstrando que as mudanças climáticas não afetam significativamente a germinação das sementes, mas provocam impactos expressivos nas fases juvenis, quando alterações na temperatura e na disponibilidade de água podem comprometer o desenvolvimento e a sobrevivência das plantas. 

O Projeto Árvores do Rio Doce – Estudos Ecológicos para Conhecer e Conservar Espécies Ameaçadas de Extinção na Bacia do Rio Doce é gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO, com financiamento advindo do Projeto Biodiversidade do Rio Doce, e parceria com os pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa, Instituto Inhotim e Universidade de Salamanca (Espanha).

A participação no seminário representou uma oportunidade valiosa para compartilhar avanços científicos, fortalecer parcerias institucionais e discutir estratégias para a conservação da flora da região, reafirmando o papel essencial da pesquisa como base para a gestão e o planejamento ambiental.

Ekos Brasil leva experiência no Peruaçu ao IV Seminário Parcerias em Áreas Protegidas

O Instituto Ekos Brasil participou da mesa “Monitoramento de parcerias: estratégias e desafios no olhar dos parceiros”, durante o IV Seminário Parcerias em Áreas Protegidas, promovido pelo Observatório de Parcerias em Áreas Protegidas (OPAP)

Representados pela Jéssica Fernandes, coordenadora do Programa Peruaçu, apresentamos a experiência de atuação na APA e no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, destacando como a parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservacao da Biodiversidade (ICMBio) contribui para o fortalecimento do uso público, a conservação e o desenvolvimento territorial.

Levar o Peruaçu e o Cerrado ao centro das discussões sobre sobre áreas protegidas reforça nosso compromisso com a conservação da biodiversidade e a valorização dos territórios. 

Parcerias em Áreas Protegidas 01

Instituto Ekos Brasil marca presença no maior congresso mundial sobre conservação da natureza

O maior congresso do mundo sobre conservação da natureza começa esta semana, em Abu Dhabi. Realizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o evento acontece de 9 a 16 de outubro e reunirá tomadores de decisão dos setores público e privado, organizações da sociedade civil, povos indígenas e representantes do meio acadêmico, com o objetivo de avançar em agendas importantes para o desenvolvimento sustentável nos próximos anos.

O Instituto Ekos Brasil, organização membro da IUCN, também estará presente, representado por sua Diretora de Relações Institucionais, Maria Cecília Wey de Brito (Ciça Wey). Ciça, que atualmente preside o Comitê Brasileiro de Membros, está cotada para compor o Conselho Mundial da IUCN, representando a América do Sul. A eleição ocorrerá durante o Congresso, e os membros eleitos exercerão mandatos de quatro anos.

Ciça participará de oito painéis, sendo quatro deles realizados no Pavilhão Brasil. No primeiro, a experiência do Instituto Ekos Brasil será apresentada como uma das contribuições das organizações não governamentais brasileiras para o enfrentamento dos eventos climáticos extremos e da crise da biodiversidade.

“Outra presença marcante do Ekos acontecerá no painel sobre parcerias público-privadas, no qual apresentaremos os cases do Parna Peruaçu e do Parque Estadual do Rio Doce como bons exemplos de gestão de áreas naturais”

destacou Ciça.

Os demais painéis com participação do Ekos abordarão temas como a biodiversidade na América Latina, remoção de carbono e economia da floresta, além de um painel específico sobre a COP 30, entre outros.

Todos os detalhes e a programação completa do evento podem ser conferidos em: https://iucncongress2025.org/

Dia Mundial do Turismo: celebrando o Patrimônio Mundial Natural do Cânion do Peruaçu

No dia 27 de setembro, celebramos o Dia Mundial do Turismo, e neste ano, temos motivos especiais para festejar: além dos 26 anos do Parque, o Cânion do Peruaçu, localizado no interior do PARNA Cavernas do Peruaçu, foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO em 13 de julho de 2025!

Foto de aniversário do PNCP

A importância do reconhecimento e conservação da biodiversidade

Este reconhecimento de prestígio vai muito além de reconhecer a beleza cênica, a geologia e a importância cultural do nosso cânion. Ele é também um motor de turismo sustentável, mostrando que biodiversidade e áreas verdes geram renda quando valorizadas e visitadas de forma ordenada.

Caverna Janelão, Parque Nacional do Peruaçu, Minas Gerais, Brasil.

Com o reconhecimento da UNESCO, o PARNA Cavernas do Peruaçu ganha visibilidade global e poderá atrair visitantes do mundo todo, fortalecendo o turismo local e criando oportunidades para as comunidades locais e reginais.

A exemplo disso, em 2024, 3 dos 10 parques nacionais mais visitados do Brasil já possuíam este selo, prova do seu poder de atração:

• 2º Parque Nacional do Iguaçu

• 5º Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

• 6º Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses  

O turismo em áreas protegidas é conservação que gera desenvolvimento!

Paisagem cárstica com cavernas colapsadas e dolinas – Vista da entrada da Caverna Janelão (em alemão, “Grande Janela”), Parque Nacional do Peruaçu, Minas Gerais, Brasil

Histórico de visitação no PARNA Cavernas do Peruaçu

Criado em 1999, o PARNA Cavernas do Peruaçu abriu suas portas para visitação oficialmente em 2017, mas desde 2014 já recebia pesquisadores nacionais e internacionais e estudantes das escolas locais. De acordo com gráfico abaixo, é possível observar que o número de visitantes vem aumentando ano a ano (com exceção de 2020 com a pandemia) o que demonstra o potencial turístico da unidade de conservação. Além disso, o aumento de visitantes tem fomentado a economia local, seja na geração de renda dos condutores, comércios locais e serviços hoteleiros. Até o mês de agosto deste ano, o Parque já recebeu mais visitantes que do ano de 2024.

Como visitar o PARNA Cavernas do Peruaçu?

Você sabia que o PNCP não cobra taxa de entrada? As visitações são guiadas por condutores locais credenciados pelo ICMBio. Essa iniciativa não só garante a segurança e a conservação do ambiente, mas também fortalece e fomenta a geração de renda para a comunidade local, promovendo um turismo sustentável e inclusivo.

Atrativos turísticos do PARNA Cavernas do Peruaçu

O parque conta com diversos atrativos turísticos e trilhas com diferentes graus de dificuldade. Além das trilhas você ainda encontra a Exposição Permanente que conta a história do parque e a trilha infantil para os pequeninos. Em breve teremos novos atrativos de aventura!

Além das trilhas você ainda encontra a Exposição Permanente que conta a história do parque e a trilha infantil para os pequeninos. Em breve teremos novos atrativos de aventura!

Planeje sua visita!

O Parque pode ser visitado de terça a domingo, das 8h às 18h, com entrada nos atrativos permitida até as 14h (exceto no Arco do André, até as 12h).

Para agendamentos e mais informações, você pode entrar em contato pelo e-mail cavernas.peruacu@icmbio.gov.br ou acessar as informações de visitação e dos condutores credenciados no site do ICMBio.

E você, já visitou o Peruaçu? Conte-nos sua experiência e o que mais te encantou!

Instituto Ekos Brasil leva experiência da Bacia do Rio Doce a evento internacional em Salamanca

Instituto Ekos Brasil leva experiência da Bacia do Rio Doce a evento internacional em Salamanca

De 17 a 19 de setembro, o Instituto Ekos Brasil marcou presença no evento internacional I Jornadas Internacionales de Biodiversidad y Servicios Ecosistémicos (1ª Conferência Internacional sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, em tradução livre), realizado na Universidade de Salamanca, na Espanha. A participação aconteceu em conjunto com uma equipe de sete pesquisadores e pesquisadoras da Universidade Federal de Viçosa (UFV), parceira do Instituto em projetos estratégicos na Bacia do Rio Doce.

Estiveram presentes a Ma. Fabiana Bonani, Coordenadora de Projetos de Conservação da Biodiversidade do Instituto Ekos Brasil, e a equipe de pesquisa composta por Profa. Dra. Andreza Viana Neri, Dr. Carlos Mário Galván-Cisneros, Prof. Dr. João Augusto Alves Meira Neto, Prof. Dr. Juraci Alves Oliveira, Dra. Lhoraynne Pereira Gomes e Dr. Rodrigo Gomes Gorsani.

O grupo esteve presente nas pautas que tratam da importância da ecologia das espécies para a conservação da biodiversidade e restauração dos ecossistemas, especialmente para a Bacia do Rio Doce. Nesta oportunidade Fabiana destacou o protagonismo do Instituto em iniciativas na Bacia, que unem ciência, saúde humana e ambiental, conservação, políticas públicas e parcerias público-privadas.

Durante o evento, foram apresentados resultados dos projetos “Árvores do Rio Doce” e “Campestres do Rio Doce”, que investigam espécies arbóreas e campestres raras, endêmicas e ameaçadas de extinção na Bacia. Os projetos estão sendo desenvolvidos pelo Instituto Ekos Brasil em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, o Instituto Inhotim de Minas Gerais e a Universidade de Salamanca da Espanha, sendo gerido pelo Funbio como parte do Projeto Biodiversidade Rio Doce. Como produtos destes estudos serão feitas propostas de conservação destas espécies, guias de restauração e a publicação de diversos artigos científicos.

A participação do Instituto Ekos Brasil no encontro internacional reforça o compromisso da organização com a produção e disseminação de conhecimento científico, articulando esforços locais e globais para garantir a regeneração de ecossistemas ameaçados.

Foto: Ekos Brasil.

Ekos Brasil participa de encontros sobre conservação e protagonismo no Cerrado

Neste mês de setembro, a equipe do Instituto Ekos Brasil esteve presente em dois encontros de grande relevância em Brasília: o Encontro dos Projetos Apoiados pelo CEPF (Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos) e o XI Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. 

Representaram o Instituto a Jéssica Fernandes (Coordenadora de Projetos de Impacto e Gestão Climática), Camila Dinat (Gerente Técnica e Novos Negócios) e Murilo Mendes (Agente Ambiental e Administrativo no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu).

Nos dias 8 e 9, a equipe participou do encontro do CEPF, ao lado de outras 35 organizações que atuam no bioma, com iniciativas que colaborem com o trabalho de conservação promovido por mulheres. O Instituto apresentou o projeto Florescer no Cerrado, que acontece na Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu e promove a capacitação de negócios sustentáveis liderados por mulheres.

“Foi um encontro muito produtivo, onde pudemos refletir com outras organizações sobre os desafios, soluções e conquistas dos projetos desenvolvidos no bioma, além de destacar que sem mulher não tem cerrado em pé”, compartilha Murilo Mendes.

Já de 10 a 14 de setembro, foi a vez do Encontro dos Povos do Cerrado, espaço de integração de comunidades, organizações, culturas e povos que habitam o bioma. “São esses povos que fazem a conservação do bioma, que garantem o Cerrado de pé”, destacou Camila Dinat. 

Ali foram discutidas formas de desenvolvimento dos setores, como manter as populações em seus territórios, as ameaças que sofrem e também as ferramentas que têm para se manterem íntegras e donas de seu território. O evento contou com feiras de produtos locais, atividades culturais e debates sobre o papel das comunidades na conservação do bioma.

“Outro ponto importante foi que todo o evento foi alimentado com produtos da agricultura familiar livre de agrotóxicos, fornecidos pela organização Cerrado de Pé, que viabilizou a compra e preparo dos alimentos”, reforça Dinat.

Encontro dos Povos do Cerrado. Foto: equipe Ekos Brasil.
Encontro dos Povos. Foto: equipe Ekos Brasil.

Para o trio, a participação nos dois encontros reforçou o compromisso do Instituto Ekos Brasil de atuar de forma integrada com as comunidades, valorizando a liderança feminina e a diversidade de saberes como caminhos fundamentais para a regeneração e proteção do Cerrado.

Nossa história com o Peruaçu | Especial Dia do Cerrado

Desde 2017, o Instituto Ekos Brasil atua, em cooperação com o ICMBio, para transformar a APA e o  Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, com grande porção do seu território no bioma Cerrado, em um caso de sucesso de conservação da biodiversidade em colaboração com as comunidades locais e tradicionais. 

Por isso, nesse Dia do Cerrado, percorremos uma breve linha do tempo para relembrar alguns destaques da nossa história de parceria com o Vale do Peruaçu. 

A partir do Acordo de Cooperação e da criação do Programa Peruaçu, em 2017, o Instituto passou a captar e converter recursos, sem repasse financeiro direto entre as organizações, para apoio a gestão do parque e da apa, investimentos em infraestrutura de visitação, recuperação de nascentes, apoio a pesquisa e desenvolvimento de projetos socioambientais. 

Rolph Gloor in der Höhle “Arco do André” (dt.: Andreasbogen), Nationalpark Peruacú, Minas Gerais, Brasilien

Um dos marcos desse primeiro período, ainda em 2017, foi a implementação da Trilha do Arco do André, um percurso de oito quilômetros que permite aos visitantes explorar  um cenário de muita beleza, contato com o Rio Peruaçu, com o carste e matas primárias com baixa intervenção humana. Em 2018, avançamos algumas etapas para a sustentabilidade financeira dos nossos projetos no Peruaçu, com a inclusão do parque na Incubadora para a Conservação da Natureza, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e com o lançamento do edital Pequenos Projetos, que apoiou duas iniciativas locais. Com o intuito de dar mais visibilidade ao Parque e às ações de conservação, neste ano também organizamos uma press trip com jornalistas brasileiros e estrangeiros que rendeu reportagens importantes na mídia.  

Nossa parceria seguiu em 2019 com a consolidação da estratégia de captação. Neste ano, destacamos a aprovação no programa Clear into the Future, da Dupont, onde houve a criação da Casa de Vegetação, um viveiro de espécies nativas que alimenta ações de restauração em nascentes e áreas degradadas. O objetivo é simples e ambicioso: contribuir para manter água correndo e floresta em pé, pilares da resiliência do Cerrado.

Contratamos também um estudo para analisar e propor novos modelos de negócios e de parcerias público-privadas para aproveitar as potencialidades econômicas da Unidade de Conservação. Hoje, o Peruaçu é um case de sucesso neste tipo de modelo de parceria. 

Certamente, o marco do ano de 2020 foi a consolidação da nossa parceria pelo ecoturismo. O projeto “Acelerando o Turismo Sustentável no Vale do Peruaçu” ajudou a desenvolver, fortalecer e acelerar o turismo sustentável na região. Mais de 60 pessoas e 48 iniciativas locais receberam capacitação e orientações para gerar mais renda e assim impulsionar a cultura e a conservação da biodiversidade. 

Com a chegada da Pandemia, as ações do Ekos Brasil foram canalizadas para a ajuda humanitária. Por meio de parcerias com o Instituto Rosa e Sertão foi possível comprar insumos nas cooperativas de produtores locais e distribuir 233 cestas básicas. Foram beneficiadas 932 pessoas das comunidades de Quilombo Cabanos, Aparecidinha, Candeal, Água Doce e São Domingos. Este também foi um ano em que apoiamos a compra de equipamentos de comunicação e segurança. 

Em 2021, um dos marcos foi o projeto “Conectando Histórias no Peruaçu” que usou crowdfunding com match do BNDES para formar jovens em audiovisual e ciências da natureza, multiplicando vozes locais na promoção do parque e fortalecendo o sentimento de pertencimento, peça-chave para conservar. No ano seguinte, tivemos a finalização do 1º acordo de cooperação, que abriu as portas para um novo acordo firmado em 2023, desta vez, abrangendo o território do Parque e da APA Cavernas do Peruaçu. Ainda neste ano, lançamos o projeto “Uma trilha para a sustentabilidade”, com a finalidade de fortalecer e resgatar o conhecimento tradicional indígena Xakriabá sobre plantas medicinais e a importância de viver pela conservação das florestas.

Em 2024, celebramos a inauguração da parte de penumbra da trilha da Gruta do Janelão e a realização do III Seminário Científico do Vale do Peruaçu, organizado pelo ICMBio e Instituto Ekos Brasil, e palco de pesquisas científicas realizadas no território, que destacam os impactos das mudanças climáticas no carste do Vale do Peruaçu, mostram o papel deste território para o conhecimento da história humana e que põem em relevo toda riqueza biodiversa existente no Peruaçu. 

E neste ano de 2025, vivemos a emoção de apoiar a campanha do Peruaçu como Patrimônio Mundial Natural pela Unesco e celebrar o recebimento desse título tão esperado. O ano continua, mas até o momento já inauguramos outros 3 importantes projetos: Projeto Florescer no Cerrado,  que oferece formação empreendedora para mulheres do Peruaçu; o Floresta Viva Peruaçu, uma iniciativa voltada à restauração ecológica de biomas brasileiros, que tem como objetivo restaurar 200 hectares do bioma Cerrado no Vale do Peruaçu; e o Conhecer e Prevenir, com objetivo de  estruturação e implementar ações para um manejo integrado do fogo mais efetivo. 

A história do Peruaçu continua e temos o privilégio de fazer parte de cada novo passo desta região biodiversa e fundamental para o equilíbrio natural do nosso país. Mas, sozinhos não fazemos nada: a participação dos parceiros e da comunidade é essencial para o trabalho da nossa equipe. Seguimos juntos e juntas pela preservação e conservação do Cerrado. Viva o Cerrado e viva o Peruaçu!  

Um crédito de carbono significa muito mais do que uma tonelada de CO₂ | Especial COP 30

COP 30 – A Amazônia é o maior bioma tropical do mundo. E, neste ano, é natural mencionar o quão simbólico será ter uma COP realizada no coração da Amazônia.

Não obstante todos os desafios com as questões logísticas, será uma oportunidade única de proporcionar à diplomacia climática um contato próximo com as pessoas e comunidades que vivem na floresta. Como bem disse o presidente da COP 30, André Aranha Correa do Lago, em uma de suas cartas:

“Lideranças vivas do cuidado, da resiliência e da regeneração”.

Dentro do ecossistema do mercado de carbono, há uma expectativa para que a COP seja um espaço propício de amadurecimento do debate sobre a integridade dos créditos de carbono. Se no início, algumas décadas atrás, a conversa frequentemente se limitava a métricas estritamente técnicas e cadastrais: a “tonelada de CO₂” como unidade quase absoluta, o CNPJ do detentor do crédito, checagens documentais básicas, etc, podemos dizer que nos últimos anos isso mudou. A pressão da sociedade, da imprensa e de dentro do próprio mercado, passou a exigir cada vez mais que cada crédito represente um impacto real, adicional, verificável e duradouro, em um ciclo de geração de riqueza que respeita as pessoas e a natureza.

Essa evolução se consolidou com a chegada de referências como os Core Carbon Principles do ICVCM, que estabelece dez princípios para identificar créditos de alta integridade, e com o VCMI, que oferece reivindicações para que as empresas participem do mercado voluntário com confiança. Padrões e metodologias reconhecidos foram pressionados a passar por revisões, especialmente em projetos florestais e esse movimento gerou atualizações e ampliou a consciência de compradores e desenvolvedores sobre a centralidade dos cobenefícios socioambientais.

Um crédito de carbono significa muito mais do que uma tonelada de CO₂ | Especial COP 30
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Ou seja, o recado é: um crédito de carbono significa muito mais do que uma tonelada de CO₂. Ele deve ser um propulsor de regeneração, conservação, de desenvolvimento local, com transparência para todas as partes e governança séria.

Mas, voltando nosso olhar para a Amazônia, compreendemos que esse aprendizado ganha ainda mais importância. Quando projetos florestais nascem com as comunidades e não são apenas sobre as comunidades, são capazes de entregar benefícios que extrapolam a mitigação das mudanças climáticas. Podemos dizer, com base na experiência, que esses projetos auxiliam na regeneração dos ecossistemas ao promover a conservação da biodiversidade, a segurança territorial, possibilidade de renda digna, manutenção de saberes e modos de vida.

A ciência tem comprovado (e já falamos sobre isso aqui) que territórios indígenas e tradicionais, tendem a manter taxas menores de desmatamento e funcionam como barreiras vivas contra a perda florestal.

Por isso é simbólico receber a COP 30 na Amazônia. A conferência nos oferece a oportunidade de aprofundar o olhar para um tipo de integridade em nosso mercado que inclui as pessoas: ouvir e trabalhar junto com as comunidades do entorno, respeitar o protagonismo dos povos indígenas, valorizar a economia da floresta e, sobretudo, garantir que o financiamento climático chegue a quem protege a floresta todos os dias.

Desde 2017, o Instituto Ekos Brasil faz a gestão do Programa Compromisso com o Clima. O programa foi concebido para ser uma ponte segura entre quem compra e quem propõe projetos de créditos de carbono no mercado voluntário e já nasceu priorizando a integridade: avaliações técnicas, jurídicas, socioambientais, considerando, inclusive, aderência a normas e contextos locais. Essa é a integridade que praticamos: a que mede carbono, mas também mede confiança; a que entrega números, mas também entrega regeneração.